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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

24º Domingo após Pentecostes, 03.11.2013

Predigt zu Lucas 19:1-10, verfasst von Marcos Henrique Fries



A caminho de Jerusalém, rumo aos momentos derradeiros de seu ministério, Jesus passa por Jericó. A cidade é pequena, mas uma grande multidão cerca Jesus. A fama do mestre já se havia espalhado. Onde ele chega, logo é rodeado por muitas pessoas. Elas querem ver Jesus; querem ouvi-lo; querem, se possível, falar com ele e ser agraciadas com algum milagre. Entre as pessoas que desejam ao menos contemplar o famoso nazareno está Zaqueu. Não sabemos muito dele, a não ser que era publicano e rico. Publicanos eram integrantes do povo judeu que, porém, trabalhavam para o governo romano. Sua função era cobrar impostos. E foi cobrando impostos do povo que Zaqueu se tornara um homem muito rico. Além disso, sabemos que Zaqueu era um homem de baixa estatura. Por ser pequeno, mesmo se misturando à multidão, não conseguiria ver Jesus. Então, resolveu subir numa árvore. Do alto de seus galhos, conseguiria ver o mestre quando este passasse por lá. E foi o que fez. Todavia, algo muito estranho aconteceu. Do alto da árvore, enquanto observava Jesus e a multidão o comprimindo, Zaqueu é surpreendido pelo próprio mestre. Jesus olha para cima e diz: "Zaqueu desce depressa, pois me convém ficar hoje em sua casa". E Zaqueu, com a mesma pressa com que subiu, desceu, alegre pela honra de receber em seu lar o famoso hóspede. Em casa, diante de Jesus, talvez depois da ceia em conjunto, Zaqueu se levanta e toma uma importante decisão: dar aos pobres a metade de seus bens e ainda devolver, com juros, tudo o que havia roubado do seu pobre povo. E o hóspede, contente com o que tinha ouvido, precisou declarar: "Hoje houve salvação nesta casa".

Estimados irmãos, estimadas irmãs!

Esta é a história que lemos no evangelho de Lucas. Uma história conhecida de muitos, simples, mas carregada de significado. Olhemos para alguns detalhes deste relato e aprendamos com eles.

  1. Zaqueu quer ver Jesus. Assim como a multidão de Jericó, Zaqueu também já conhecia a fama de Jesus. Já ouvira falar de suas palavras e de seus milagres. Logo, assim como se um famoso artista chegasse em sua cidade, ele precisava ver Jesus. O que será que Zaqueu pretendia? Talvez ele queria simplesmente ver quem era o famoso homem. Talvez ele também desejava ouvi-lo. Talvez ainda ele quisesse ser abençoado com algum milagre ou alguma palavra de consolo. Não sabemos as razões, mas Zaqueu não pensou duas vezes: subiu numa árvore. Do alto dela seria possível ao menos contemplar aquele que tanto fizera e de quem tanto ouvira falar. É provável que nem mesmo o próprio Zaqueu soubesse direito o que estava fazendo, a razão de sua curiosidade. Mas, ainda que ele mesmo não entendesse os motivos de sua busca, Jesus sabia. Antes que qualquer pessoa avisasse Jesus sobre o publicano no alto da árvore, ele, ao passar debaixo dela, olha para cima e se oferece para ser hospedado por Zaqueu. Sim, prezados irmãos, esse encontro já estava previsto na agenda de Deus. A passagem por Jericó, a caminhada por aquela rua, o fato de Jesus, sem motivos aparentes, olhar para a copa do sicômoro... tudo já estava previsto. Jesus queria falar com Zaqueu. Ele desejava este encontro. E sabe o que mais? Na agenda de Deus está marcado um outro compromisso. Ele passa por nossa cidade e ele procura você. Ele deseja hospedar-se em sua casa, falar contigo. Zaqueu desceu depressa e alegre por poder receber Jesus em seu lar. E você? Estará você disposto a receber tão nobre visita? Entre as muitas pessoas que você recebe em seu lar, haverá lugar para receber Jesus? Pela porta, pela televisão, pela internet chegam tantas pessoas e tantas mensagens! Poderá também o mestre entrar?

