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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

20° Domingo após Pentecostes, 14.10.2007

Predigt zu Lucas 17:1-10, verfasst von Lindolfo Pieper

A IMPORTÂNCIA DE SE PERDOAR E SER PERDOADO

Lucas 17.3,4: "Acautelai-vos. Se o teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: ‘Estou arrependido', perdoa-lhe".

Geraldo não se sentia bem. Quando o pai voltou do trabalho, Geraldo subiu depressa ao seu quarto. Sua mãe teve que chamá-lo várias vezes para ele vir jantar. À mesa, o pai lhe perguntou: "Quem quebrou o vidro da janela da sala?" Geraldo não disse nada, mas sentiu um calor no rosto. "Você foi jogar bola lá, não foi?", disse o pai. "Eu lhe avisei uma porção de vezes que não fizesse isso!".

Geraldo não tirou os olhos do prato e ficou calado. Foi difícil engolir o pão que estava mastigando. Então começou a chorar. "Desculpe!", disse ele. "Eu pago o vidro que quebrei. Eu prometo que não vou mais jogar bola dentro de casa".

Os pais de Geraldo ficaram contentes em ouvi-lo falar assim. Ele estava sentido de ter feito o mal. E prometia melhorar. "Está bem", disse o pai carinhosamente. "Vamos esquecer o que aconteceu. Deus nos perdoa quando nós nos arrependemos, por isso nós também lhe perdoamos. Mas, por favor, seja mais obediente daqui por diante".

Na manhã seguinte Geraldo assoviava feliz a caminho da escola. O seu pai o havia perdoado.

Esta alegria que Geraldo sentiu no seu coração também nós a podemos sentir. Ela é o resultado do perdão de Deus. Diz o apóstolo Paulo em Romanos 5.1: "Perdoados de nossos pecados, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo".

Quem cometeu ou vive em pecado, tem a consciência pesada, sem paz no coração. Quando, porém, a pessoa confessa o seu pecado a Deus e recebe o perdão, ela volta a ter paz novamente.

Foi o que aconteceu com o rei Davi. Ele havia caído em adultério. Em lugar de resolver o problema, procurou esconder o pecado. Como conseqüência disso, ele perdeu a paz e alegria de viver. Era como se uma mão pesada estivesse sobre ele, esmagando os seus ossos.

Ele então resolveu confessar o seu pecado e colocar a sua vida espiritual em dia. E o resultado foi que a alegria voltou novamente ao seu coração. Mais tarde, recordando-se dessa experiência, ele diz: "Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga. Enquanto calei o meu pecado, eu me cansava, chorava o dia inteiro. Então eu confessei a Deus o meu pecado e ele me perdoou a minha maldade" (Salmo 32.2-5).

Por isso, se você cometeu algum pecado e o está escondendo, confesse-o logo a Deus. Tire esse peso do seu coração. Faça como o rei Davi, que você vai sentir uma paz muito grande no seu coração.

Mas, por que é que quando uma pessoa esconde ou vive em pecado não tem paz no seu coração? Por duas razões.

Primeiro: por causa do medo. Quem fez uma coisa errada, sabe que um dia será castigado. Uma criança, por exemplo, quando faz uma arte, ela se esconde de medo, mesmo que ninguém tenha visto o que ela fez. A mesma coisa acontece com uma pessoa que comete um crime: ela fica com medo e se esconde, pois sabe que a polícia um dia pode descobrir o que ela fez.

É o que acontece com o ser humano em relação a Deus. Quando ele faz alguma coisa errada, mesmo que ninguém tenha visto, ele foge e se esconde, como o fizeram Adão e Eva no jardim do Éden, pois sabe que terá que prestar contas a Deus.

Em segundo lugar: a pessoa que faz uma coisa errada não tem paz no seu coração por causa da sua consciência, que a fica acusando. A consciência é aquela voz interior, que nos acusa quando fazemos alguma coisa errada.

