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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

19º Domingo após Pentecostes, 19.10.2014

Predigt zu Matteus 22:15-22, verfasst von Aldo Julio Zilki

 Meus
estimados irmãos e irmãs em Cristo: nossa sincera petição é que a graça do Senhor
Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a companhia do Espírito Santo esteja com
vocês sempre. Assim possamos servir a Deus com toda intensidade e exercer nossa
vida como cidadão desse mundo visando sempre nossa pátria celestial. Amém.

No nosso texto, os adversários de Jesus procuram fazê-lo cair
em contradição. Eles estavam tentando "apanhá-lo em alguma palavra." (v.15). A
palavra grega que Mateus usa aqui significa: "armar cilada ou armadilha". A
estratégia conjunta do grupo separatista de elite, os fariseus, do partido
sacerdotal, os saduceus e partidários de Herodes Antipas, os herodianos tinham
um inimigo em comum: Jesus. Geralmente as forças políticas se unem para superar
suas diferenças sempre que está em jogo seu poder dominador sobre o povo e as coisas
públicas. A questão do imposto era importante. Da forma como foi arremessada
contra Jesus o colocava em "saia justa". Ou seja: Você se coloca do lado dos
romanos que nos exploram ou você fica do lado de Deus tornando-se inimigo dos
romanos. Jesus escapou dessa armadilha. Ele nos ensina apensar sobre o que é de
Deus.


 A moeda era
um dos poucos veículos de circulação no Império Romano. Elas serviam de instrumento político desempenhavam uma função
importantíssima. Elas serviam como instrumento de propaganda política e desempenhavam
sua função econômica. Através delas os imperadores cultivavam sua imagem e
reputação. A moeda imperial mais comum no tempo de Jesus foi cunhada por
Tibério. Ela trazia a inscrição "Tiberius Caesar Divi Augusti Filius Augustus
Pontifex Maximus" (Tibério César, Filho Augusto do Divino Augusto, Sumo
Sacerdote). Era um denário especial, de prata. Trazia a imagem (cabeça e
pescoço) do imperador. Foi essa a moeda que Jesus pediu que lhe mostrassem. Com
ela se pagava um tributo per capita, chamado kenson ("censo", daí, imposto do
recenseamento) com referência ao fato de que todo habitante daquelas províncias
(Judéia, Galiléia, etc.) entre 12 (sexo feminino) ou 14 (sexo masculino) e 65
anos devia pagá-lo. Tratava-se de um tributo pago ao dominador.

 Os  fariseus,  saduceus e
herodianos não estavam  preocupados com a questão do imposto em si mesmo.
Eles eram defensores do status quo e colaboravam abertamente como o Império
Romano. Por isso Jesus os chamou de hipócritas. Aliás, o jargão lisonjeiro
usado por eles no v. 16, com referência a Jesus, é idêntico ao que os políticos
atuais utilizam com referência às igrejas e líderes evangélicos.

 Jesus não respondeu
"sim", nem "não", e tampouco "subiu no muro". Ele "derrubou o muro" (Ef.2.14).
Pois, se é notável a presença de um zelote entre os seus discípulos mais
próximos, também o é a presença de um publicano - Mateus, outro dos doze (tenho
curiosidade de saber como os dois conviviam em grupo tão fechado). E aí está
uma grande lição dessa passagem: Cristo não veio dividir-nos. O propósito do
Pai ao enviá-lo foi de fazer convergir nele todas as coisas, tanto as que estão
no céu como as que estão na terra (Ef.1.10
). Em Cristo não há judeu, nem
grego (raça, etnia, cultura), não há escravo nem livre (classe social), não há
homem nem mulher (gênero), porque todos somos um nele (Gl.3.28). Podemos
acrescentar que em Cristo não há e nem pode haver partido político. O
evangelho não pretende erguer muros entre as pessoas, pelo contrário, pretende
derrubar os que existem
.

 A desconcertante resposta de Jesus expõe seus inquisidores ao ridículo.
"Vocês estão se referindo ao imposto que só pode ser pago com uma moeda
especial, que eu não tenho. Vocês têm em mãos essa moeda?" Os fariseus
abominavam a moeda por conter uma imagem e uma inscrição idólatra. Os herodianos
a desprezavam em favor das moedas cunhadas pelos Herodes. Eles entendiam que
era a Herodes que lhe correspondia o direito legítimo de cobrar impostos, mesmo
que tivessem que se submeter aos romanos.


O fato de eles terem a moeda em mãos demonstra que eram
hipócritas no seu discurso como também mostra que eles reconheciam a
necessidade de pagar o imposto.