  1. A multidão não aprova a opção de Jesus. Tantas pessoas boas com quem se hospedar e ele escolhe justamente a casa do maior pecador da cidade! E, de fato, Zaqueu não tinha as credenciais básicas para receber o Salvador. Trabalhava para o governo romano, que há tempos vinha explorando o povo. Enriquecera extorquindo a sua própria gente. Não, Zaqueu não era nem de longe o melhor anfitrião para o Filho de Deus. Outros moradores de Jericó eram mais dignos que Zaqueu. Lá havia gente que era fiel à lei de Deus, que observava com afinco os mandamentos do Criador, que não faltava ao culto no templo ou ao encontro na sinagoga, que não se misturava aos pecadores, que se submetia sem pestanejar às inúmeras tradições daquela nação. É na casa destas famílias que Jesus deveria jantar e pernoitar. Mas não na casa do publicano Zaqueu. Este traíra o seu próprio povo, trabalhando para o inimigo. Este fizera fortuna, roubando os seus próprios irmãos. Haveria pior lugar para Jesus se hospedar? Haveria pior anfitrião do que Zaqueu? Bem, certamente que Jesus não aprovava o tipo de vida que Zaqueu levava. Mas para quem mesmo Jesus viera? Ah, sim, "o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido". As pessoas santas, aquelas que não têm pecado, não precisam de Jesus, pois já garantiram para si próprias a salvação. Mas os "zaqueus", os pecadores, estes sim necessitam da visita do mestre. E os "zaqueus" somos eu e você! Somos nós os que não conseguem salvar-se a si próprios, e que por isso dependem desta visita de Jesus para não perecerem. E se somos como Zaqueu, pecadores e indignos da presença de Deus, somos também aqueles a quem Jesus busca, e em cuja casa ela quer ficar.


  1. Jesus está na casa de Zaqueu. Talvez eles tivessem terminado a janta, conversavam e, de repente, o anfitrião se levanta. Sem meias palavras faz uma declaração comovente: "Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais". Quer dizer: Zaqueu decidiu abrir mão de metade de sua fortuna em favor dos mais necessitados e devolver o dinheiro roubado. Um milagre aconteceu! Mas o que motivou este milagre? O nosso texto não dá detalhes. É possível que Jesus tenha pedido isso para ele. É possível também que Jesus tenha aberto os olhos de Zaqueu para o caminho errado que ele estava trilhando. Mas independente do que Jesus possa ter falado para o seu hospedeiro, importante mesmo é que ele tenha estado naquela casa. Sua presença por si só provoca transformação. É que não é possível continuar como se está após receber o Filho de Deus em sua casa, em sua vida. Seu amor, demonstrado através de sua presença em tão indigna casa, nos constrange. Seu gesto maior - aquele de assumir nossa culpa na cruz - nos leva a deixar o caminho errado e optar por segui-lo. Simplesmente não é possível ser tocado por tão grande amor e continuar vivendo de maneira que a fonte do amor - Jesus - reprove! Jesus não foi a casa de Zaqueu para jogar em sua cara as leis que ele descumpria. Jesus não se hospedou na casa de Zaqueu para apresentar-lhe uma nova lei a ser observada. Jesus foi a casa de Zaqueu para dizer "Eu te amo! Você não merece, Zaqueu, mas eu te amo!" Porventura, poderia Zaqueu ficar indiferente a isto? Não. Diante de tamanho amor, imerecido, ele decidiu mudar. Não passou a observar a lei, mas a fazer o que o seu amado, Jesus, esperava. Provavelmente, se isso ainda não aconteceu com você, prezado irmão e irmã, é porque Jesus ainda não entrou em sua casa.


Jesus está em nossa cidade. Passa perto de você. Deseja hospedar-se em seu lar, sinalizando seu amor. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, ele comigo" (Ap 3.20). Você ouve Jesus bater? Você ouve Jesus chamar você? É o que ele está fazendo através de sua Palavra. Descer da árvore e receber o mestre dependia de Zaqueu. Ouvir o chamado de Jesus e abrir seu coração depende de você. Tocado por um amor imerecido, Zaqueu corrigiu sua vida e foi salvo. Tocado pelo amor imerecido de Cristo, também você será outra pessoa. Assim, desça do sicômoro, abra a porta, receba o mestre, sinta o seu amor e mude o que tem de ser mudado. O Santo Espírito de Deus te ajude para isto. Amém.




P. Marcos Henrique Fries
Lages - SC - Brasil
E-Mail: mhenriquefries@yahoo.com.br

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