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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

8º Domingo após Pentecostes, 03.08.2014

Predigt zu Romanos 9:1-9, verfasst von Oziel Gustavo Marian

Nos primeiros 8 capítulos, Paulo expôs sucessivamente as doutrinas da justificação, santificação e glorificação. Resumindo, ele ensina que a justiça de Deus vem pela fé e não pela lei, regras, tradições, rituais, etc. Este ensino não apenas abre a porta da salvação para os gentios, como também anula os direitos e privilégios da aliança de Deus com a "raça" judaica.
Os judeus formam um dos grupos mais fechados que existem, podemos fazer um comparativo com outros grupos: os ciganos, os amish, algumas tribos indígenas, ou até mesmo povos, como os japoneses, italianos, alemães, que possuem tendência em se fechar. Não há problemas com a diversidade de culturas e não há problemas em se identificar com uma delas, o problema está em não reconhecer às outras e se julgar superior. Podemos ser diferentes e assumir isto com naturalidade, mas ser diferente, ter aptidões diferentes, ter talentos e vocações diferentes, não torna ninguém melhor que os outros.

Os judeus entenderam mal o seu chamado e vocação. O objetivo de Deus era que todos os povos da terra chegassem à fé e fossem abençoados e resolveu formar uma comunidade que o ajudasse nesta tarefa. Mas os Judeus (israelitas) entenderam que Deus havia dado privilégios e exclusividade para eles e seus descendentes biológicos. Ou seja, entenderam que Deus os havia escolhido para formar uma raça, que seria separada das demais, cuja bênção seria transferida automaticamente de geração a geração através de um ritual, de um sinal chamado circuncisão.

Paulo foi extremamente ousado na sua pregação e no seu ensino, pois ele não apenas defendeu que as outras raças também eram amadas por Deus, como pregou e ensinou que ser descendente biológico e circuncidado, não significava nada no plano de Deus. Por isso Paulo foi tremendamente criticado e perseguido pelos judeus e acusado de traição. Diante desta acusação, Paulo faz as fortes afirmações dos vs.1-3, onde ele diz que daria a própria salvação, se isto fosse capaz de salvar o seu povo.

Paulo amava o seu povo, a sua raça, e tinha orgulho de pertencer a eles, mas sofria por que eles não entenderam o chamado e a vocação de Deus. O povo colocou a tradição acima da fé, se apropriou das bênçãos ao invés de reparti-las. Nos vs.6-8, Paulo enfatiza que ser descente sanguíneo de Abraão e Isaque não significa muita coisa e nos vs.9-13 ele lembra que Abraão teve outros filhos, no entanto foi considerada apenas sua descendência por meio de Isaque, ou seja, o filho da promessa. Isaque também teve dois filhos, Esaú e Jacó. No entanto, até mesmo contra as regras de primogenitura da época, os descentes de Jacó é quem foram considerados povo de Israel.

Filhos de Deus não são os filhos naturais de Abraão, são os filhos da promessa. Não são os filhos de sangue, são os filhos da fé. Não é a genética que determina quem é filho de Deus, é a fé. É por isso que também os gentios, os gregos, os europeus, os africanos, os americanos, os brasileiros, os gaúchos e os nordestinos... pela fé, são filhos de Deus.

Deus não se prende a uma raça, a um esquema hereditário. Deus quer ser pai de todos. Por isso, queridos, podemos, assim como Paulo, nos orgulhar de sermos luteranos, alguns entre nós de berço, com sangue alemão correndo nas veias; podemos nos orgulhar de Lutero e de tudo o que ele representou na história da igreja. Mas ser luterano por tradição, não é garantia nenhuma de que faz parte do povo de Deus. Eu poderia falar também dos batistas, dos presbiterianos, dos assembleianos, dos católicos... pois estas bandeiras não representam nada diante de Deus. Tem muitas pessoas que se guiam pela tradição, pelos costumes. Ninguém será condenado por estas coisas, mas também ninguém será salvo por meio delas.
Não sei se eu amo tanto os da minha raça, quanto Paulo amava os seus, mas como Paulo, sei que a minha salvação, que recebi de Cristo, por meio da fé, por ouvir o evangelho e crer neste evangelho, não pode salvar os demais, nem mesmo os da minha casa. Se cada um não reconhecer o seu pecado, se arrepender dele e reconhecer Jesus como salvador e senhor, por mais dolorido que seja não posso fazer nada. Obviamente que tenho um papel importante: o fato de eu continuar pregando evangelho para os luteranos e trazendo meus filhos para a igreja, significa que eu quero que todos sejam salvos e, portanto, a oportunidade todos estão tendo.
Assim, cada geração e cada pessoa precisa reconhecer as promessas e o chamado de Deus em sua própria vida. Pois ser descendente de cristão ou ser amigo de cristão não o torna cristão. A menos que você aceite Jesus como teu Senhor e Salvador. A menos que você dobre o joelho e diga a Jesus, sim Senhor eu quero entregar minha vida a ti (Independente se for em público ou no isolamento do teu quarto). A menos que ocorra esta conversão e entrega. Não adianta batizar, confirmar, casar e ser sepultado com as mais finas honras. (como rituais estas coisas não passam de meras "circuncisões" evangélicas).

Deus quer ter filhos, Deus quer que o aceitem e o reconheçam como pai, cuja relação, intimidade e compromisso devem ultrapassar os níveis básicos da religião. Isto acontece, por exemplo, quando a Bíblia deixa de ser um objeto sagrada e passar a ser o alimento; Quando Jesus deixa de ser uma figura e passa a ser o Senhor da nossa vida; Quando a fé deixa ser teórica e passa a ser prática; Quando deixo de orar à Deus para pedir coisas e passo a orar para simplesmente falar com Ele; Quando vir para o culto deixa de ser uma obrigação e passa a ser um prazer; Quando deixo de falar da vida dos outros e passo a me importar com o bem estar do outro; Quando a vontade de Deus for mais importante do que a minha vontade.
Estes são alguns dos sinais, de que entendi e me tornei filho de Deus. Que nos guarde e abençoe!



Oziel Gustavo Marian
Chapadão do Céu/ GO
E-Mail: ozielmarian@gmail.com

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