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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

5° Domingo na Quaresma, 17.03.2013

Predigt zu João 12:1-8, verfasst von Cledes Markus

 

 


Prezada Comunidade!

As celebrações da Semana Santa se aproximam! Os últimos acontecimentos da vida de Jesus estão bem presentes. A quaresma é oportunidade para recordar que Cristo assumiu a ação amorosa de Deus neste mundo com todas as consequências, inclusive a morte na Cruz. A quaresma é também um tempo favorável para a manifestação de nossa gratidão a Deus em ações de graça e de serviço a Jesus.

O texto bíblico indicado para a reflexão deste 5º domingo de Quaresma (João 12: 1-8) também está entre os relatos dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Ele envolve a ação de uma mulher que serviu a Cristo. Esta ação de graça e serviço é tão significativa que o próprio Jesus mencionou que sempre será lembrada onde o Evangelho for pregado. Portanto, ela nos vem como testemunho importante.

O relato conta que faltavam seis dias para a Páscoa. Era tempo de festa, de celebrar a vida, de recordar a libertação das opressões. Tempo de manifestações de gratidão a Deus por sua bondade, misericórdia e graça. Mas também já era tempo da perseguição de Jesus. Os planos para tirar a sua vida estavam em andamento. Os seus caminhos de sofrimento já tinham iniciado.

Naqueles dias, Jesus havia ido ao povoado de Betânia, onde um grupo de pessoas amigas havia preparado uma ceia. Lázaro, aquele que havia sido ressuscitado, estava sentado junto à mesa. Marta ajudava a servir a ceia. Maria, em seu propósito de servir a Jesus, pegou um frasco com bálsamo perfumado muito caro, derramou sobre os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos. O perfume se espalhou por toda casa.

A ação de Maria provocou forte reação por parte dos presentes. Judas, aquele que iria trair Jesus, manifestou sua contrariedade e criticou a mulher. Ele afirmou que aquele perfume caro, equivalente a trezentas moedas de prata poderia ter sido vendido e doado aos pobres. Jesus, no entanto, aprovou a ação da mulher. Afirmou que os pobres continuarão por mais tempo entre os presentes, mas que ele nem sempre estará.

Esta ação de Maria foi uma unção amplamente praticada nos tempos bíblicos. Ela podia representar um gesto de cortesia e apreço a alguém; era a forma como os reis costumavam ser ungidos pelos profetas e pelos sacerdotes; e também os mortos podiam ser ungidos. O ato de ungir geralmente era praticado por homens. Aqui, contudo, foi Maria, uma mulher, quem efetuou esta tarefa. Neste caso, o propósito de servir Jesus, não foi impedido pela tradição ou pelas convenções sociais. Ao contrário, a ação de servir rompeu barreiras, o que foi apreciado pelo próprio Jesus.

Maria, ao servir Jesus na unção manifestou todo apreço e amor por ele. Ao mesmo tempo prestou-lhe honras, reconhecendo-o como Messias. A ação, contudo, teve um sentido ainda muito mais profundo. O significado do seu ato foi revelado na fala de Jesus "que ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem". Esta interpretação mostrou que Maria percebera a iminente perseguição e morte de Jesus. Ela havia entendido a necessidade do Messias assumir o sacrifício e o caminho do sofrimento.

Maria soube perceber que aquele momento era último e irreversível para Jesus. Ele estava partindo. Esta era a oportunidade que se oferecia para expressar o seu amor e para servi-lo. Maria percebeu corretamente os sinais dos tempos, fez a leitura certa do momento histórico e agiu.

Nesta ação, Maria se colocou ao lado de Jesus. Ajudou-o de forma solidária a preparar-se para enfrentar os caminhos de sofrimento. Ela fez tudo o que pode. Assim, naqueles últimos dias antes da morte, aquele óleo de nardo certamente era muito mais do que um bálsamo que alivia dores.

Neste contexto pode-se entender a natureza do bálsamo. Ele é de nardo puro. Uma planta da Índia, cujo aroma era muito apreciado e o valor muito alto. Assim, Maria não ofereceu um perfume qualquer, mas o de um bálsamo preciosíssimo. Foi a expressão do mais alto reconhecimento e amor que dedicava a Jesus como pessoa e como Messias.

Enquanto Maria servia Jesus, Judas, o tesoureiro do grupo, calculava o valor econômico daquele perfume. Estava avaliado em 300 moedas de prata, o equivalente a um ano de salário. A indicação de vendê-lo e colocá-lo a serviço dos pobres foi legítima. Pois na época havia muitas pessoas cansadas e sobrecarregadas pelo trabalho árduo e extrema pobreza. A resposta de Jesus levou a sério e radicalizou a preocupação com os pobres. A presença de pobres entre o grupo não podia representar unicamente um compromisso momentâneo e circunstancial (distribuir algumas esmolas naquele momento), mas a situação de pobreza e miséria deveria ser uma preocupação permanente.

Jesus disse que, após ele morrer, os pobres ainda seriam por mais tempo parte integrante da vida das pessoas presentes àquela Ceia. Desta forma, ele sugeriu e convidou para fazerem o bem aos pobres sempre que confrontados com sua situação de miséria. Em outras ocasiões, Jesus havia indicado não só a inconformidade com situações de pobreza, opressão e violência, como também a opção radical a serviço da dignidade, da justiça e da vida em sua plenitude.

Maria percebeu que naquele momento Jesus fora a pessoa mais importante e mais necessitada de sua ação e de seu servir. Os pobres ainda estariam com ela, enquanto que Jesus estava diante de seu caminho de sofrimento e morte. Era preciso dar-lhe toda prioridade e atenção. Ela fez o que pode, antecipou-se a ungir Jesus em vida.

O testemunho de Maria levanta a pergunta: como nós hoje podemos testemunhar e servir a Cristo? A quaresma pode ser um tempo em que nos lembramos de tudo aquilo que fazemos ou deixamos de fazer para testemunhar e servir a Cristo. Que coisas preciosas nós temos para colocar a seu serviço? Que ações podem se transformar em bálsamos para pessoas em dificuldades? Como ser e demonstrar solidariedade àquelas pessoas em caminhos de sofrimento? Como nos colocar a serviço da dignidade, da justiça e da vida plena das pessoas e de toda a criação?

Enfim, quaresma é um tempo favorável para renovar nosso propósito de testemunhar e servir a Cristo. Que o Espírito Santo nos aponte caminhos e nos fortaleça na fé!

Amém!

 

 



Pa. Cledes Markus
São Leopoldo, RS, Brasil
E-Mail: cledes@est.edu.br

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