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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

1º Domingo após Epifania , 13.01.2013

Predigt zu Lucas 3:15-17,21-22, verfasst von Enos Heidemann

Estimados irmãos, estimadas irmãs!

No Natal celebramos que Deus veio e vem a nós. É Ele quem inicia uma história conosco e nos diz: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu, (tu és minha)! (Is 43.1b)

Nesse período pós-natal, relembramos e vivemos o tempo litúrgico da Epifania. Os textos bíblicos que nos acompanham e nos orientam nas reflexões apontam para a revelação da real presença de Deus em Jesus Cristo. O Messias chegou!

Aquela criança que nasceu em Belém não é mais só um ser humano que veio ao mundo em meio à pobreza na periferia daquela pequena cidade. O lema bíblico da semana que encerrou dizia: “Em Jerusalém os magos perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.” (Mateus 2.2). Já quando do seu nascimento ouviu-se anúncios e manifestações de reconhecimento que o Messias tão esperado chegou.

Aquele menino nascido em Belém cresceu e se desenvolveu como as crianças do seu tempo. Mas lenta e gradativamente, como na forma natural em que os fatos acontecem na vida, vai sendo revelado que ele é o Cristo e que tem uma missão que decorre da sua filiação a Deus. Aquela criança, aquele menino, aquele homem é o próprio Deus encarnado e radicado nesse mundo, que tem suas mazelas, onde as pessoas têm tantas dificuldades para administrar a dádiva da vida.

Essa criança vem para anunciar e realizar a vontade de Deus entre as pessoas. A realização dessa vontade acontece na encarnação.

Parece que o tempo estava “maduro” para que Deus visitasse esse mundo e estendesse o “braço” da sua salvação. Muitas vozes se levantavam para denunciar o pecado humano, chamar ao arrependimento e para uma nova vida. Há muito se aguardava o Messias. Era tempo de Deus enviar o seu servo salvador para “que trouxesse de volta os israelitas que ficaram vivos e criasse de novo a nação de Israel e que também fosse uma luz para os outros povos a fim de levar a salvação de Deus ao mundo inteiro”, Isaías 49.6.

Entre as vozes que se levantaram naquele tempo está a de João Batista, conforme ouvimos no Evangelho para esse domingo, Lucas 3.15-17, 21-22.

João Batista se destaca na sua missão profética. Chega a confundir as pessoas a ponto de se perguntarem se ele próprio seria o Cristo. João esclarece logo que é somente um humilde servo que prepara o caminho para aquele que há de vir, o qual então batizará com espírito e com fogo. João reconhece a superioridade daquele que há de vir, não sendo ele digno de sequer desamarrar as correias das sandálias do Messias esperado.

João Batista conhece a realidade de vida que o cerca e o contexto de pecado nas estruturas pessoais, familiares e sociais. Ele chama as pessoas ao arrependimento, anuncia o juízo e propõe mudança de vida. Prega o batismo com água como sinal da misericórdia e da graça de Deus que perdoa e dá nova vida. Para João, porém, está claro que só a prática do batismo em si nada vale e por isso chama também a atenção para a necessidade de se produzir frutos.

É interessante observar que em diferentes contextos religiosos e em todos os tempos sempre houve e ainda hoje há o perigo de se absolutizar a prática de determinados ritos e procedimentos, perdendo-se assim a consciência do fundamento e o sentido dos mesmos, vindo a letra e o automatismo a matar o espírito.

O ser humano tem a capacidade natural de tomar a decisão de dar uma meia volta, de mudar a direção e os valores de vida, mas não é capaz, por si só, de operar tais mudanças. Há um pensamento popular que diz: "De bem-intencionados, o inferno está cheio".

O batismo de Jesus, que também é relatado no evangelho para esse domingo, “inaugura o tempo do Espírito”. Não dá mais para fazer de conta, nem se agarrar na prática cega de ritos e nem se garantir no conceito de “povo eleito”. É o Espírito Santo quem cria um novo coração, provoca e capacita para transformações reais na vida. É Ele que possibilita uma nova vida onde os frutos do espírito se manifestam de uma forma natural e bonita na dinâmica dos relacionamentos que estabelecemos diariamente.

Com a denúncia do pecado, o anúncio do perdão e da graça de Deus e com “a prática do batismo com água João quer provocar arrependimento e propõe uma vida que produz frutos”. “Com o batismo com Espírito Santo, Jesus capacita o ser humano a renascer e brotar o novo em meio à morte”. Jesus traz nova vida, vida em abundância.

A encarnação de Deus em Cristo Jesus acontece dentro da história. Jesus nasceu, cresceu e se desenvolveu dentro de uma cultura. Deus não criou uma estrutura à parte para se revelar em Cristo. Por isso, Jesus participa da prática coletiva do batismo. “O seu batismo se dá com o povo, como alguém que não se distingue das outras pessoas”. O texto diz: “Depois do batismo de todo aquele povo, Jesus também foi batizado”. Com o seu batismo Jesus se faz igual às outras pessoas, mesmo que não necessite do batismo de arrependimento.

Um diferencial, porém, é revelado no batismo de Jesus. Deus mesmo se manifesta em Jesus quando este é batizado. O Espírito Santo mostra que Jesus é o Cristo, o servo escolhido de Deus, o Filho que dá prazer. Deus sente prazer nesse ato: “Tu és o meu filho querido e me dás muita alegria”.

Com o seu batismo Cristo assume a sua missão profética de Filho de Deus e capacita a nós seres humanos, pela ação do Espírito Santo, a transformar nossas vidas.

No início dessa reflexão afirmamos que Deus veio e vem a nós. É Ele quem inicia uma história conosco e nos diz: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu, tu és minha! (Is 43.1b).

Ele veio ao nosso encontro em Cristo Jesus e estendeu-nos a sua mão salvadora. “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus”, Efésios 2.8.

Lembremos diariamente que o batismo é dádiva, graça de Deus. A fé não faz o batismo, mas somente o recebe. O “proveito ou a eficácia do batismo não está no rito em si, mas no fato de ser dom da graça ofertado e recebido pela fé. O batismo não serve para nada se não for acolhido pela fé e vivido pelo amor”.

A cada novo dia, digamos como Lutero: “Eu sou batizado!” Que nos sintamos desafiados a nos apropriarmos diariamente dessa dádiva a nós alcançada graciosamente e a vivermos o que ele de fato possibilita e significa: morrer para o pecado e renascer em Deus.

Deus no seu Espírito Santo nos auxilia sempre a aceitar o imutável e a transformar tudo o que em nossa vida pessoal, familiar e social pode ser melhor e diferente, a fim de que tenhamos vida e vida em abundância e sejamos filhas e filhos da luz que alegram o coração de Deus. Amém!



Pastor Enos Heidemann
Porto Alegre
E-Mail: enos@cepa.org.br

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