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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

4º Domingo do Advento, 21.12.2014

Predigt zu Lucas 1:46- 55, verfasst von Paulo Sergio Einsfeld

 

Desejo que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja com todos. Amém.

Há muitas formas de definir o ser humano. Gosto da definição de que o ser humano é formado por corpo, alma e espírito. Três dimensões. Com o corpo me comunico, me relaciono com o próximo. A alma (Seele) é a sede dos sentimentos, o lado emocional, e ,além de me relacionar com os outros, consigo me relacionar comigo mesmo. E pelo espírito, (Geist) com a dimensão espiritual, consigo me relacionar com Deus, o Criador. Somos inseparáveis, e como um todo fomos criados para louvar a Deus. E o Espírito de Deus age em todo nosso ser: corpo e alma e espírito.

Maria, a mãe de Jesus, sabia disso há muito tempo. Depois que foi visitada por Deus - e escolhida como a mãe do Salvador, ela se põe a cantar. Compõe um hino, o Cântico de Maria, o Magnificat.


LER o texto de Lucas 1.46- 55.

Maria começa a falar de si mesma. E o que ela diz? "A minha alma anuncia as grandezas do Senhor" Com minhas emoções, do fundo do meu coração eu anuncio a grandeza do Senhor. E o meu espírito, a dimensão espiritual, área da fé, está alegre. Sim, alegria toma conta de todo seu ser,. Com o corpo ela dança, seu ventre começando a crescer. Ela não cansa de louvar e agradecer a Deus. E qual é o motivo de tanta festa?

Deus se lembrou de mim! Deus olhou para mim, sua humilde serva. Maria se entende como empregada, como escrava de Deus! Essa pobre e humilde mulher ainda seria elogiada por muitas gerações. Não porque fosse importante, rica ou famosa, pelo contrário. Mas por causa ação de Deus em sua história pessoal, e na história de seu povo e na história da hmanidade.

Martim Lutero comentou essa passagem bíblica em sua explicação ao Cântico de Maria ou o Magnificat, impresso em setembro de 1521:

"Maria quer dizer o seguinte: Deus olhou para mim, uma moça pobre, desprezada e insignificante. Ele poderia ter escolhido ricas, importantes, nobres e poderosas rainhas, filhas de príncipes e grandes autoridades. Poderia muito bem ter escolhido a filha de Anás ou Caifás, que teriam sido os maiorais do país. Porém ele olhou para mim por pura bondade e usou para esse fim uma moça humilde e desprezada. Diante dele ninguém deveria vangloriar-se de ter sido digno disso. Também eu tenho que confessar que se trata de pura graça e bondade. Não há merecimento ou dignidade nenhuma da minha parte." (Magnificat, p. 39)

Quando Maria fala de Deus ela continua nessa atitude humilde de se declarar pequena, mas Deus é grande e poderoso. E esse Deus grande e poderoso é, ao mesmo tempo, cheio de bondade e misericórdia " a todos que o temem em todas as gerações" (v. 50). Maria, sem o saber, faz referência à nossa geração, pessoas esclarecidas em pleno século XXI. Em nossa geração precisamos experimentar a bondade de Deus. Em nossa casa precisamos ter a experiência de que Deus é grande, mas tem um coração derretido de compaixão por nós. E isso nos dá razão também para cantar e louvar, como Maria fez.

Depois Maria começa a fechar seu rosto e fala sério. Olhando à sua volta ela vê muitas pessoas orgulhosas, querendo ser mais, poderosos, ricos e governantes. Esses são derrubados dos seus tronos de poder e de arrogância. Já os famintos recebem comida e as pessoas humildes são levantadas e elogiadas. A escada social é invertida, é colocada de cabeça pra baixo. Em nossa escada, o grande e rico e famoso estão no alto da escada. Na escada de Deus, na escada do Evangelho, os pequenos, fracos e humildes estão no topo.

Lutero continua atual quando afirmou: "Os olhos do mundo e dos seres humanos fazem o contrário: olham somente para cima e querem erguer-se a todo custo (...) Cada dia nós constatamos: todos procuram coisas acima deles - honra, poder, riqueza, conhecimentos, bem-estar e tudo o que grande e superior. Todos se juntam a pessoas desse tipo e gostam de servi-las. Todos querem estar ali e partilhar de sua alta posição (...) Por outro lado, ninguém quer olhar para baixo. Lá tem pobreza, desonra, miséria, desgraça e angústia. Todo o mundo desvia o olhar disso. Todos se afastam de pessoas dessa espécie. Evitam, rejeitam e abandonam essa gente, e ninguém se lembra de lhes ajudar e de trabalhar para que também eles sejam alguém. Assim são obrigados a ficar no fundo do poço, numa situação de humildade e desprezo." (Magnificat, p. 13-14)

Maria ainda fala sobre como Deus já tinha agido em favor de seu povo. "Ele lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre." A Bíblia diz que Deus tem memória boa. Ele não se esquece das Marias e dos Josés do nosso tempo, pessoas esquecidas, humilhadas, à margem da sociedade. E todos que são humildes, não humilhados, são irmãos e irmãs de José e Maria. Ser humilde é uma opção de vida, uma escolha. Já ser humilhado é imposição à força! Humilde é quem sabe louvar e engrandecer quem de fato é grande, poderoso e cheio de misericórdia.

Nesse tempo de Advento e Natal somos convidados a nos olhar no mesmo espelho em que Maria se olhava. Não num espelho velho que aumenta nosso orgulho e vaidade. Mas que o teu espelho possa refletir o alegre rosto de um servo, de uma serva de Deus, que está a serviço da missão de Deus com coração apaixonado, com espírito alegre e com o corpo saltitando de louvor e gratidão. Que assim seja. Amém



P. Paulo Sergio Einsfeld
Nova Petrópolis, RS
E-Mail: peinsfeld76@gmail.com

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