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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

18º Domingo após Pentecostes: Dia da Criança, 12.10.2014

Predigt zu Mateus 18:1-5, verfasst von Rodrigo Dreissig

 

Importante para Deus não é quem veste paletó, mas quem vive em humildade como uma criançinha recém-nascida.

Querida comunidade! Quem dentre nós será o mais importante no reino do céu? Será aquele que vem todos os domingos à igreja? Quem sabe aquele que não come carne de porco e nem toma cerveja? Ou será aquele que se esforça para cumprir os mandamentos? Ainda chegaremos à resposta! Antes dela, porém, convém que olhemos um pouco para nós mesmos para refletirmos sobre o seguinte: o que me faz pensar que eu sou melhor do que os outros e, por isso, mais digno, mais justo e mais importante do que eles diante de Deus? Será o meu grau de escolaridade (os meus títulos acadêmicos) e as minhas condições econômicas? Quem sabe o cargo que eu ocupo e o poder que possuo estando nele? Não pode ser a minha popularidade social ou a minha piedade pessoal? Pois bem! A realidade mostra que todos os itens citados e ainda outros podem ser usados pelo ser humano como critérios para medir o seu grau de importância em relação ao próximo. Esses critérios, no entanto, são falhos, egoístas e discriminadores. O que sei, o que tenho, a função que exerço, o que aparento ser para o povo e como vivo minha espiritualidade mostram muito pouco do meu coração, do que realmente sou, do meu "ser interior" que tanto pode ser justo como desprezível, podre e cheio de más intenções. O lado "interior" da vida humana só Deus alcança, só ele é capaz de penetrar! Mas o que mais impressiona é que, muitos seres humanos, mesmo tendo o seu interior cheio de podridão (cheio de pecados acobertados) ainda sejam capazes de se autoproclamar mais importantes do que os humildes só porque eles não se enquadram nos critérios que a sociedade usa para avaliar o grau de importância de alguém. Ao que tudo indica, a sociedade avalia o grau de importância de alguém a partir do que ele é exteriormente e não interiormente. É como dizer que um litro de iogurte é bom pelo rótulo que nele foi colocado ou dizer que um ovo está bom sem ter visto o seu conteúdo, mas apenas o seu lado exterior.

Mas vejamos: o que me faz pensar que diante de Deus eu sou mais digno, mas justo, mais importante? Serão os mesmos critérios usados pelos seres humanos para avaliar a sua importância na sociedade? Será que o que sei, o que tenho, a função que exerço, o que aparento ser para o povo e como vivo minha espiritualidade, me dá o direito de dizer que sou mais importante diante de Deus do que os outros? É claro que não! Deus não usa critérios humanos: sabedoria, renda, poder, prestígio social ou piedade fingida para avaliar o grau de importância do ser humano. Ele não privilegia os privilegiados deste mundo, ele não

julga pelas aparências, mas vê o coração. Assim diz Lc 16.15: "Então Jesus disse a eles: Para as pessoas vocês parecem bons, mas Deus conhece o coração de vocês. Pois aquilo que as pessoas acham que vale muito não vale nada para Deus." Os critérios de Deus não são os mesmos critérios da sociedade! Muitos detentores de altas honras no "reino do mundo" serão os últimos no reino do céu e muitos dos que hoje são considerados sem importância (a exemplo das criançinhas), serão os primeiros.

Voltemos então à pergunta inicial: Quem dentre nós será o mais importante no reino do céu? Então: todos nós gostamos de "ser" importantes, de "ser" bem vistos, de "ser" os melhores... mas será que somos? Por que queremos ser os melhores? Sem dúvida: para recebermos privilégios, congratulações, altas honras... Em nossos discursos normalmente dizemos que a honra e a glória cabem somente a Deus... Se é assim que dizemos, não é assim que vivemos! Queremos glórias e honras também para nós. Aspiramos pelo primeiro lugar ou pelo menos por um lugar de destaque na sociedade. Também junto a Deus buscamos um lugar de destaque, especial, privilegiado. Parece que o desejo de ser importante diante de Deus era o que constrangia os discípulos de Jesus. Foi por isso que lhe perguntaram: "Quem é o mais importante no reino do céu?"

