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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Ano Novo, 01.01.2013

Predigt zu Lucas 2:15-21, verfasst von Joaninho Borchardt

 

Prezada comunidade. Irmãos e irmãs em Cristo Jesus.

Em vários momentos da vida esperamos a chegada de algo novo. E essa espera vem acompanhada de preparação e expectativas. O agricultor prepara primeiro o terreno, providencia as melhores sementes, aduba a terra e fica na expectativa de fazer uma boa colheita. Os alunos ficam na expectativa de passar de ano ou mesmo no vestibular. Os torcedores ficam na expectativa de ver seu time ganhar e ser campeão.

José e Maria também ficaram na expectativa quando o anjo do Senhor anunciou que ela conceberia e daria à luz o Salvador. José, desconfiado, pensou até em abandonar Maria, mas o anjo lhe disse em sonho para não temer e receber aquele filho, pois ele seria o enviado de Deus para salvar o povo dos seus pecados. Maria, mesmo assustada com a notícia, fica alegre e responde que seja feita a vontade do Senhor. Depois agradece por Deus ter se lembrado da sua humilde serva. E aceita ser mãe do Salvador.

Mas os últimos dias da gravidez de Maria não foram tranquilos. A região da Judeia estava nervosa e inquieta. O decreto do imperador instituindo um recenseamento movimentou a vida dos moradores. Caravanas e mais caravanas de peregrinos rumavam ao local de nascimento. No meio de todo esse frenesi, Jesus nasceu, como qualquer outra criança, sem nada de extraordinário, apenas a humildade e a simplicidade. Os pastores de ovelhas são os primeiros a receber a notícia. Apressados, eles vão até Belém e encontram a criança deitada na manjedoura, ao lado dos seus pais. De volta aos campos, os pastores espalham a boa notícia. Contam o que viram e ouviram. As pessoas recebem a notícia com alegria e se admiram com o que os pastores disseram. Maria, porém, fica em silêncio e medita sobre o que havia acontecido e guarda tudo no íntimo do seu coração.

Aos poucos a vida vai voltando ao normal. A notícia do nascimento se espalhou e muitas pessoas vêm visitar o recém-nascido. Maria ainda está no resguardo. Alguns cuidados precisam ser tomados. Afinal, foi tudo muito corrido, cheio de imprevistos e improvisos. Mas a mãe Maria está se recuperando bem. José é paciente e bondoso. Já pensa nas obrigações da lei judaica. Por isso, oito dias depois, a criança é levada para ser circuncidada, conforme mandava a lei. Ali ela recebe o nome de Jesus, como o anjo já havia anunciado antes da sua concepção.

Embora não tenhamos recenseamento em andamento, acontecimentos nacionais e mundiais contribuem para que fiquemos apreensivos, temerosos e inquietos. A crise de valores éticos e morais têm produzido pessoas insatisfeitas e infelizes. O nível de intolerância atinge limites críticos. A violência impera. Falta compreensão. As referências de boa convivência, boa conduta e de boa amizade, estão se perdendo cada vez mais. Vivemos numa sociedade conturbada. Pessoas não se respeitam. Não sabem mais conversar com educação. Estamos desaprendendo a agradecer, a ser gentil e a perdoar. Por todos os lados as pessoas se queixam pedindo por paz, por saúde e por tranquilidade. O consumo de drogas entre os jovens é alarmante. Os roubos e assaltos acontecem tanto na cidade quanto na roça. O meio ambiente está contaminado. As pessoas estão doentes. O mundo está doente. O que está acontecendo? Faltam parâmetros? Será que ainda há jeito?

Enquanto isso, comenta-se sobre as festas de fim de ano. Famílias se reuniram. Amigos se encontraram. Muita comida e bebida especial. Conversas e brincadeiras. Estouro de fogos iluminando o céu. Planos. Sonhos. Desenganos. Novos amores. Novos dissabores. Novos horrores. E a vida continua. É hora de fazer um balanço geral. É oportuno se perguntar: Como passamos o ano? Como nos relacionamos com os nossos pais, nossos irmãos ou com os nossos filhos? Conseguimos honrar os compromissos assumidos, dentro e fora da igreja? E a vida espiritual, como foi? Fomos fiéis a Deus? Contribuímos para uma sociedade melhor? Acertamos mais ou erramos mais?

