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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Domingo de Pentecostes, 19.05.2013

Predigt zu Romanos 8:14-17, verfasst von Martin N. Dreher

 

Irmãs e irmãos!

Neste Domingo de Pentecostes, aniversário da Igreja e também desta comunidade e de cada um de nós, somos lembrados pelo apóstolo Paulo de que em nós, desde o dia de nosso Batismo, habita o Espírito Santo. Em nossa vida normal, em nosso dia-a-dia, ele nos impulsiona. 1) É o motor de nossa vida cristã; 2) É testemunha a nosso favor de que somos filhos e filhas de Deus; 3) É garantia de futuro com Deus.

1.

"Somos guiados (impulsionados) pelo Espírito." O Espírito Santo é o motor com mais HP (potência) que conhecemos. Cristãos não são pessoas que se põem a si mesmos em movimento. São como barco a vela que só anda quando o vento sopra em suas velas. No máximo colocamos as velas no veleiro; quem as impulsiona é o poder (HP) de Deus; quem faz o barco andar é o Espírito Santo.

Parece muito fácil a gente entender isso. Não é? Mas como é que fica quando o vento não sopra e o barco fica parado? Aí vem a tentação: Vou botar o meu motor a funcionar. Vou ligar o motor das minhas reservas. Lembram? Aquele motorzinho que a gente pensa ter lá dentro para quando Deus falhar. É o motor de nossos baixos instintos que nos leva a querer ser mais em termos de fé e de realizações religiosas do que outras pessoas e que sempre de novo diz: "Pô, Deus; por que nos outros e em mim não!?" O combustível de nosso motor de reserva se chama: "querer aparecer"! E quando esse combustível está em ação, aí o vento de Deus nos deixa na mão.

Como é que saímos dessa situação? Abrindo os olhos! Quando a gente abre os olhos, a gente descobre que há muito Jesus nos libertou daquela necessidade de ter que aparecer; também como "bom" cristão com grandes realizações. Quando a gente não sabe a respeito de Jesus, aí nos encontramos num aperto: temos que, desesperadamente, fazer o nosso barco andar. Quando a gente abre os olhos, a gente vê Jesus, aquele que nos liberta daquela necessidade desesperada de termos que ser. Aí a gente descobre que é aceito, assim como a gente é. Aí a gente confia. Em quê? Que o vento vai soprar. Elias, o profeta, experimentou que o vento de Deus é brisa suave. Brisa move, empurra. Nem sempre o "sensacional", o "extraordinário" é Deus. É com brisa suave que Deus toma conta de nosso coração, com "amor". Deus nada exige de nós, que Ele não nos tenha dado. Deus impele a gente com vento que vem de trás. Ele também não exige que, após haver "soprado", nós "tenhamos que...". Aí já não seria Ele, mas nós a impelirmos, a tocarmos o barco. Vida cristã é vida impelida, é sopro que vem de fora.

2.

Os que são guiados (impulsionados) pelo Espírito --- "são filhos de Deus". O Espírito nos dá a certeza e é testemunha de que somos filhos de Deus. Por natureza, queremos o nosso motor, somos pecadores, inimigos de Deus, mas Jesus se tornou nosso "irmão". Isso faz de nós "filhos". Não somos mais inimigos de Deus. Quando o Espírito de Deus sopra em nós, aí a vida de Deus está em nós. Não fomos nós que fomos morar Nele; Ele veio morar em nós. Não fomos nós que nos convertemos a Ele; Ele se converteu a nós. Somos seus filhos; não somos seus escravos. O Espírito de Deus não escraviza, não mete medo (v.15). Quem é escravo faz o que faz porque está obrigado. Só obedece. Não dispõe de seu corpo. Não é filho. Filhos fazem o que fazem porque o querem! O que a pessoa cristã faz, ela o faz em liberdade! O amor daquele a quem designamos de Senhor tomou de tal maneira conta de nós que só podemos amar. Só conseguimos dizer: "Aqui estou, de outra forma não posso, que Deus me ajude. Amém." Essa é a liberdade de quem é impelido pelo Espírito. Nada faz obrigado porque o vento de Deus estica suas velas ao nelas soprar.

Quando recebemos a certeza de que somos filhos, temos a autorização para dizer "Pai". Sei que muitos de nós podem ter dificuldades para usar a palavra "pai". Lembro, porém, da paternidade da qual fala Jesus. Os maus pais não fazem de Deus terrível carrasco. "Baba", depois "Papa" é nosso primeiro e mais original balbucio para expressar confiança. Confiança não é medo. Podemos nos achegar a Deus e lhe contar tudo. E, se não conseguirmos fazer isso, o Espírito fala por nós e Deus nos entende. "Como um pai se compadece de seus filhos,..." (Salmo 103,13).

3.

"Filhos". Esta é nossa designação, o direito que nos foi adquirido por Jesus, do qual o Espírito testifica. Mas somos mais: somos "herdeiros". Com essa palavra, o apóstolo Paulo diz o que nos aguarda. Escravos não herdam; filhos sim. Pertencemos a Jesus e, por isso, ao Pai. Daí que tudo o que é dele é nosso. Sim, hoje tudo o que é Dele é nosso e, com toda a certeza, na eternidade futura. Podemos nos "gloriar" (Rm 5,2) disso e enfrentar todos os sofrimentos (Rm 8,18) com os quais certamente nos haveremos de ver confrontados. Somos filhos.

O Deus que nos aceita misericordiosamente nos valoriza e nos deixa aprender que vivemos a partir Dele. Já herdamos aqui o que haveremos de herdar. Quem é filho de Deus herdou a terra prometida, vida concreta, e Jesus lembra isso nas bem-aventuranças (Mt 5,5). Quem sabe que Jesus ressuscitou sabe que já herdou a ressurreição, mesmo que o crucificado tenha ainda as marcas da cruz e que, por isso, devemos às vezes experimentar cruz. Mas, nos "gloriamos" da vida futura.

Por fim, não deveríamos esquecer uma coisa: O Espírito de Deus não pode ser "demonstrado", age no contrário do que ele é. Não o confundamos com fenômenos da natureza. Volto a lembrar Elias no Horebe (Sinai). Ele nos toca, embala, impulsiona, suavemente. É Deus, não é mundo. Age em nós, nos dá testemunho de nossa filiação, nos dá a certeza de um futuro com Deus. É bom sabermos disso no aniversário da Igreja, da comunidade e de nós mesmos.

Amém.

 



P. Martin N. Dreher
São Leopoldo, RS, Brasil
E-Mail: martindreher@terra.com.br

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