Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

23° Domingo após Pentecostes, 04.11.2007

Predigt zu Lucas 18:9-14, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

 O fariseu e o publicano

Todos nós lutamos por nossa reputação. Gostamos de ser considerados pessoas de bem, pessoas honradas. Também gostamos de nos comparar com os outros para dizer: Eu sou melhor do que aquele. Ser considerado uma pessoa má e pecadora é um vexame. Por isso há pessoas que reclamam contra as palavras de nossa confissão de pecados, onde dizemos: Eu, miserável pecador, e a julgam muito deprimente.  

Na presente parábola, Jesus nos apresenta duas pessoas. Um fariseu, em sua época considerado um homem religioso, honrado e de bem, que se considerava justo; e um publicano, pessoa de má fama, considerada perversa, que se considerava um mísero pecador, condenado e suplica a Deus por perdão. À base dessas duas pessoas, Jesus mostra que tipo justiça nós precisamos de ter para subsistirmos diante de Deus.

Diante dos olhos humanos é possível classificar as pessoas como boas, honestas e justas. Mas será que Deus também nos vê assim? Não! Deus olha o coração. Por isso o apóstolo João afirma: Se dissermos que não temos pecado, a nós mesmo nos enganamos e a verdade não está em nós (1 Jo 1.10). Pois não há justo, nem se quer um (Rm 3.10). Diante de Deus, não temos nada de que nos gloriar, porque mesmo nossos melhores feitos e nossas boas ações estão manchados de pecado. Por isso Jesus afirmou: Todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha será exaltado (v.14). Jesus exemplificou esta verdade pela presente parábola do fariseu e do publicano. Vejamos.

A parábola. Jesus se encontra cercado por uma grande multidão. Entre eles há vários fariseus.

Após sua parábola do juiz iníquo e a admoestação de serem constantes na oração, Jesus percebeu que alguns de seus ouvintes se orgulhavam de sua piedade, desprezando os outros. Isto levou Jesus a prosseguir no seu ensino e contar a parábola do fariseu e do publicano.

A parábola é simples. Duas pessoas foram ao templo para orar. Isto era uma coisa boa e correta. Pois o templo, como disse Jesus: É casa de oração. Era um fariseu e um publicano.

Os fariseus eram pessoas que pertenciam a um ramo do judaísmo que se propuseram cumprir rigorosamente a lei de Deus. Esforçar-se por cumprir a lei de Deus está correto. Mas eles queriam fazer até mais do que a lei exigia, para isto criaram preceitos humanos. O que não estava correto. Por exemplo: a lei de Moisés ordena jejuar uma vez ao ano, eles jejuavam duas vezes por semana. Eles davam o dízimo de tudo, até da salsa, quando a lei só requeria o dízimo das frutas do campo e dos rebanhos. No tempo de Jesus, os fariseus eram honrados como pessoas justas e de bem, muito religiosos e bem-feitores.

Eles estavam conscientes desse seu zelo e se orgulhavam de sua aparente religiosidade. Mas Jesus tirou-lhes a máscara e mostrou que lhes faltava a verdadeira humildade, o verdadeiro amor que é o cumprimento da lei. No seu orgulho, eles desprezavam os outros. Esta vaidade e este julgar e desprezar os outros era má. Por isso adquiriram, no tempo de Jesus, a conotação de hipócritas, orgulhosos, falsa religiosidade.

Este fariseu entrou no templo para orar. O texto diz que ele orava "de si para si mesmo", a saber, em voz baixa.

Ouçamos sua oração. Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano: jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quando ganho (v.11,12).

A introdução: Ó Deus, só é uma introdução formal, pois, na verdade, ele não tinha nada para agradecer a Deus. Ele se elogiava a si mesmo e seus feitos, o que ele fez e não fez, para louvor de si mesmo. Assim, ele se exaltou a si mesmo sobre Deus e homens. Espiritualmente ele estava completamente cegado por sua vaidade e justiça própria, e não via seus muitos pecados. Julga-se pessoa honrada e justa diante de Deus e dos homens. Julgava os outros, que na visão dele, eram pessoas más.

Ele participava nas devoções matutinas e vespertinas no templo. Via os sacrifícios que ali eram feitos em favor dos pecados do povo. Estes sacrifícios apontavam para Cristo e nas orações se suplicava por misericórdia, mas de tudo isto ele não percebeu nada. Que triste.

