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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

23° Domingo após Pentecostes, 04.11.2007

Predigt zu Lucas 19:1.10, verfasst von Bruno Bublitz

 

Prezada comunidade, irmãs e irmãos!

Ao preparar a minha prédica, pensamentos desconcertantes me absorveram, decorrentes da situação em que vivemos. Recentemente, nós, o povo gaúcho, fomos desafiados a aceitar mais um aumento da carga tributária. Isto para recuperar o equilíbrio financeiro do Estado. Seriam insuficientes os recursos atuais para arcar com os compromissos e cobrir as despesas. Anunciam-se cortes nos gastos e medidas para conter o déficit, aliás, facilmente constatável nas deploráveis condições de nossas estradas, da saúde pública ou nas crises na área da educação. Parece que, para ajudar nosso País devemos mais uma vez apertar o cinto. Paradoxalmente, porém, uma outra notícia começa a ser veiculada também: Certo segmento ligado ao Estado estaria cogitando em conseguir novo aumento de seus salários já em si polpudos, quando comparados com o salário mínimo, com o qual o simples trabalhador é obrigado a sobreviver. Faz-se de conta como se não houvesse nenhum problema financeiro no Estado. Abusa-se do poder para legislar em causa própria. Pois é, é este um belo contexto para refletir sobre Lucas 19.1-10, que conta a história de Jesus e Zaqueu.

Leitura do texto.

Prezada comunidade! Há pouco confessamos a nossa fé, afirmando ser Deus o criador do céu e da terra. Isto significa que também o ser humano é criatura divina. A Bíblia diz ainda mais. Diz que ele foi criado à imagem de Deus e que Deus, no Batismo, o aceitou como filho e filha sua. Resulta daí nossa singular dignidade. O ser humano é aos olhos de Deus uma preciosidade. Da mesma forma, porém, está incumbido de enorme responsabilidade. Não se lhe permite agir arbitrariamente, sem considerar o seu próximo.

Pensemos um momento nas pessoas que nos marcaram nos últimos dias. Certamente houve aquelas que brilharam como um raio de luz em nossas vidas e a encheram de alegria e esperança. Mas pensemos também naquelas que nos magoaram e frustraram. Conseguiremos imaginar que todos são filhas e filhos de Deus? Será que Deus ama a toda essa gente e com ela se preocupa?  Conseguimos aceitar que Deus tem um cuidado também por aqueles e aquelas que aos nossos olhos não o merecem? Permitam-me contar uma história:

Um famoso artista anunciou que havia terminado sua obra mais recente e convidou as pessoas interessadas para a apresentação pública dessa obra. Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, críticos da arte, e muita outra gente. Pois o artista era famoso, um grande pintor. Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro. Houve calorosos aplausos. Era uma impressionante figura de Jesus, batendo suavemente à porta de uma casa. O Cristo parecia vivo. Com o ouvido encostado à porta, ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia. Houve discursos e elogios por parte dos presentes à cerimônia. Todos admiravam aquela obra de arte. Um observador curioso, porém, descobriu uma falha no quadro: A porta não tinha fechadura. Foi perguntar ao artista:

- Sua porta não tem fechadura! Como se pode abri-la?

- É assim mesmo - respondeu o artista. Esta é a porta do coração humano. Ela só pode ser aberta do lado de dentro.

Conta-nos a Sagrada Escritura que ali, onde Jesus passava, anunciava o reino de Deus e o visualizava em assombrosos sinais. Ia ao encontro das pessoas e batia na porta de seus corações para oferecer-lhes vida. E grandes multidões se aproximavam dele, movidos pelos mais diferentes interesses. Alguns o procuravam, carregando em seus ombros uma pesada cruz. Buscavam alívio. Outros vinham com fome e sede por paz. Ainda outros chegavam simplesmente por curiosidade. Queriam conhecer mais de perto aquele, do qual tanto se falava.

Ora, não importa o motivo que me leva a ir ao encontro de Jesus. Certo é que quando Deus se encontra comigo e com minha vida, vão acontecer mudanças. Pois Deus, apesar de me aceitar assim como eu sou, não me deixa como estou. Por exemplo, vai me ensinar o louvor e a gratidão. Esta é a resposta condigna daqueles e daquelas que entregaram a sua vida nas mãos de Deus e se sentem por ele agraciados, curados, aliviados. Em outros o encontro com Deus vai provocar mudanças em sua conduta. Cristo, o bom pastor vai batendo de porta em porta, oferecendo vida a todos que se dispõe a abrir a porta do seu coração e permitem que Ele habite junto a eles.

É exatamente isto o que aconteceu no caso de Zaqueu. O texto fala de um escândalo. Mostra que Jesus vem trazer vida a todos seus filhos e todas suas filhas, também para aqueles que, de acordo com os nossos critérios, não o merecem. Zaqueu era um canalha, um opressor, até certo ponto um daqueles "legisladores em causa própria", um aproveitador. Cobrava impostos a serviço do Estado, do Império Romano que sugava o dinheiro do povo, e isto sem normas realmente fixas. Zaqueu roubava. Por isto ele era odiado por seus conterrâneos e excluído da comunidade. Zaqueu era um pecador.  

O texto lembra que o amor de Deus é "loucura" para a sabedoria humana. Pois ele ama o ser humano não por suas atitudes ou por seus merecimentos, mas porque é sua criatura e seu filho. Ele não deseja que ninguém se perca. É interessante: Ao encontrar-se com Zaqueu, aquele sujeito em cima da árvore, Jesus já o conhece. Ele o chama pelo nome. Bate em seu coração e diz: "Depressa, Zaqueu, eu quero visitar-te. Estás disposto a abrir tua vida para a comunhão comigo e permitir que a luz de Deus te ilumine e te transforme?"

Zaqueu não teve dúvidas. Desceu da árvore e convidou Jesus a entrar em sua casa. Vejam que grande transformação aconteceu na vida de Zaqueu. Vejam como o amor de Deus, que vai em busca dos filhos e das filhas tanto à margem da sociedade como entre a classe influente, é capaz de transformar corações endurecidos em instrumentos de vida. Por isto, em nossas orações não deixemos de rogar a Deus para que ele continue batendo à porta do coração também das lideranças deste nosso bendito País. Precisamos de uma mudança de mentalidade em nossa sociedade e na política. Intercedamos junto a Deus para que o seu amor transforme os corações daqueles que têm poder e por isto responsabilidade pelo povo, assim como Jesus transformou a vida de Zaqueu.            

É este o nosso Deus! Deus bendito e misericordioso que busca seus filhos e suas filhas. Ele não quer que se percam e tem pressa em socorrê-los. Apesar dos nossos erros, Jesus Cristo não deixa de bater em nossos corações. Quer ser o nosso hóspede. Dá um novo sentido ao nosso viver, lembrando que o mais importante não é acumular bens, mas sim abrir a mão e distribuir a quem necessita. Estaremos assim servindo a Deus e ao nosso próximo. 

Hoje ele está batendo à porta do nosso coração, prometendo salvação a quem o convidar para entrar. Ouçamos a sua voz e animemo-nos a lhe dar acesso à nossa vida. E ele vai conceder-nos a paz. Paz esta que vem da certeza de que Deus nos ama, que nos aceita com nossos defeitos para nos transformar num instrumento de seu reino, a serviço da vida.

Amém.

 



Pastor Bruno Bublitz
Restinga Seca, RS, Brasilien
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