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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

18° Domingo após Pentecostes, 30.09.2007

Predigt zu Lucas 16:1-13, verfasst von Lindolfo Pieper

 

DIANTE DO TRIBUNAL DE DEUS

Lucas 16:1,2: "Disse Jesus também aos seus discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela".

Certo homem tinha três amigos. Um dia ele foi chamado ao tribunal. Os seus negócios estavam tão embaraçados que uma condenação parecia inevitável. Nessas circunstâncias recorreu aos seus três amigos, rogando-lhes que o ajudassem.

O primeiro amigo disse: "Tudo o que posso fazer é dar a você um traje novo para comparecer diante do tribunal". O segundo disse: "Irei com você até a porta do tribunal. É o que eu posso fazer por você". E o terceiro amigo, de quem mais nada esperava, disse: "Eu entrarei com você no tribunal e falarei a seu favor". Assim fez. Falou tão bem a favor do amigo, que este foi absolvido pelo tribunal.

Esta estória, dizia um velho oriental, será a história de sua vida no dia da sua morte.

Um amigo lhe dará o seu último trapo, a mortalha: é o dinheiro que vocês tanto amam. É o máximo que pode fazer. Outro amigo lhe acompanhará, é o mundo: os seus pais, seus amigos e conhecidos, que lhe acompanharão até o cemitério. É o máximo que podem fazer. O terceiro e fiel amigo, que não lhe abandonará, mas por você intercederá junto ao tribunal de Deus, é o Senhor Jesus.

Qual dos três amigos estará ao seu lado no dia em que você deixar este mundo, no dia em que você se encontrar com Deus em juízo?

É muito conhecida a história daquela senhora que cometeu um crime e não quis aceitar a ajuda de um advogado amigo, achando que podia se defender sozinha. Depois, no entanto, quando viu que ia ser condenada, resolveu procurar o advogado. Mas era tarde, pois este advogado havia sido nomeado como o juiz da cidade e ele teve que condená-la.

Jesus quer ser o seu advogado. Ele quer defendê-lo diante do tribunal de Deus. Diz o apóstolo João: "Filhinhos, não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo. Ele é o perdão dos nossos pecados, não somente dos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1 João 2.1,2).

Por isso, confie em Jesus enquanto você está aqui neste mundo, antes que você esteja diante do tribunal divino. Então Jesus poderá não mais ser o seu advogado, mas o juiz, que lhe dará a sentença final.

Um dia todos nós estaremos diante do tribunal divino para prestar contas a Deus por tudo o que fizemos ou deixamos de fazer. Por isso, a nossa maior preocupação, enquanto estivermos aqui neste mundo, deve ser a salvação de nossa alma, o preparo para o encontro que teremos com Deus. Diz o apóstolo Paulo em Filipenses 2.12: "Desenvolvei a vossa salvação com tremor e temor". E Jesus, em Mateus 6.35, nos exorta para que busquemos em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça.

Porém, o que se observa é o contrário. A grande parte da humanidade pouco se preocupa com a sua salvação. Vivem como se não houvesse um dia de prestação de contas.

Uns nem crêem na existência de Deus. Outros até crêem, mas não acreditam que possa haver vida depois da morte. E, como não acreditam na vida eterna, eles fazem das palavras "comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" o lema de sua vida.

Há aqueles que crêem tanto em Deus como na vida eterna. Mas estão tão ocupados com as coisas do mundo, com as riquezas e os prazeres da carne, que não conseguem tempo para se preocupar com a salvação de sua alma, para buscar as coisas de Deus. Eles se consolam com o pensamento de que ao homem cabe cuidar da sua vida terrena, pois do futuro Deus se encarrega, que na hora da morte Deus dará um jeito.

Para estes, e para o mundo em geral, é loucura alguém se preocupar com a sua salvação, de se preocupar com as coisas de Deus. Para eles os cristãos são uns tolos, de perder tantas coisas boas que o mundo oferece só por causa da sua salvação.

Eles não conseguem entender como alguém é capaz de ir à igreja todos os domingos, de tirar tempo para ler a Bíblia e renunciar os prazeres da carne por causa da salvação de sua alma.

Mas será tolice mesmo, conforme pensa o mundo, se preocupar com a salvação, com o nosso destino eterno? Será mesmo, como disse Jesus, tão importante assim buscar em primeiro lugar as coisas de Deus?