Infelizmente, a justiça própria é um mal que até hoje grassa nas comunidades cristãs. Pessoas não reconhecem seus pecados, nem a profundidade de sua corrupção pecaminosa. Por estarem na igreja e se esforçarem por vida santificada, cumprirem seus deveres, julgam poderem subsistir diante de Deus por sua própria justiça externa. E isto apesar de todas as pregações, orações, hinos e da Santa Ceia que apontam unicamente para a graça de Cristo.

O publicano, homem publicamente difamado, veio ao templo. Provavelmente algum incidente lhe recordou a lei de Deus. Sua consciência o acusou. Desesperado, ele recorre a Deus. Ficou nos fundos do templo. Temeu aproximar-se ao altar. Nem levantou os olhos e só balbuciou: Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!

O publicano humilhou-se a si mesmo. Reconheceu seus pecados. Sabia-se culpado diante de Deus e estava profundamente envergonhado desses seus pecados. Ele não receou confessar o que confessamos dominicalmente no culto: Eu pobre e miserável pecador, te confesso todos os meus pecados e iniqüidades com que provoquei a tua ira, merecendo mui justamente o teu castigo, temporal e eterno.

Mas ele também sabia que não é o seu humilhar-se e confessar os pecados que mereciam a compaixão e o perdão de Deus. Por mais que se humilhasse e chorasse seus pecados e prometesse corrigir sua vida, por tudo isso não conseguia o perdão de Deus. Salvação só havia no sacrifício de Cristo por nós.    

Por isso olhava longe para o altar de sacrifícios. Ali se sacrificavam animais. Estes sacrifícios apontavam para a promessa do Messias, do Salvador, cujo sangue nos purifica de todos os pecados (1 Jo 1.7). Neste olhar para o altar de sacrifícios e na fé neste Salvador, ele suplicou: Ó Deus, se misericordioso a mim, que sou pecador. Ele se apegou a esta promessa da graça de Deus tão claramente visualizada no altar de sacrifícios. Perdão de Deus, só há em Cristo.

Assim queremos agir. Humilhar-nos e reconhecer, envergonhados, nossos pecados e nossa culpa diante de Deus. Mas não queremos ficar só nisto. Queremos ouvir e lembrar o Evangelho, a palavra sobre o sacrifício de Jesus, recordar sua morte expiatória na cruz. E lembrar ali, o Filho de Deus, nosso irmão na carne, morreu por nossos pecados e nos reconciliou com Deus Pai. Nesta confiança clamamos: Ó Deus, sê misericordioso a mim, que sou pecador. Então, quando possível, queremos também participar da Santa Ceia, onde Cristo nos dá sob o pão e o vinho o seu corpo e sangue, dado e derramado por nós, para remissão dos pecados, para assim selar, confirmar o perdão. Assim age o filho de Deus, pela fé em Cristo.

Vejamos ainda a sentença que Jesus proferiu sobre os dois. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa e não aquele: porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado (v.14).

O publicano desceu justificado para sua casa, isto é, perdoado, reconciliado com Deus. Seus pecados, sua culpa, os castigos que ele mereceu tudo foi perdoado, riscados, apagados diante de Deus, por amor a Cristo.

O fariseu, este homem honrado na sociedade, que se esforçava por cumprir a lei - o que em si está correto - mas infelizmente se orgulhava deste seu esforço e seus feitos, pelos quais queria justificar-se diante de Deus, não vendo que nossas melhores obras estavam todas manchadas de pecados e precisam ser purificados pela graça de Cristo. Não temos nada para nos orgulhar diante de Deus. Por suas obras não alcançou paz com Deus. O fariseu não alcançar paz com Deus, mas permaneceu sob a ira de Deus. Ai, dos que procedem assim.

Jesus contou esta parábola para nossa advertência e ensino. Bem-aventurados os que dão ouvidos à palavra de Jesus, reconhecem seus pecados, se humilham diante de Deus e se apegam pela fé à graça de Cristo. Estes ainda hoje descem justificados para sua casa, para, como filhos de Deus, viver submissos a Cristo em seu reino, e o servir em eterna justiça, inocência, e bem-aventurança. Amém. 

 

 

 

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS - Brasil
E-Mail: horstrk@cpovo.net

(zurück zum Seitenanfang)