E é justamente a voz da consciência que o Espírito Santo usa para nos convencer do pecado. Cada vez que erramos, o Espírito Santo nos avisa do erro, criando o arrependimento em nosso coração. Ele só nos deixa em paz quando reconhecemos o erro e o confessamos a Deus. Diz o apóstolo Paulo em Romanos 5: "Perdoados de nossos pecados, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo".

O evangelho deste domingo, entre outras coisas, fala do perdão. Diz Jesus: "Acautelai-vos. Se o teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: ‘Estou arrependido', perdoa-lhe" (Lucas 17.3,4).

Segundo o evangelho de Mateus, quem provocou esta discussão foi o apóstolo Pedro. Pedro quis saber de Jesus até quantas vezes ele devia perdoar a uma pessoa que houvesse pecado contra ele, até sete? E Jesus lhe responde, dizendo: "Não te digo que até sete, mas setenta vezes sete" (Mateus 18.21-23).

E Jesus então, conforme o evangelista Mateus, conta a parábola do credor incompassível. Diz ele que havia certo homem que devia uma grande soma de dinheiro ao seu patrão. Este, chamando-o, ameaçou-lhe tomar a mulher, os filhos e vendê-lo como escravo se não lhe pagasse a dívida.

O homem, que não tinha dinheiro para pagar uma dívida tão grande, se ajoelhou diante do patrão e lhe pediu clemência. E este teve pena dele, perdoou-lhe a dívida e o despediu em paz.

Dias depois este homem, que foi perdoado de uma grande dívida, encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia uma pequena quantia de dinheiro. Agarrou-o pelo pescoço, exigindo que lhe pagasse a dívida. Como este não tinha todo o dinheiro na hora, pediu que lhe desse algum prazo. Mas o homem não quis saber de conversa: colocou-o na cadeia e o deixou preso até pagar toda a dívida.

O patrão ficou sabendo disso tudo, mandou chamá-lo, dizendo: "Empregado miserável. Eu perdoei tudo o que você me devia, porque você me pediu. Você devia ter tido pena do companheiro, assim como eu tive pena de você, perdoando-lhe a dívida".

E o patrão então, irado, mandou prender o empregado sem coração, a fim de ser castigado, até que pagasse a toda a dívida. E Jesus conclui, dizendo: "É assim que o Pai que está no céu fará com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão".

Essa parábola nos mostra como Deus nos perdoa. O patrão aqui representa Deus, o empregado somos nós, a dívida são os nossos pecados e o companheiro é o nosso irmão na fé. Assim como Deus nos perdoa, ele também espera que nós perdoemos uns aos outros.

Isto quer dizer que Deus, de certa forma, condiciona o seu perdão ao nosso perdão. Quem não perdoa aos outros quando é ofendido, também não tem o perdão de Deus. É o que Jesus também nos diz na oração do Pai Nosso.

Jesus, na oração do Pai Nosso, depois de nos ensinar a orar: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores", ele conclui, dizendo: "Porque se perdoarem aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará. Se, porém, não perdoarem aos homens as suas ofensas, tão pouco vosso Pai celeste vos perdoará as vossas ofensas" (Mateus 6.14,15).

É muito importante saber isso, porque sem o perdão Deus não nos aceita, não atende as nossas orações e nem aceita as nossas ofertas. Por isso Jesus, numa outra parte do evangelho, diz: "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta" (Mateus 5.23,24).

Muitas pessoas sabem disso, por isso não vão à Santa Ceia quando estão de mal com alguém. Mas será que elas também sabem que se morrerem nesta situação, Deus poderá não aceitar a sua alma, assim como não aceita a sua oferta?

Uma das coisas mais feia na igreja é a briga entre os irmãos na fé. E há pessoas que já gostam de uma briguinha! Sempre estão de mal com alguém: se não é com um, é com outro.

