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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

15º Domingo após Pentecostes, 09.09.2007

Predigt zu Lucas 14:25-33, verfasst von Meinrad Piske

 

Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse:  Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.  E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou, qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. 

Estimada comunidade!

Ser discípulo não é fácil, pelo contrário: pode tornar-se bem difícil. Quem quer ser discípulo de Jesus tem um preço a pagar, um alto preço. Não basta fazer parte da multidão que o acompanha, a multidão que se encanta com aquilo que ele diz e ensina, e fica maravilhada com os milagres e os sinais que ele realiza.

Ser discípulo requer mais. Não é simplesmente uma opção ouvi-lo e acatar o que testemunha e ensina. É mais que isto. O que chega a assustar é a forma radical destas palavras. A gente sente: aqui vale o "tudo ou nada". Não existe meio termo.

Olhemos na ordem inversa o que o Evangelista Lucas escreveu. Vamos olhar para os dois  exemplos, as duas parábolas, aquela do homem que começou a construir uma torre e aquela do rei que vai à guerra com 10.000 soldados, para assim nos aproximarmos do entendimento das palavras assustadoras que afirmam: quem não aborrece pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e a si mesmo não pode ser discípulo de Jesus.

A pessoa que vai construir - construir uma torre diz Jesus - faz primeiro seus cálculos para ver se a despesa projetada pode ser coberta com os meios disponíveis. Esta é a situação normal. Prudente é todo aquele que planeja, que sabe planejar. Faz o levantamento do que necessita e depois compara com os meios de que dispõe. A partir da exatidão deste seu cálculo e orçamento ele pode decidir se vai ou não vai iniciar a obra ou se abandona a sua idéia. São muitos os exemplos de casas, prédios, estradas e pontes que foram iniciadas e não puderam ser concluídas porque faltou a verba necessária. Ou o cálculo não foi correto, ou nem foi feito. Deve haver cuidadoso e sério planejamento. Quanto tenho para investir? Quanto posso gastar e de quanto necessito? E quando alguém começou com alegria e com entusiasmo a sua edificação e não consegue mais prosseguir, quando só o fundamento ou mesmo só uma parte foi concluída, as pessoas dirão zombando: Este homem começou a construir, mas não conseguiu terminar. Foi uma falha humana, que teria sido evitada. Caso tivesse feito planejamento e previsão.

Isto aconteceu com a multidão que acompanhou Jesus até a sua entrada triunfal em Jerusalém e "passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor." Foi a multidão que não teve força, não teve coragem, não teve fé e persistência para continuar com ele até na sexta feira. Ao contrário: na sexta feira pediu a sua morte.

Na segunda parábola um rei é envolvido numa guerra. O adversário invade o seu reino e se aproxima com um exército formado por vinte mil soldados. Para se defender ele dispõe de dez mil soldados, a metade da força de seu adversário. O que fazer? Lutar mesmo assim, sem perspectiva de vencer? Esta parábola deixa bem claro que o rei não pode ficar omisso, o adversário está invadindo o seu reino. Ou ele enfrenta o grande exército de vinte mil soldados com os seus dez mil homens armados ou ele negocia, pedindo condições de paz. Assim é o chamado ao discipulado: Ou a atitude a ser tomada é a de seguir com todos os riscos que podem advir ou então entrar em negociação para evitar o confronto.

As duas parábolas contadas por Jesus alertam para a necessidade de pensar e repensar bem a situação: eu tenho ou não tenho capacidade para terminar a construção da casa, eu tenho ou não tenho capacidade e disposição para enfrentar as adversidades?  Em palavras bem concretas: Eu estou disposto a correr os riscos inerentes ao chamado para ser discípulo? Ou é melhor nem começar com a construção da casa ou então avaliar a situação e pedir as condições de paz para evitar a luta?

Mais explícita e mais categórica e radical do que as duas parábolas é a palavra

de Jesus, que vendo as grandes multidões que o acompanhavam, diz aos acompanhantes:

"Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs .....não pode ser meu discípulo." Não são compromissos que a pessoa decidiu assumir

por escolha pessoal como por exemplo a amizade. Pai e mãe estão protegidos pela boa vontade de Deus expressa no quarto mandamento e o matrimônio é protegido pelo sexto mandamento. No Evangelho de Mateus está escrito que sendo o amor ao pai e à mãe, ao filho e à filha  maior do que o amor a Jesus, a pessoa não é digna dele (Mt.10.37-38). No Evangelho de Lucas as palavras de Jesus são mais drásticas: Quem quer vir a Jesus e não aborrece seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos e irmãos não pode ser seu discípulo.

Ser discípulo de Jesus, esta é a situação visada nestas palavras. Tudo gira em torno do discipulado. Multidões se encantam e seguem Jesus, mas também o abandonam e não suportam a perspectiva de sacrifício. Mas significa então que para ser discípulo é necessário romper com todos os laços familiares, tornar-se monge eremita, afastado do convívio natural com as pessoas? É esta a alternativa? É a negação de tudo que é relacionamento humano o que Jesus quer? Ora, afastar-se do pai e da mãe e de toda a família e até aborrecê-los não é uma regra de vida. Atrás destas palavras está a prioridade da escolha.

Mas as condições são levadas mais adiante ainda: "se alguém vem a mim e não aborrecer a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo". Mesmo que alguém tenha feito todos os cálculos como o prudente construtor e o inteligente rei com o seu exército, mesmo que tenha a disposição de priorizar o ser discípulo de Jesus à sua família, seus pais e esposa, filhos e irmãos, o seu último teste deve ser em relação à pergunta para consigo mesmo. Não só sua existência, sua vida, mas mesmo a forma de vivê-la é essencial para a verdadeira compreensão do chamamento de Jesus para o discipulado.

Vale, e este é o preço, arriscar a vida, a própria vida, e ter disposição para tomar a sua cruz e seguir  Jesus. O hino "Segui-me, diz Cristo, o Senhor" do hinário da Igreja ilustra e detalha o chamado de Jesus. O chamamento para seguir Jesus é convite "Eu sou a luz, o meu fulgor as trevas alumia. Eu sou o vosso Bom Pastor, que os seus à vida guia. A senda quero vos mostrar, em que deveis peregrinar". E o hino continua, afirmando: "Os que me seguem, acharão em Deus o Pai bondoso.......eu mostro o que vos convém.........sou rocha e amparo aos filhos meus, comigo os levo para os céus". O hino, depois de descrever o que significa seguir Jesus, conclui: "Se alguém a vida quer salvar, sem mim está perdido. Quem a si mesmo renegar, por mim será remido. Quem não tomar a sua cruz indigno é de viver na luz."

Consideremos atentamente a situação dentro da qual o evangelista Lucas escreveu estas palavras de Jesus. Jesus não está no início de sua peregrinação na Galiléia, mas está no caminho a Jerusalém. Este caminho a Jerusalém o levará à morte na cruz. Preparando os seus seguidores, os discípulos que ele mesmo convocou, para aquilo que estaria diante deles em Jerusalém, Jesus disse estas palavras às grandes multidões que o acompanhavam:

"Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda sua própria vida, não pode ser meu discípulo."

                                                                                                                  Amém.

 



Pastor Meinrad Piske
, S.C Brusque
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