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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

12º Domingo após Pentecostes / Dia dos Pais, 11.08.2013

Predigt zu Lucas 12:32-40, verfasst von Eloir Enio Weber

 

 

Preparo preliminar: Preparar um baú pequeno - tipo baú do tesouro - e uma bolsa velha, rota. Reservar alguns objetos e palavras/frases que, conforme forem aparecendo na pregação, são colocados no baú, ou na bolsa velha, conforme o tipo de "tesouro" que os mesmos simbolizam. No texto da presente prédica, o que estiver marcado com o número (1) colocar no baú e (2) colocar na bolsa....

 

Estimada comunidade!

Desejo que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos. Amém.

Qual é o maior e melhor tesouro que um pai pode deixar para o seu filho ou sua filha? Certamente, como pais, corremos atrás de tesouros valiosos (mostrar o baú) e tesouros falsos (mostrar a bolsa rota) para os nossos filhos, para nós mesmos e para a nossa família.

Como pais, queremos o melhor para os nossos filhos. Lutamos, buscamos, trabalhamos para garantir que eles não passem por necessidades. Historicamente cabia ao pai buscar o sustento e o bem-estar da família. Não deixar faltar nada. Esta tarefa os pais sempre assumiram com muita dedicação - e isto, de uma forma ou de outra, ainda está presente em nosso meio.

Quem é pai no mundo atual conhece bem as cobranças e a pressão dos filhos para ter a roupa e o tênis da marca da moda (2), para ter os brinquedos mais modernos (2), para ter o celular com mais recursos (2), o tablet (2), .... Assim como os filhos pressionam os pais, assim eles (os filhos) sofrem a pressão social, em uma sociedade na qual se valoriza os bens materiais (2), a comodidade (2), a conectividade (2). Eles precisam estar "linkados", "plugados", para serem acolhidos pelo grupo. Como, então, lidar com isto? Como passar valores aos filhos em uma sociedade materialista (2), da posse (2), do grupo, da tribo?

Um dos grandes equívocos dos pais da atualidade é não permitir que o filho se frustre ("que o filho não se frustre" - 2). Não permitir que o filho sofra com a decepção ("que o filho não se decepcione" - 2) de não ter determinado objeto do sonho. Os pais têm dificuldades de dizer "não". O "não" (1), o limite (1), é um dos grandes presentes de futuro que um pai pode dar ao filho. Dizer "não" é um ato, é um gesto de profundo amor (1). Os filhos esperam isto dos pais, eles necessitam que alguém lhes dê balizas claras (1) que indicam limites (1) e, ao mesmo tempo, caminhos (1).

Com tudo o que se necessita na sociedade atual, é preciso trabalhar muito para manter todo o conforto da família (2). Por isto, não raras vezes, os pais estão estressados e cansados demais para brincar e dar atenção ao seu filho (2). É preciso buscar cada vez mais um novo MBA, um curso de qualificação porque o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e quem não consegue competir (2), é colocado de lado ("exclusão" - 2) sem dó e piedade. Este é o quadro no qual os pais estão inseridos, tentando viver, tentando amar, tentando se equilibrar na roda viva da vida.

Amar é muito mais do que manter as necessidades. É abraçar (1), brincar (1), dedicar (1), passear (1), conversar (1) e orar (1).

O texto bíblico de hoje traz, através de palavras ditas pelo próprio Jesus Cristo, uma promessa, uma palavra de esperança: "Pequenino rebanho, não tema. Deus tem prazer em lhe dar o seu Reino (1)" - v 32. Esta promessa contém uma admoestação: "ajunte tesouros que não se deterioram, que as traças não podem consumir, nem os ladrões podem levar (1)" - v. 33. E, o pedido mais difícil de Jesus neste texto: "vendam os bens terrenos e deem esmolas aos necessitados (1)" - v. 33. No fim do texto, Jesus diz que o Reino de Deus vem sem que ninguém saiba quando há de vir. Ele quer, acima de tudo, demonstrar que "onde está o tesouro para o ser humano, ali está também o coração humano pulsando (1)." - v. 34.

O que move o ser humano? Esta é a pergunta de fundo. São os valores sociais - que aprisionam - que escravizam (mostrar bolsa), ou são os valores da fé, da espiritualidade - que libertam - que levam ao entendimento e à harmonia (mostrar o baú).

Penso que este texto traz uma boa reflexão para esta data festiva, que é o Dia dos Pais. Ele quer nos levar a refletir sobre quais os valores que passamos aos filhos e netos, às gerações futuras. Se o nosso coração pulsa para as coisas passageiras (2) ou se ele pulsa para as coisas eternas (1).

Ouvi, certa vez, uma história que nos auxilia em nossa reflexão a partir deste texto bíblico.

Um dia, um pai de família muito rica levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres. O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestígio social; o pai queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.

Eles visitaram um primo, em uma casa pequena e simples.
Quando retornavam da viagem, o pai perguntou ao filho:
- E aí, filhão, como foi a viagem para você?
- Muito boa, papai.
- Você viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza?
- Sim pai! Retrucou o filho, pensativamente.
- E o que você aprendeu?
O menino respondeu:

- Eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu. Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma floresta inteirinha. Nós temos alguns canários em uma gaiola eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!

O filho suspirou e continuou: - E além do mais papai, observei que eles oram antes das refeição, enquanto nós em casa, sentamos à mesa falando de negócios, dólar, eventos sociais.

Percebi que o pai do Tonho brinca e conversa com ele. E antes de dormir, o Tonho recebe um beijo e um abraço do pai. O senhor nunca tem tempo para estas coisas bobas.

No quarto, onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive a nossa visita na casa deles. Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, ficamos na internet ou assistimos televisão e dormimos. Outra coisa, papai, dormi na rede do Tonho, enquanto ele dormiu no chão, pois não havia uma rede para cada um de nós. Na nossa casa colocamos a nossa empregada para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos, sem nenhum conforto, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando.

Na medida em que o garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem graça e envergonhado. O filho na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, concluiu:
- Obrigado papai, por me haver mostrado o quanto nós somos pobres!

Queridos pais. Neste dia especial para vocês desejo que Deus os encoraje a seguir na contra-mão daquilo que na sociedade se prega em relação aos valores. Que vocês possam ter tempo para os seus filhos, entender o seu universo, as suas angústias. Você não precisa ser um super-herói, precisa ser um pai para o seu filho. Ore com ele, cante com ele, conviva com ele, que assim você vai passar para ele os valores e exemplos de fé. Isto é, verdadeiramente, importante e é eterno, pois aponta para o centro da nossa fé: Cristo Jesus, que na cruz morreu para nos salvar (1). Este é o maior tesouro que você pode deixar para o seu filho. Que Deus o auxilie.

Amém.

 



P. Eloir Enio Weber
Porto Alegre, RS, Brasil
E-Mail: p.eloir@salvador.org.br

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