Conforme o Evangelho de hoje, preocupar-se com a salvação e buscar em primeiro lugar o bem estar espiritual é muito mais importante do que podemos imaginar. Tolice é não se preocupar com isso. É tolice por que:

Primeiro: um dia todos nós temos que comparecer perante o tribunal de Deus para lhe prestar contas da nossa vida. Segundo: Deus nos deu um prazo a fim de nos preparar para a vida eterna, e esse tempo um dia termina.

Diz Jesus no nosso Evangelho: "Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela".

Aqui nesta parábola Jesus fala de um empregado infiel, de um administrador que gastava os bens do seu dono de uma maneira irresponsável. O administrador agia como se tudo fosse dele, como se nunca tivesse que prestar contas a ninguém.

E assim ele foi levando a vida, gastando o que não era seu, sem se preocupar com o que poderia acontecer no futuro. Mas um dia ele foi descoberto e todos os seus erros vieram à tona: o seu patrão mandou chamá-lo à sua presença, pedindo que ele prestasse contas daquilo que estava fazendo. Disse-lhe o patrão: "Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela".

Nesta parábola Jesus descreve o procedimento da grande maioria dos homens, que vivem neste mundo sem Deus e praticam tudo o que é tipo de pecado, como se eles não tivessem que prestar contas a ninguém.

Eles não buscam o reino de Deus e nem se preocupam com a sua salvação. Acham que se preocupar com as coisas de Deus é pura perda de tempo. O melhor mesmo é aproveitar a vida, pensam eles.

Porém, pensar assim é uma grande loucura. É loucura porque há um Deus lá no céu, um Deus que tanto pode salvar como condenar. Lemos em Mateus 10.28: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele (Deus) que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo".

Nós não temos apenas um corpo, temos também uma alma. O corpo, na hora da morte, vai para a sepultura, mas a alma continua a existir. Lemos em Eclesiastes 12.7: "O pó volta à terra, como o era; e o espírito volta a Deus, que o deu".

E um dia, quando Cristo voltar, o corpo receberá de volta a alma que se desprendeu dele na hora da morte, e ele voltará a viver para sempre. Diz Jesus em João 5.28,29: "Vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição do juízo". E no livro do profeta Daniel 12.2 nós lemos: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão: uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e horror eterno".

O dia em que os mortos ressuscitarão é o dia do Juízo Final. Neste dia todos terão que comparecer diante de Deus para prestar contas a ele por tudo o que fizeram. Assim lemos em 2 Coríntios 5.10: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem e o mal que tiver feito por meio do corpo". E o apóstolo Paulo, em Atos 17.31, acrescenta, dizendo: "Por isso Deus adverte aos homens em toda parte que se arrependam, porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou".   

Infeliz daquele que comparecer ao tribunal de Deus sem estar preparado, sem ter se preocupado com a sua salvação. Infeliz daquele que viveu em pecado, que não aceitou a Cristo como o seu Salvador.

Este comparecerá de mãos vazias perante o Senhor, nada possuindo, a não ser uma enorme dívida: a dívida do pecado. Como não tem consigo nada para pagar essa dívida, será lançado fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes.

O administrador infiel foi trazido ao seu patrão e acusado por todos os males que praticou. Todos os seus erros foram revelados: os acusadores viram tudo o que ele fizera e contaram ao dono o que sabiam a respeito dele.

Também nós temos os nossos acusadores, aqueles que nos acusam diante de Deus quando erramos, quando cometemos algum pecado. São três os acusadores.

O primeiro acusador é o diabo. O diabo não apenas nos tenta, querendo nos levar ao pecado, mas ainda nos acusa diante de Deus quando pecamos. Em Apocalipse 12 ele é chamado de "o grande acusador, que nos acusa dia e noite diante de Deus".

O diabo nos acusa diante de Deus cada vez que nós pecamos, dizendo para Deus que pertencemos a ele, pois estamos fazendo a vontade dele e não de Deus. E ele não deixa escapar nenhum pecado, dedura tudo para Deus. 

O segundo acusador é Moisés. Diz Jesus em João 5.45: "Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança".  

Moisés simboliza a lei, visto que a lei nos foi dada através dele. E como é que a lei nos acusa? Simplesmente dizendo que estamos errados quando cometemos algum pecado. Cada vez que cometemos algum pecado a lei nos mostra o erro que cometemos, levando-nos às vezes  ao desespero. Para isso servem os mandamentos: para mostrar os nossos pecados.

