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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Último Domingo após Epifania, 10.02.2013

Predigt zu Êxodo 34:29-35, verfasst von Mauri Magedanz

 

 

Amados irmãos e irmãs em Jesus, o Cristo! Que Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre ilumine nosso falar, ouvir e testemunhar. Amém!


Vivemos dias de "pós Epifania". Hoje é ultimo deste período e é denominado liturgicamente como o domingo da transfiguração do Senhor. Neste tempo somos lembrados que Deus se fez gente e veio habitar entre nós. Através de Jesus Cristo e a sua obra redentora, Deus se aproximou da criação e da humanidade, incondicionalmente, por graça. O amor incomensurável de Deus revelado em Cristo Jesus nos fez SER, PARTICIPAR E TESTEMUNHAR comunidade. Deus, através de Cristo, "nos vestiu com a roupa da salvação e com a capa da vitória (Isaías 61. 10b)." Como tais fomos imbuídos e incumbidos, a partir do Batismo no trino Deus, para consolar e dar aos que choram uma coroa de alegria em vez de tristeza, um perfume de felicidade em vez de lagrimas e roupas de festa em vez de luto. Enfim, somos chamados a viver e refletir a Sua glória na vida pessoal, familiar, cidadã e comunitária.


No domingo da transfiguração, geralmente refletimos os textos Lc. 9. 28-36; Mt 17. 14-20 e Mc 9. 14-29 que descrevem a mudança de aparência do rosto de Cristo. Suas roupas ficaram alvas e brilhantes enquanto orava. Todavia, esta espécie de "metamorfose" não aconteceu exclusivamente com Jesus. Hoje temos o desafio de refletir sobre a mudança de face que aconteceu com Moises, o grande líder de Israel que conduziu o povo de Deus à terra prometida, no monte Sinai. Ouçamos o texto.

 

Ler o texto de Êxodo 34.29 -35.

 

Prezada comunidade! No monte Sinai Moisés conheceu Deus face a face. Ali Deus torna-o instrumento humano pelo qual comunicou a Sua vontade para o povo de Israel. Moisés era gente com "você e eu". Ou seja, humano mortal (Dt. 34.7), assassino (Ex. 2.11 e 12), irado com os seus consortes (Ex. 32.19), mas, profundamente humilde e conhecedor da sua incondicional dependência da providencia divina, pois, dobrava os joelhos e encostava o rosto no chão, ao se dirigir a Deus em oração (Ex. 34. 8) intercedendo por si e pelo povo.


O nosso texto relata a segunda descida de Moisés do monte carregando duas placas do acordo de Deus com o povo. Esta era muito diferente da primeira vez em que demorara por demais para voltar. E o povo havia construído um bezerro de ouro para ir à sua frente (Ex. 31.1). Diante da rebelião do povo, Moisés irado, destruiu a primeira tábua com os dez mandamentos (Ex. 32 19). O fato de apresentar o rosto resplandecente fez com que o povo visse nele o reflexo de Deus. A luz remete o povo ao ato criacional de Deus em Gêneses onde a escuridão dominava. Mas Deus trouxe a luz. Só a comunhão com Deus dá ao rosto a luz. Assim sendo, o brilho de Moisés tem a sua origem em Deus que está presente nele.

Moisés esteve com Deus face a face. Transcreveu os mandamentos, a próprio punho para as tabuas de pedra. Chama atenção que este fato e o seu brilho não lhe foram motivo de gabar-se. É uma postura, que as pessoas geralmente adotam ao receberem uma maravilha de Deus. A sua face era coberta por um véu. Isto para não tirar proveito próprio da situação. Somente ao transmitir a vontade de Deus expunha o rosto. Enfim, o brilho em seu rosto se destina a iluminar a caminhada no deserto de forma segura e confiante das pessoas que ouvem a vontade de Deus proferida através do líder.


Estamos finalizando o tempo da epifania em que Deus em Cristo Jesus se dá a conhecer a todas as pessoas. O próprio Deus encarnado veio iluminar a nossa vida, tirando de cena os empecilhos que atrapalham a comunhão íntima com Deus e ofuscam a gloria de sua obra. No próximo domingo iniciamos o tempo de quaresma que culmina com a perseguição, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus. Jesus antes de concluir seu ministério e vencer por nós o pecado, o sofrimento e a morte viveu a experiência da transfiguração. Deus lhe falou: "Este é o meu filho, o meu escolhido (Mt 9. 35)". Deus através de Moisés conduziu o povo para a terra prometida e por Jesus concedeu a salvação à humanidade.


Por isso, se somos cristãos/ãs é pela incondicional graça de Deus. "Cristão não se nasce. Cristão se faz (Tertuliano)". Ninguém de nós nasceu como cristão. Mas nós fomos formados a sermos cristãos. No decorrer da vida com nossos pais, padrinhos e madrinhas de Batismo, ministros/as da "nossa Igreja", na partilha da Palavra e na celebração dos Sacramentos, enfim com os/as irmãos/as da nossa comunidade aprendemos a caminhar na fé. Este processo de formação requer a "metamorfose" permanente de afogar o velho Adão e deixar nascer à nova criatura em Cristo Jesus. Como tal, nossa missão é ajudar a fazer outros rostos brilhar. É por isso que somos desafiados pelos mandamentos recebidos através de Moisés e do amor de Deus revelado por Cristo a nós, levar a boa nova da salvação a todas as pessoas e à toda a criação. Pois Jesus, que é a luz do mundo (Jo. 8.12) disse também a nós "vocês são a luz do mundo. (...) assim a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai que está no céu" (Mt 5,16).


No Brasil se sairmos pela rua perguntando para as pessoas que religião ela seguem, sem sombra de dúvida vamos ouvir a resposta: Sou cristão. Somos um país majoritariamente cristão, 87% da população. O grande nó que se coloca na atualidade é ter clareza sobre quem é a fonte determinante dessa afirmação. Nós o somos incondicionalmente pela graça de Deus. Preocupa-me que no momento está em voga dizer "eu aceitei Jesus, eu me converti, nós entregamos esta cidade para Jesus" e assim, por diante. Assim, a obra de Deus em nosso favor vai sendo diminuída. O mérito e a obra pessoal estão em alta e não a de Cristo, o que é facilmente observado pelo que se ouve e vê ao nosso redor.


A partir do Batismo estamos unidos com Cristo na vida, morte e ressurreição. Com Cristo fomos transfigurados, transformados em uma nova criatura. Das trevas para a luz. Da morte passamos para a vida eterna. Enfim, já vivemos em comunhão intima com Deus e a Sua glória brilha no rosto de Cristo e de todos que o seguem. Temos na epifania um tempo de exortação para avaliar se realmente vivemos a partir do que vimos e ouvimos e se podemos concluir que a nossa face e vida reflete a luz de Cristo. A vontade de Deus é que sejamos os seus sacerdotes e sacerdotisas, "pessoas espirituais (1 Co. 2.15)" não apenas de direito, mas também de fato, seguindo seus mandamentos. Disto somos lembrados sempre que ele nos deixa sua bênção, nos termos: "O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz (Nm. 6.24-26)".

Amém!

 




P. Mauri Magedanz
Sinimbu, RS, Brasil
E-Mail: maurimagedanz@gmail.com

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