   A pergunta de Jesus:
"De quem são a imagem e inscrição?" nos ensina o seguinte: A moeda era:

Ø  Usada para propaganda política e religiosa,

Ø  Um meio de pagamento,

Ø  Um instrumento da ordem econômica, meio circulante.


Portanto, fazia parte de um conjunto de relações comuns a
qualquer sociedade minimamente organizada. Paulo diz, em Rm.13.4 que o Estado
"traz a espada". Ou seja, ele tem o poder de coerção para estabelecer e fazer
cumprir a ordem, ainda que à época este poder tivesse que ser sempre
conquistado pela força. Com "Dai a César o que é de César", Jesus reconhece
que, como cidadãos terrenos, temos obrigações mínimas e inevitáveis para com o
Estado, seja ele quem for, para que o mesmo possa prestar os serviços
necessários à existência da sociedade organizada e exercer suas funções de
legislador, administrador e juiz.

Há uma sutileza na sua resposta: os questionadores usaram
um verbo que dá a ideia de que o cidadão possa escolher pagar ou não. Jesus
usou um verbo que significa que o cidadão está apenas devolvendo ao Estado o
que lhe pertence por direito natural, e não algo que esteja em discussão
.
Jesus colocou a questão em termos objetivos: "o que?" e "a
quem?". A imagem na moeda é de um simples homem, ainda que pretenda-se divino.
Este homem é o imperador, o detentor e símbolo do Estado. A imagem no ser humano é de Deus, que o criou. César não é
Deus, e Deus não é César. Dai a César o que é dele: a obediência civil. Dai
a Deus o que é de Deus: a vossa vida
. César, o Estado, a moeda e tudo o
mais subordinam-se a Deus, cujo poder está acima de todos os poderes.

Entretanto, a organização social e política é uma permissão
de Deus aos homens que ele criou à sua imagem. Eles têm poder de escolha e
decisão, mesmo que este poder seja exercido contra a vontade divina, ou a
revelia dela. Os modernos Estados de direito chegaram ao ideal aqui
estabelecido por Jesus: a laicidade. Homens livres, eleitos livremente pelo
povo, decidem livremente, independentemente de classe social, raça, religião ou
gênero, sobre o formato que esses Estados terão. César não é Cristo e Cristo
não é César. César não se impõe a Cristo e Cristo não se impõe a César.

   As moedas do
Imperador deveriam ser devolvidas a ele. Mas e a Deus, o que devemos devolver?
Onde está gravada a imagem de Deus? Em Gn 1.27 lemos que nós, seres humanos
somos essa imagem. Ou seja, nós somos essa moeda com o rosto de Deus. Com isso
Jesus nos desafia a nos entregarmos inteiramente a Deus. Isso deve transparecer
em nossas atitudes, na nossa forma de falar, no nosso cultuar a Deus e
especialmente, em nossas ofertas a Deus.

   Na vida pratica, nós
damos ao governo o que lhe pertence: viver retamente seguindo as suas leis sem
nos submetermos a exploração. Por isso, se temos uma carga tributária
exorbitante e um governo corrupto, não usemos isso para sonegar impostos. Nós
podemos contribuir lutando para diminuir os impostos e punir os corruptos.


O que não pode acontecer é que as
pessoas decidem viver somente o mundo de Cesar. São ativos colaboradores na
vida política. Participam ativamente da vida social e publica com tal
intensidade que não lhes resta mais temo para cultivar sua vida
espiritual.  Isso afasta o ser humano de
Deus. Sua vida espiritual se esfria. Afirma não ter mais tempo para participar
das atividades eclesiásticas em sua congregação. Seus compromissos
profissionais e políticos consomem seu tempo e já não lê mais a Bíblia. Esse
esfriamento os leva a um afastamento eterno de Deus. Lemos em Jo 15.5, "SEM MIM
VOCES NAO PODEM FAZER NADA". Segue dizendo: "Quem não ficar unido comigo será
jogado for a secara, será como os ramos secos que são juntados e jogados no
fogo onde são queimados".
Por outro lado, Jesus nos aconselha dizendo:" Venham a mim vocês que
estão cansados e sobrecarregados eu vos aliviarei vocês.  Mt 11.18.
Em Rm 13.1-7 nos mostra que Deus usa o governo para nos
ajudar. Nos pertencemos a Deus. Somos filhos dele por causa de Cristo. Sendo
filhos de Deus, queremos que a sua vontade prevaleça em todos os setores de
nossa vida especialmente na área pública. Amem

Pastor Aldo Julio Zilki
Pato Bragado, PR, Brasil
E-Mail: revaldojulio@yahoo.com.br

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