O terceiro acusador é a consciência. A nossa consciência, assim como a lei, nos acusa cada vez que cometemos algum pecado. Ela nos faz sentir tristeza e provoca até mesmo remorso em nós pelos nossos pecados. Ela não nos deixa em paz enquanto não nos arrependemos dos nossos pecados e buscamos o perdão de Deus.

Todos esses acusadores nos acusam de havermos desperdiçado os bens do nosso dono. Isto é: eles nos acusam de termos pecado contra Deus. E eles têm razão.

Deus, como aquele homem rico, nos confiou uma riqueza enorme, que são: os nossos bens, dons, talentos e oportunidades. E o maior deles é o dom da salvação, a graça de Deus que nos é oferecida na palavra e nos sacramentos. Ai daquele que desperdiçar esse dom, não valorizando o que Deus nos oferece através de Cristo.

Mas ainda é tempo de usarmos os nossos dons a serviço do Senhor, de buscarmos a Deus e de desenvolver a nossa salvação.

Aquele administrador infiel, do qual Cristo fala no nosso texto, depois de ser acusado, teve tempo para por em dia os seus negócios e sair da situação difícil em que se encontrava.

Quando ele soube que fora acusado perante o seu chefe, não perdeu tempo, mas logo procurou uma maneira de escapar do perigo e sair do aperto em que se encontrava. Ele disse consigo mesmo: "O que farei, pois que o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu já sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas".

Ele chamou em seguida aqueles que deviam ao seu chefe e lhes perdoou a metade da dívida. Assim essas pessoas se tornaram em seus amigos; e ele, ao ser despedido pelo patrão, tinha agora onde ficar: na casa dos amigos.

Jesus conta essa história para nos mostrar que, assim como os filhos do mundo são espertos, usando de toda a astúcia e expediente para escapar de alguma dificuldade, assim também os cristãos devem usar de toda a prudência para escapar da condenação eterna. Eles devem de aproveitar bem o tempo que têm para se preparar para a outra vida. Devem se arrepender dos seus pecados e confiar no perdão de Deus antes que seja tarde.

Como o patrão daquele administrador infiel, Deus também se dirige a nós, dizendo: "O que é que você está fazendo? Preste conta da sua vida!"

Cada vez que ouvimos a palavra de Deus, Deus nos convida a prestar contas daquilo que estamos fazendo. Através da sua palavra Deus nos lembra que somos pecadores e que haverá um dia de prestação de contas. Por isso é necessário que aproveitemos o tempo que nos resta nesta vida para nos arrependermos dos nossos pecados e buscar o perdão de Deus.

O administrador infiel, na hora do aperto, tinha a quem recorrer: os seus amigos. Os seus amigos o socorreram na hora do perigo, dando-lhe proteção.

Também nós temos a quem recorrer. Quando Deus exigir prestação de contas de nós, nós podemos recorrer a Jesus. Jesus pagou pelos nossos pecados. Ele é o nosso amigo.

Quando a nossa consciência, ou a lei, ou o próprio diabo nos acusar diante de Deus, Jesus se transforma em o nosso advogado e nos defende, dizendo que os nossos pecados já foram perdoados, que não há mais nada contra nós. Diz o apóstolo João: "Filhinhos, não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nos pecados, e não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1 João 2.1,2).

Quando alguém entra em questão com alguma pessoa e leva o caso ao juiz, a pessoa acusada precisa de um advogado para se defender. E ajustar um advogado não é para qualquer um; é preciso muito dinheiro.

No entanto, para Jesus ser o nosso advogado não é preciso de dinheiro. Ele requer de nós apenas que reconheçamos os nossos pecados e confiemos que ele pode nos salvar. Diz ele na sua palavra: "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (João 5.24).

Se Deus lhe chamasse hoje para lhe prestar contas da sua vida, você estaria preparado para enfrentar o tribunal divino? Você tem a Jesus como o seu Advogado, Salvador e Amigo?

Lembre-se: um dia você estará diante do tribunal de Deus. Cuidado para não comparecer diante de Deus de mãos vazias, sem fé e sem arrependimento. E o que é pior: sem o advogado Jesus.

Por isso, busquemos, enquanto é tempo, as coisas de Deus, preocupando-nos com o nosso destino eterno, desenvolvendo com temor e tremor a nossa salvação, para que, quando estivermos diante do tribunal divino, Deus possa nos dizer: "Vinde, benditos de meu Pai. Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo".

Que Deus nos conceda esta graça. Em nome de Jesus. Amém.



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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