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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

7º Domingo após Pentecostes, 27.07.2014

Predigt zu Mateus 13:31-33, 44-52, verfasst von Angela Lenke

 

A graça do nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês! Amém.

Queridos irmãos em Cristo!

No domingo de hoje continuamos com as parábolas de Jesus sobre o Reino de Deus. Temos diante de nós a parábola da mostarda, do fermento, do tesouro escondido, da pérola e da rede. Em algum momento de nossa vida, creio que já ouvimos várias reflexões sobre essas cinco parábolas, bem como muitas distorções.

Jesus diz que a semente de mostarda é muito pequena, mas que se torna árvore grande onde até os passarinhos buscam abrigo. Provavelmente, Jesus estava se referindo a mostarda preta que de uma semente pequena se tornava uma árvore com mais de 5 metros. E entre os rabinos era comum usar a expressão "semente de mostarda" para qualquer coisa insignificante. Jesus começa falando do Reino como sendo essa semente que vai crescendo. No tempo de Jesus, diante do poder de Roma, as coisas de Deus e o simples Jesus de Nazaré poderiam não significar muito. Ele é essa semente pequena. Veio ao mundo como ser humano simples e humilde, era carpinteiro e não tinha grandes riquezas. E é justamente nEle que nós buscamos refúgio e proteção, como passarinhos num pé de mostarda. Tornou-se grande com seu gesto de amor e sacrifício na cruz. Era o Verbo que se tornou Carne (Jo1.1), Ele é Palavra viva e presente. Entendemos, também, que esse reino continua crescendo, como uma árvore. E não podemos esquecer que muitos passarinhos que comeram as sementes do reino (na parábola do Semeador - Mt 13.1-19) são também os passarinhos que buscam e precisam da proteção de Jesus Cristo.

O crescimento do Reino é também comparado com o fermento numa massa de pão. O fermento vai agindo até levedar toda a massa. Detalhe importante é que esse fermento é tão pequeno, quase invisível. Como numa massa de pão o fermento é escondido, no campo as pessoas escondiam tesouros e bens valiosos por causa dos assaltos. O reino não é percebido por todas as pessoas. É escondido como fermento numa massa, como tesouro num campo. Jesus compara que esse campo é o mundo, são as pessoas. Esse campo não teria valor sem o tesouro. Ou, então, que tipo de massa teríamos sem o fermento? Quem reconstruiu a ponte da amizade entre a humanidade e Deus, foi Jesus Cristo. Ele é o tesouro, Ele é Graça, é perdão. Muitos venderão tudo o que têm para ter esse tesouro (Fp 3.8).

Da mesma forma, muitos darão tudo o que têm para obter a pérola, mas o reino de Deus não é troca de mercadorias. Seria uma pergunta pertinente "o que podemos oferecer"? Penso que Jesus Cristo é essa pérola, porque para ser pérola a ostra (pai/mãe da pérola) sofre com o grãozinho de areia que entra em seu corpo. No interior da pérola está o sofrimento. Cristo é essa pérola pura e verdadeira, cujo amor foi tão profundo que enfrentou todo sofrimento na condição de ser humano e, especialmente, o sofrimento causado pelos nossos pecados.

Se compararmos com o ensinamento que a epístola de Romanos 8. 26-39 nos traz podemos dizer que nós também podemos ser entendidos como pérolas pelas quais Jesus Cristo deu a vida, vendeu tudo, todo seu poder porque somos valiosos para ele. Ele enxerga todos os sofrimentos que passamos e, por amor e misericórdia, nos acolhe quebrados e machucados como somos. Uma pérola seria uma simples pérola se não houvesse um bom comprador, porque "em todas essas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou...nada poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso senhor" (v. 37, 39b).

Nessas duas parábolas do tesouro e da pérola, não importa se a pessoa estava procurando ou achou-os por acaso. O que interessa é o estado de ânimo, de alegria da pessoa com o que encontra. O Reino é dom gratuito, está escondido, manifestado na prática de Jesus. A esse achado, correspondem alegria e desprendimento sem que muitas coisas façam falta devido ao reconhecimento do valor do tesouro e da pérola. Então, se o Reino é tão valioso que acontece um desprendimento natural, a pergunta é: será que todas as pessoas conseguem fazer isso ou estão dispostas? Jesus diz que muitos tentarão, mas ao conseguirão (Lc 13. 24-25). Não podemos "comandar" esse reino, somos os convidados da festa que por vezes têm desculpas. Somos os filhos e as filhas que continuam orando "venha o teu reino a nós", "pois teu é o reino, o poder e a glória" numa realidade onde as "coisas do Reino" não são valorizadas, vendo diariamente pessoas focadas no materialismo e imediatismo.

Jesus termina com a parábola da rede. Como numa rede de peixes são recolhidos peixes de todos os tipos e tamanhos, também essa escolha de peixes bons e ruins, de peixes que ainda precisam ser jogados e volta ao mar para crescerem e os que estão prontos é uma escolha que não pertence a nós. Por enquanto, somos os peixes nadando e crescendo entre bons e maus, e será no fim dos tempos a escolha pelos justos e os maus. O reino foi inaugurado e Deus provou seu amor. Provou que está cuidando do crescimento do seu Reino, que está cuidando do campo, que é ele quem promove o crescimento.

Para Lutero, somos sempre alertados pela Lei (pelas coisas velhas, v.52b) da nossa condição de pecadores e vulneráveis e somos consolados pelo Evangelho, pela Graça ("coisas novas", v. 52b) que somos resgatados em Cristo, que há um tesouro, um intercessor por nós. O Juízo constará de separação, pelas palavras de Jesus, e essa triagem revelará quem teve discernimento, sabedoria (1 Reis 3.9), perseverança.

A pergunta de Jesus aos discípulos "vocês compreenderam essas coisas?"(v. 51) trata-se de compreender as coisas do Reino, de colocar em prática a Nova Vida, de amar, perdoar e servir. Assim, o mistério do Reino já foi e continua sendo manifestado naquilo que Jesus diz e realiza; e o que Ele diz e realiza se prolonga na prática da comunidade cristã em meio a uma sociedade conflituosa. A função da comunidade não é fazer a triagem ou fugir da realidade, mas perseverar e dar continuidade à prática de Jesus.

Assim, sirvamos com amor e fidelidade ao Senhor que nos amou e redimiu misericordiosamente. Plantemos nos campos e espalhemos na massa as coisas do reino que Jesus nos revelou em sua prática e confiemos ao cuidado de Deus todo crescimento, especialmente da Igreja de Cristo. Amém.

 



Pa. Angela Lenke
Vitória/ES
E-Mail: angelalenke@yahoo.com.br

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