A resposta dada por Jesus responde também à nossa pergunta. Jesus convidou seus discípulos a mudarem de vida e a se tornarem iguais às crianças, caso contrário não entrariam no reino do céu. Mas o que é ser igual a uma criança? Embora crianças sejam pecadoras como qualquer outro ser humano, elas possuem características peculiares que as fazem detentoras de grandes honras diante de Deus. Vamos citar algumas: crianças são humildes, não são arrogantes e sedentas de poder; crianças brincam juntas, cantam, partilham e não se excluem por serem diferentes; crianças são sinceras, verdadeiras e são capazes de perdoar com facilidade; crianças creem no cuidado de seus pais a ponto de se largarem em seus braços e deles esperarem o alimento; crianças são curiosas e questionam o que acontece ao seu redor; crianças criam laços de amizade com facilidade; crianças quando sorriem expressam o verdadeiro sentimento e não mostram um falso sorriso... Essas entre outras características fazem das crianças pessoas especiais no reino de Deus.

Os adultos para entrarem no reino do céu, ou seja, para serem dignos de grande estima por parte de Deus precisam ser como as crianças em sua pureza, em sua humildade, em sua capacidade de crer e perdoar. Pedro diz claramente: "sejam como criançinhas recém-nascidas, desejando sempre o puro leite espiritual..." Será que estamos próximos de ser importantes no reino de Deus ou ainda muito distantes? Tornar-se como criançinhas recém-nascidas não é ficar pequeno e ser ingênuo diante das terríveis ameaças à vida das quais as crianças nem se quer têm noção, mas é assumir uma postura cheia de boas intenções, ter o coração puro e a confiança em alguém que nos alimenta diariamente. Jesus não só diz a seus discípulos que devem ser como crianças, mas também que devem receber as crianças, pois isso seria receber a ele mesmo. Um dia uma pessoa me disse que não deveríamos receber as crianças no Batismo, por que elas não eram dignas do mesmo. A pessoa alegava que as crianças não tinham fé, não tinham pecados, não sabiam o que era o Batismo e nem tinham idade suficiente para lembrarem no futuro do seu Batismo.

Lamentavelmente esta pessoa entendia o Batismo como algo que precisava ser feito, após se cumprir com uma lista de pré-requisitos, para alcançar a graça de Deus. Ela ainda não tinha uma fé madura o suficiente para entender que o Batismo é graça de Deus e que ele não depende de nossa dignidade. Caso contrário nem mesmo os adultos poderiam ser batizados, pois de acordo com Jesus são menos dignos do que as crianças em seu reino. Jesus claramente os chama a serem iguais crianças. Não só para o Batismo crianças são muitas vezes barradas.

Também na Santa Ceia isso acontece. Por que barramos as crianças de algo que Deus as oferece? Por que julgamos as crianças indignas se Jesus nos diz exatamente o contrário, que

para entrarmos no reino de Deus precisamos ser iguais às crianças? Eu não impeço as crianças de se aproximarem de Jesus. Quem as impede é que deve responder a estas questões.

Caros ouvintes! Quem dentre nós será o mais importante no reino do céu? Simplesmente aquele que confia, que diz a verdade, que perdoa, que é humilde, que tem o coração puro (cheio de paz e amor)... Quem é como uma criança! E os demais? Que lugar terão no reino do céu? Jesus diz claramente: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais as crianças, nunca entrarão no reino do céu! E então, como estamos nós? Já somos como crianças? O que precisamos mudar para que sejamos como as crianças? Pensem nisso e deixem Deus os moldar para que sejam verdadeiras crianças em pureza e fé! Importante para Deus não é quem veste paletó, mas quem vive em humildade como uma criançinha recém-nascida. Que Deus nos ajude a sermos como crianças. Amém!



Pastor Rodrigo Dreissig
Espigão do Oeste/RO
E-Mail: rodrigodest@yahoo.com.br

Bemerkung:
Textos complementares: Zc 8.1-8; 1 Pe 2.1-3


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