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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

6º Domingo após Pentecostes, 30.06.2013

Predigt zu Lucas 9:51-62, verfasst von Claus Brunken

 

Estimada comunidade!

Aqui vemos Jesus na última etapa de sua vida, o que os exegetas chamam de “a caminho de Jerusalém” (v 51). Ele sabe que a cruz o aguarda. Por isso, precisa preparar seus discípulos para darem continuidade à sua obra. Nosso texto encontra-se entre o envio dos doze (Lc 9.1s) e o envio dos setenta (10.1s). Portanto, também este texto tem como pano de fundo a preparação dos discípulos.

Antes de assumir o pastorado, há 25 anos atrás, eu já tinha tido outras oportunidades de trabalhar na igreja: Na equipe de liturgia, na coordenação do Coro de Trombones, no acompanhamento de outros pastores durante o estágio curricular, etc. O mesmo aconteceu com os discípulos de Jesus. Eles iam aprendendo enquanto caminhavam com ele. E a chegada deles a uma cidade samaritana forneceu uma nova oportunidade de instrução. 

É importante lembrar do ódio que havia entre judeus e samaritanos; estes não eram hospitaleiros para com aqueles. Assim também o experimentou Jesus: Os samaritanos “não o receberam” (v 53). É por causa dessa inimizade que os discípulos perguntam: “queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (v 54). Talvez os discípulos tivessem em mente, neste momento, o acontecimento de 2 Rs 1.10s, falando do que Elias fez aos 50 soldados do rei Acazias. Mas Jesus não é favorável a esta medida. Ele responde: “Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”, (v 55s)  como o  lemos na tradução de Almeida. De fato, o sentido original é que Jesus não veio para matar, ele veio para salvar.  

Certa vez a comitiva de uma Comunidade, em audiência com o bispo católico, solicitou que os integrantes de um grupo de canto fossem expulsos da mesma. Diziam eles: “quando eles saírem, tudo vai melhorar!” Ora, não era este o espírito de Jesus; o propósito de seu ministério era a salvação e não a briga por poder (cf. 9.46s). Nem quis que sua opinião prevalecesse. 

Um pregador observou que tornar-se discípulo de Jesus é como o caso de um motorista que aprendeu a dirigir em um país onde o tráfego se orienta pelo lado esquerdo. De repente está num país onde é forçado a dirigir à direita. Por isso mesmo precisa desaprender o velho hábito e aprender o novo; e, pior, precisa aprender isso no meio do trânsito. Assim também acontece conosco: Entendemos que a fé cristã é essencial para a nossa vida; e queremos fazer aquilo que é da vontade de Deus. Então há coisas que precisamos reaprender. E aprender a ver as coisas da forma como Jesus as vê – com o seu “espírito” e não com o nosso.

Jesus voltou aos céus (Ascensão) e nos deixou como mandato continuar sua obra de salvação. Para tanto nos escolhe, nos prepara e nos instrui. Se assumirmos esta vocação, esta missão, então a obra de Jesus continuará. Se não, outros o farão, e então nossa Igreja irá definhando, perdendo o seu foco, perdendo membros, perdendo gerações.

Quando nos posicionamos contra algumas coisas típicas da nova geração, por exemplo: bateria ou guitarra na igreja; jovens com boné, brincos, roupas estranhas; ritmos diferentes; então precisamos nos perguntar – qual era o espírito de Jesus? Salvar, amar, incluir. Precisamos lembrar da forma como Jesus foi receptivo com Zaqueu e com tantos pecadores de seu tempo.

E Jesus continua sua instrução aos discípulos. Aquilo que Ele diz nos versículos 57 a 62 podemos resumir na palavra desprendimento. Desprendimento de bens: “o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. De legalismos: “deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos”.

Ser cristão é aprender a se desprender de bens materiais. Em primeiro lugar precisa estar o Reino de Deus e a justiça de Deus. O cristão deixará de ganhar dinheiro se para tanto se nega a fazer algo contra os mandamentos. Investirá primeiro nas coisas eternas (suas ofertas, contribuições, eventos da Igreja, retiros) e depois nas coisas materiais (carro, som, computador). Fará o possível para que seu trabalho não impeça sua participação na Igreja e na missão de Jesus Cristo. 

Ser cristão é aprender a se desprender de legalismos, de normas e tradições caducas, puramente formais. As pessoas estarão em primeiro lugar, e não as normas. Por exemplo, a presença de uma pessoa no culto nos alegra, mesmo que não esteja com roupas a nosso ver adequadas. Ou mesmo que tenhamos o direito de mover um processo trabalhista, na justiça comum, contra um irmão da igreja, vamos buscar outras alternativas. Não será preferível isto?

Ser cristão é aprender a se desprender dos laços de relacionamento. Em 1 Rs 19.20 Eliseu, quando chamado a ser discípulo de Elias, pede para despedir-se de seus pais, e ele pode fazê-lo. Aqui, porém, Jesus não o permite, pois não há tempo a perder; o essencial é falar aos outros de Jesus. Assim ainda o é hoje. Alguns cristãos, porém, colocam compromissos familiares, ou de amigos, como prioridade: Aniversários, viagens, futebol com amigos tornam-se motivos para faltar às programações da Comunidade. Estará certo isto?

A seguir, Jesus lembra a seus discípulos que “a decisão por segui-lo não pode ser fruto de uma emoção momentânea...; é preciso estar com os pés no chão, na realidade; saber das implicações e conseqüências desta caminhada: Jesus não é compreendido pela sua família...; não tem morada fixa nem bens e depende da generosidade de amigos..; é caluniado e perseguido...; não oferece segurança nem formação como os rabis aos seus alunos” (Paulo Daenecke, em Proclamar Libertação X, pg. 252).

Os discípulos de Jesus são confrontados com a escolha, ou ir com Jesus para Jerusalém, e assumir com ele os riscos do discipulado, ou permanecer na Galiléia, evitando o conflito. Também nós podemos decidir – ninguém é obrigado a ser cristão! Mas se entramos por este caminho, não podemos mais olhar para trás (v 62). É necessário nos empenharmos como o agricultor que maneja o arado, olhando fixamente para frente. Assim somos chamados  a nos concentrar em nossa missão.

Empurrar o arado não é algo prazeroso. Mas a alegria vem depois, quando se vê a colheita. Ser discípulo de Jesus nem sempre é algo prazeroso. Se esperarmos fazer na igreja somente aquilo que nos alegra, que nos dá prazer ou diverte, ainda não entendemos a instrução de nosso Mestre. Antes façamos aquilo que agrada ao dono do campo, e que, conseqüentemente, vai resultar em boa colheita.

Amém.

 



Pastor Claus Brunken
Braço do Trombudo (SC), Brasil
E-Mail: brunkenclaus@ig.com.br

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