Essas brigam não são de hoje: elas sempre existiram, até mesmo nos tempos bíblicos. Em Filipenses 4.2 o apóstolo Paulo pede a duas irmãs na fé que façam as pazes entre si e terminem com a briga. E, em Gálatas 5.15, ele repreende os cristãos que, como cachorro e gato, viviam brigando, querendo comer um ao outro. Diz ele: "Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos".

Num mundo cheio de maldade, onde existe tudo quanto é tipo de gente: gente boa, gente chata e gente enjoada, como evitar uma briga e viver em paz com todos?

Em 1 Coríntios 6.6-8 Paulo tem um conselho sobre isso, de como evitar uma briga: sofrer o prejuízo, suportar as ofensas. Diz ele: "Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante os incrédulos? Só o fato de existirem questões entre vocês já mostra que falharam completamente. Não seria melhor sofrer a injustiça, sofrer o dano? Ao contrário, vocês cometem injustiça uns aos outros, e isso entre os próprios irmãos".

Para viver em paz e evitar brigas é preciso saber sofrer o prejuízo, agüentar desaforo e abrir mão de certos direitos. Quem quiser estar sempre com a razão nunca vai ter amizade com ninguém, mas vai estar sempre em inimizade com os outros.

Uma coisa muito comum numa briga é o espírito de vingança. A pessoa que está de mal com alguém sempre procura prejudicar, falar mal e aborrecer o seu desafeto. Isso é o mesmo que colocar lenha na fogueira.

Certa vez um senhor matou o cachorro de um irmão na fé porque ele havia matado um dos seus porcos. O irmão na fé quis saber do pastor o que devia fazer, pois havia ficado muito triste em perder o seu cachorro de estimação. Ele achava que devia matar também o cachorro do vizinho para aplacar um pouco a sua raiva.

O pastor lhe disse que isso que ele queria fazer não ia adiantar nada. Uma: o cachorro não tinha nada a ver com o problema dos dois. Outra: ele com isso só ia agravar mais ainda a situação, pois amanhã ou depois não se estaria matando porco e cachorro, mas um ao outro. O irmão aceitou o conselho e a briga acabou.

Paulo, em Romanos 12.20, nos apresenta uma maneira muito prática de resolver uma encrenca: pagar o mal com o bem. Isto é: fazer o bem a pessoa que não gosta da gente. Diz ele: "Não pagueis a ninguém mal por mal, pelo contrário: se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Porque fazendo isto amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça".

Colocar brasas na cabeça de alguém significa fazer a pessoa que nos odeia passar vergonha por causa de atitudes boas da nossa parte. É pagar o mal com o bem. É fazer o bem a ela, mesmo que nos odeie. E ela, envergonhada, com tempo deixará de nos fazer mal.

Foi o que Jesus fez com os seus inimigos. Enquanto que os inimigos zombavam dele, ele, do alto da cruz, orava por eles, pedindo que Deus os perdoasse. E, muitos deles, como o malfeitor na cruz, se converteram, pedindo que se compadecessem deles quando estivesse no paraíso. A atitude de Cristo mudou os seus corações, que, de inimigos, passaram a ser seus amigos.

Perdoar aos outros e viver em paz com todo mundo não é fácil. Isso exige humildade, renúncia e abnegação. Mas vale a pena.

Vale a pena abrir mão de certos direitos, sofrer o desaforo e se humilhar diante dos outros para viver em paz; pois se não fizermos isso, teremos inimizades - e, vivendo em inimizade, seremos reprovados por Deus.

Um dia, pela fé em Cristo, estaremos nos céus. Lá os chatos, os enjoados, os encrenqueiros e os briguentos não terão vez. Então estaremos livres deles.

Porém, até lá vamos ter que suportar uns aos outros. Mas, Deus, que nos agüenta a vida toda, nos dá forças para suportar também ao nosso semelhante.

Que Deus, que em Cristo nos perdoou todos os pecados, tornando-nos suportáveis diante dele, nos dê espírito de humildade e perdão, a fim de que vivamos em paz uns com os outros, perdoando e sendo perdoados. Amém.



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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