Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

9º Domingo após Pentecostes, 10.08.2014

Predigt zu Mateus 14:22-33, verfasst von Deolindo Feltz

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam como todos nós. Amém!...

Estimada comunidade, estimados irmãos e irmãs!

Convido para inicialmente ouvirmos/lermos o texto do Evangelho de Mateus 14. 22-33, previsto para este momento de reflexão.

Ler o texto...

Pedro sentiu a força do vento, ficou com medo e começou a afundar!

Nas grandes cidades não é difícil perceber que sempre existem altos prédios em construção. Alguns estão no estágio inicial de construção, outros estão tendo suas paredes levantadas, e outros estão em fase de acabamento. Além disso, se percebe também que nestas grandes construções existe uma quantidade razoável de trabalhadores. Em todo caso, o que chama atenção é que, dentre estes muitos trabalhadores, estão alguns que cuidam da parte externa dos prédios. Estes trabalham em condições, talvez, um pouco mais tensas, já que realizam seu trabalho de dentro de andaimes, pendurados apenas por cordas e cabos. Não é difícil imaginar que trabalhar nestas condições requer um pouco mais de coragem, já que tudo parece muito frágil e inseguro.

Certa vez foi perguntado para um desses corajosos trabalhadores: Qual é o segredo para conseguir trabalhar nessas alturas e não sentir medo? Ele respondeu: Um dos grandes problemas lá em cima são as rajadas de vento que fazem a andaime balançar... nesse momento, o segredo para não sentir medo é olhar sempre pra frente, ou até mesmo pra cima, mas nunca olhar pra baixo.

Podemos imaginar que, se Pedro tivesse, na época, a oportunidade de ouvir um trabalhador das alturas contando o seu segredo para não ter medo diante da força do vento, talvez ele não tivesse começado a afundar. Pedro sentiu medo de tudo aquilo que estava acontecendo com ele e provavelmente, acabou olhando pra baixo, desviando o seu olhar de quem estava à sua frente. Ele não sabia o segredo!

Assim como os trabalhadores das alturas, assim como Pedro, todos nós experimentamos na construção de nossa vida, ou em nossa caminhada sobre as águas do mar da vida, a força do vento. Pode ser uma doença, pode ser um momento de instabilidade financeira, uma fase depressiva, a perda de uma familiar, ou mesmo um grande conflito familiar. Estas são rajadas de vento que balançam nossos andaimes e tiram o nosso equilíbrio, a nossa tranquilidade e o nosso sentimento de segurança. São essas rajadas de vento que despertam em nós o sentimento de medo.

A sensação dos trabalhadores das alturas e a sensação de Pedro diante da força do vento é, muitas vezes, a nossa sensação. E, a essa altura, a pergunta não deveria ser sempre por que estamos com a sensação de estarmos caindo ou afundando, mas para onde está voltado o nosso olhar naquele momento.

Diante das rajadas de vento, muitas pessoas preferem olhar para trás e tentar entender o porquê de estarem ou se sentirem assim. Ao mesmo tempo em que muitas pessoas preferem olhar para os lados, tentando encontrar um culpado. E ainda por último, muitas pessoas preferem fechar os olhos e esperar no que vai dar. Isso, sem contar nas muitas pessoas que simplesmente olham para baixo e vivem com medo. Na verdade, não são muitas as pessoas que, diante da força do vento, escolhem olhar para frente, ou mesmo para cima, e enxergar que ali está alguém lhes estendendo a mão para lhe ajudar.

Mas, Jesus lhe estendeu a mão, segurou-o e os dois subiram no barco.

Quando os trabalhadores das alturas encerram mais um dia de trabalho, se aproximam novamente de uma porta de acesso ou janela, encostam seu andaime, e algum outro trabalhador que está dentro do prédio estende a mão e vai ajudando os demais colegas, um por um, a entrarem novamente no prédio. Uma vez estando dentro do prédio, eles sentem de novo a segurança e a tranquilidade de estarem em um lugar firme. Essa foi também a experiência que Pedro teve quando olha novamente para frente e estende a sua mão pra Jesus: foi levado de volta a um lugar seguro.

Quem sabe não seja essa a melhor escolha diante dos desafios que a construção de nossa vida, ou as águas do mar da vida nos coloca. Na sensação de estarmos caindo ou afundando, pode ser uma boa escolha olharmos novamente para frente ou para cima, estender nossa mão, permitir que Jesus nos segure e nos coloque novamente num lugar seguro e firme.
Estimada Comunidade!

Hoje é também Dia dos Pais. Podemos imaginar que a proposta de relação entre nós e Jesus diante das rajadas de vento que enfrentamos na vida pode ser a relação entre pais e filhos. Em sua construção, ou sua navegação pela vida, filhos também terão que lidar com muitos desafios e sentirão medo. Os primeiros passos, o primeiro dia de aula, a adolescência, a escolha de um curso, a primeira viagem sozinho, o primeiro emprego, e assim por diante. Tudo isso dá uma sensação estranha, e não tem como não sentir medo. E para quem normalmente os filhos olham?

É muito bom, na condição de filho ou de filha, sabermos que temos alguém que, diante da força do vento, estende a mão para nos acolher, para nos abraçar, para nos ajudar e nos levar para um lugar seguro.

Por fim, se observarmos crianças com pouco mais de um ano de vida, vamos perceber que estão vivendo a fase do "explorar". Caminham por toda a parte, entram em tudo quanto é espaço, abrem tudo que tem porta ou gaveta. Recentemente uma criança conhecida descobriu a alegria de subir um degrau. O problema é que elas não aprendem a descer ao mesmo tempo. Uma vez querendo descer o degrau agora, pouco importa como vai ser. A criança direciona o seu olhar para o pai ou para a mãe, estende a mão, vem correndo e, quando chega perto do degrau, sem olhar para baixo, simplesmente se joga nos braços de quem está ali e dá uma gargalhada. É uma cena muito bonita.

Que todos nós possamos, em nossa relação com Deus, e também na relação entre pais e filhos, diante das rajadas de vento que a vida nos coloca, possamos sempre nos lembrar do segredo dos trabalhadores das alturas, da importância de estender a mão, e da coragem da criança que se joga sem medo nos braços daquele que o ama. Que assim seja. Amém!



P. Deolindo Feltz
Cuiabá/Mt
E-Mail: capelania@hcancer.com.br

(zurück zum Seitenanfang)