É necessário se perguntar para melhorar. Porque cada cristão é chamado a ser protagonista de boas ações no mundo. Os pastores de Belém receberam a boa notícia do nascimento do Salvador e tomaram uma atitude: ‘Vamos lá ver o que aconteceu!' E saíram alegremente louvando a Deus pelo que tinham visto e ouvido. Aquela boa notícia mudou a vida deles. E ela também quer mudar a nossa. O cristão é chamado a ser agente de mudança e de transformação. Deus espera que ajudemos a melhorar a situação desanimadora em que vivemos. Foi por isso que ele veio: para falar-nos do seu amor, da sua graça e da sua justiça. É como se Deus estendesse a sua mão em nossa direção, oferecendo graciosamente vida plena e abundante. Basta que aceitemos ou não.

No dia da circuncisão o menino de Belém recebe o nome de Jesus, que significa "Deus é salvação". Com isso, ele é colocado sob o senhorio de Deus. Jesus se torna cidadão do mundo. É o representante de Deus. É o próprio Deus encarnado. Aproxima-se do ser humano. Revela que não é um Deus inalcançável e distante, mas sim, próximo e acolhedor. Pela sua misericórdia e o seu amor, Deus, em Jesus, veio dizer que quer ajudar a carregar a carga quando ela se torna pesada demais. O próprio Jesus diz: "Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).

No batismo Deus também nos chama pelo nome. É como se ele dissesse a nós: ‘Agora você é meu. É minha propriedade e eu sou dono da sua vida. Quero cuidar de você pelo resto da sua vida. Vá ao mundo e sirva ao seu próximo. Ajude a levar as cargas uns dos outros. Sorria com sorri e chore com quem chora. E eu quero estar com você na vida e na morte e te ressuscitar para a vida eterna'.

Um novo ano se inicia. Ele vem carregado de expectativas e esperanças de um mundo melhor. Que haja menos sofrimento, menos morte, menos fome, menos brigas, menos violência, menos intolerância de qualquer natureza. E que haja mais paz, mais alegria, mais segurança, mais amor, mais saúde para todos. Importa colocar a nossa vida nas mãos de Deus e pedir que ele nos oriente e nos guie. Reconhecer e confessar que nem sempre fomos fiéis. Algumas vezes fomos omissos. Outras vezes falhamos. Erramos. Outras vezes magoamos. Ofendemos. Fomos ofendidos. Decepcionamo-nos. Por vezes sofremos calados e refletimos sobre tudo o que estava acontecendo, como fez Maria. Outras vezes faltaram forças. Essa é a dinâmica da vida, também dentro da Igreja. Caímos e nos reerguemos. Levamos tombos. Quebramos a cara. Mas a solidariedade faz com que um ajude o outro a se levantar.

Às vezes precisamos de alguém especial do nosso lado para nos ajudar. E esse alguém é Jesus Cristo. É o Deus-conosco. Ele veio para ensinar o caminho do amor e da solidariedade. Muitos não o aceitaram. A sua caminhada foi difícil e penosa. Ele carregou a sua cruz, levando muitos tombos. Mas Deus o levantou e o ressuscitou dentre os mortos. Esta é a promessa que herdamos. É a esperança de sentido pleno para a nossa vida. Por isso, aproveitemos o ano novo para começar uma vida nova. Para fazer o bem às pessoas. Para promover a paz e contribuir para um mundo melhor. Para dizer: ‘Muito obrigado, Deus, por enviares teu Filho Jesus Cristo para nos salvar'.

Que Deus nos ajude e nos abençoe. Amém.

 



P. Joaninho Borchardt
Vitória, ES, Brasil
E-Mail: joaninho@luteranos.com.br

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