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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3º Domingo da Páscoa, 04.05.2014

Predigt zu Lucas 24:13-35, verfasst von Marcos Henrique Fries

Estimado irmão e estimada irmã!

Quão amarga é a dor quando um de nossos sonhos é frustrado! Um sonho é um desejo, um anelo, uma esperança de que algo se concretize. Mormente, esperamos vitórias e conquistas. Mas não raras vezes, temos de beber o cálice da derrota. Creio não ser preciso perguntar por quantos de nós já tiveram de beber o amargo cálice do sonho frustrado. Certamente, todos já passaram por esta experiência. Há os que sonharam com um casamento que não se realizou. Há os que sonharam com uma carreira que não se concretizou. Há os que sonharam com a cura de uma doença que não chegou.

Os discípulos que caminhavam rumo a Emaús, naquele primeiro domingo de Páscoa, também haviam bebido do cálice da derrota. Desde que conheceram Jesus, alimentaram lindos sonhos. Eles esperaram que Jesus fosse “redimir a Israel”, libertar o seu povo do jugo romano. E no entanto, na última vez em que tinham visto o Mestre, na sexta-feira, ele estava pendurado numa cruz, morto. Para eles, a morte de Jesus representava a morte de todos os sonhos e esperanças acalentados ao longo de três anos. Não haveria mais redenção para Israel. Não haveria mais libertação para aquele povo. A tão desejada vitória estava sepultada com Jesus, o Nazareno. Assim, tristes e cabisbaixos, eles percorriam os 12 quilômetros que separavam Jerusalém de Emaús. Conversavam entre si. Tentavam compreender o que tinha acontecido. Tentavam consolar-se mutuamente. Nisto, um terceiro caminhante se coloca ao lado deles. É o próprio Jesus, vivo, vencedor sobre a morte. Mas a desolação era tamanha, que os olhos dos discípulos sequer foram capazes de reconhecer o Senhor. Jesus os escuta atentamente. Mas chega o momento em que deve intervir. Explicando as Escrituras, Jesus mostra que o que ocorrera já estava previsto, que o Cristo tinha que padecer para entrar na sua glória, que o Cristo tinha que morrer para ser ressuscitado.

Então, tendo os discípulos chegado em casa, o caminhante desconhecido é convidado para ficar com eles, dado o adiantado da hora. Jesus aceita o convite. E durante o jantar, ao partir o pão, é Jesus reconhecido por Cleopas e seu amigo, que no mesmo instante, felizes, com suas esperanças renovadas, voltam para Jerusalém para compartilhar a boa notícia de que o Senhor ressuscitara. Sim, eles já não estão mais tristes nem cabisbaixos. Eles já não sentem mais o amargor da derrota, do sonho frustrado. Com a ressurreição de Jesus, ressuscitaram também os seus sonhos e as suas esperanças.

 

Estimada comunidade!

Hoje é o 3º domingo da Páscoa. Há duas semanas atrás nos reunimos neste lugar para festejar o milagre da ressurreição, a vitória da vida sobre a morte. E hoje somos convidados a perceber que a ressurreição de Jesus é também a ressurreição dos nossos sonhos e anelos. Com sua ressurreição, Jesus nos atesta algo que precisamos ter gravado em nossos corações: não está tudo acabado! Ainda há esperança para o seu casamento, que está em crise. Ainda há esperança para o seu filho, escravizado pelo álcool ou outras drogas. Ainda há esperança para o seu pai, que está enfermo. Ainda há esperança para a nossa cidade, para o nosso país, para o nosso povo. Ainda há esperança. Não está tudo acabado! Enquanto os discípulos de Emaús lamentavam a morte de seus sonhos, Jesus vencia a morte, demonstrando que ainda pode realizar milagres, pois nada lhe é impossível.

Todavia, vale lembrar que o Cristo vencedor, ressuscita as esperanças que correspondem ao seu plano. Os discípulos de Emaús cultivavam esperanças incorretas a respeito do Mestre. Desejavam que ele intervisse politicamente no curso da história, expulsando o dominador romano e reconquistando o trono para o seu povo novamente. E isso não fazia parte do plano de Deus. Através de Jesus, Deus pretendeu libertar as pessoas do jugo do pecado e abri-lhes as portas do Reino dos céus. Assim, diferentemente do que hoje muito se apregoa, Deus não pretende satisfazer desejos e caprichos pessoais nossos. Nem todos os nossos sonhos serão concretizados porque não fazem parte dos magníficos sonhos de Deus para nós. Às vezes, nossos planos são frustrados. Mas é aí que nos convém perceber se não recebemos algo ainda melhor do que almejamos. E mais: é sempre bom estarmos   conscientes de que os desígnios de Deus, ainda que plenos de amor e sempre visando o nosso bem, permanecem sendo mistério para nós.

Para concluir: o domingo de hoje também recebeu pela tradição o nome de Misericordias Domini. Este nome é inspirado no Salmo 33, versículo 5: “A terra está cheia da misericórdia do Senhor”. Por isso, no contexto de nossa igreja, hoje é comemorado o Dia Nacional da Diaconia. Diaconia é a ação misericordiosa da igreja de Jesus Cristo em favor dos sofredores. Logo, nós que cremos no Cristo vitorioso, e que sabemos que, por causa da Páscoa, ainda há esperança, não deveríamos, à exemplo de Jesus, colocarmo-nos ao lado dos que caminham tristes e cabisbaixos, ouvindo-os com amor, mas testemunhando-lhes a mensagem da vitória e, portanto a ressurreição dos sonhos? Creio que esta seria uma forma concreta de respondermos àquele que venceu e nos ressuscita a esperança de vitória. Que Deus nos abençoe. Amém.    



P. Marcos Henrique Fries
Lages, SC
E-Mail: mhenriquefries@yahoo.com.br

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