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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

11º Domingo após Pentecostes, 24.08.2014

Predigt zu Mateus 16:13-20, verfasst von Walter Schenkel Neto

 

Quem o povo diz ser o Filho do Homem? Jesus faz essa pergunta aos discípulos em uma cidade onde centralizava-se o culto pagão ao deus Pan. Cesaréia de Filipe era uma cidade que ficava ao pé do Monte Hermom, próxima à fonte principal do Rio Jordão e era denominada assim em homenagem aos Césares reinantes.

Quem eu sou? Essa era a pergunta que ficara no ar para que os discípulos respondessem, era a pergunta que muitos se faziam, talvez os próprios discípulos se fizeram em algum momento.

A resposta ignora a pergunta e as opções são: João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta.

Enquanto Jesus se coloca como o Filho do Homem, que é um título messiânico, ele mesmo afirma na pergunta ser o Messias; o Cristo, o povo daquele lugar o ignorava como tal. Via em Jesus uma figura importante, diferente de tantas outras, podemos perceber isso na comparação que fizeram. Nomes de grandes profetas são lembrados ao citar o nome de Jesus.

Ao compararem Jesus a João Batista, desprezam o fato de serem contemporâneos ou aponta a influência farisaica na transmigração da alma. Ao afirmarem que Jesus é João Batista denotam a crença de que a alma de João se apossou de Jesus para continuar o trabalho de preparar o caminho para o Messias.

Ao afirmarem que Jesus era Elias, lembravam que este, de acordo com a história bíblica, não havia morrido, mas tinha retornado para uma nova missão, a mesma missão de João Batista, a missão de preparar o caminho para o Messias.

Ao apontarem para Jeremias e outros profetas, reconheciam que a mensagem de Jesus tinha um quê de esperança messiânica, mas seria muita arrogância de Jesus se apontar como messias e para o povo era um risco desnecessário fazer o mesmo, sabendo que corriam o risco de serem punidos ao reconhecer a divindade de Jesus. Por outro lado, ao adjetivarem Jesus como profeta, inconscientemente declaravam a sua morte.

Jesus, ouvindo a resposta dos discípulos, arrisca então a pergunta que de fato interessa: E vocês, que me conhecem, que caminham comigo, que estão comigo diariamente, quem vocês dizem que eu sou?

A primeira pergunta tem peso irrelevante para Jesus porque diz respeito a pessoas distantes, que o veem passando, que o procuram por um momento, mas a segunda pergunta tem um peso todo especial, da resposta vem a declaração de fé ou a total falta dela. Alguns discípulos já o haviam abandonado por acharem pesado demais o discurso e o discipulado de Cristo, esse era outro momento crucial. Teriam os discípulos entendido corretamente os ensinamentos? Esse era o momento de saber.

Pedro então dá a sua declaração de fé: tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Em uma terra que centraliza o culto pagão, com um povo que ignorava o Messias, Pedro ousa ao declarar que Jesus é O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO. Jesus não é apenas mais um, mas é o único. Ele não é mais um egocêntrico declarando-se o salvador, mas é o próprio. Suas atitudes apontaram para que a declaração de Pedro fosse verdadeira e na cruz essa declaração teria a sua prática realizada. Lá, Jesus se daria por toda a humanidade.

Pedro não chegou a essa resposta sozinho. Em toda a sua capacidade, com toda a sua inteligência, nem ele, nem qualquer outra pessoa seria capaz de tal declaração se o próprio Espírito de Deus, o Espírito Santo não o tivesse revelado.

O Espírito Santo é quem dá testemunho acerca de Cristo, por isso somos capazes de crer. Não pela nossa própria capacidade, mas porque Deus nos capacita para a fé em Cristo.

E ao sermos capacitados por Deus a reconhecer a identidade messiânica de Jesus como único Senhor e salvador, somos levados a reconhecer a nossa própria identidade diante dele. Essa foi a experiência de Pedro.

Pedro recebeu do próprio Cristo a sua identidade e assim como ele, também nós recebemos e percebemos a nossa singularidade no reino. Em Jesus Cristo não somos feitos cópia, ou recebemos o espírito de quem quer que seja, mas somos a imagem e semelhança do próprio Deus, ou como diria o salmista, a coroa da criação divina.

Ao reconhecermos a divindade de Jesus, somos catapultados para a realidade do Reino e chamados ao serviço, não como apenas mais uma pessoa, mas como amados do Senhor, a quem ele chama pelo nome.

Que a declaração petrina de fé nos leve a fazer a nossa própria declaração de fé. Que o Espírito Santo também nos revele, a todos, o senhorio de Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo e como consequência nos leve a uma vida a seu serviço.

Amém




P. Walter Schenkel Neto
Curitiba/PR
E-Mail: wschenkel@gmail.com

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