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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

o Dia dos Finados (Totengedenktag), 02.11.2007

Predigt zu Romanos 8:31-39, verfasst von Heinz Ehlert

 

Querida Comunidade, prezados ouvintes:

Foi num "Simpósio de Capelania Hospitalar". O tema geral era "morte". Pode parecer muito estranho. Mas os organizadores certamente acharam que capelães ou assistentes espirituais em hospital deveriam ter mais clareza sobre o tema morte e tudo que ela envolve - para si mesmos e para poderem ajudar pacientes e familiares quando confrontados concretamente com este assunto, p.ex. em caso de óbito.

O Diretor Clínico do Hospital falava sobre "morte encefálica". Uma observação marginal na palestra dele me chocou. Ele relatou que entre os estudantes universitários os de medicina é que, segundo dados estatísticos, cometem suicídio com mais freqüência. Ele não explicou as causas, mas fiquei pensando: Por que jovens com uma aparente perspectiva promissora de futuro atentariam contra a própria vida? Não seria porque se desesperaram com o tamanho da responsabilidade de ter que preservar a vida, quando percebem a impotência mesmo do médico diante da fragilidade da vida humana?

A experiência na clínica pastoral (assistência espiritual) em hospitais confirma que os médicos têm dificuldade em lidar com a realidade da morte. Eles que dão tudo de si para curar, preservar a vida! Quando mesmo assim um paciente seu vai a óbito, sentem isso como um fracasso pessoal. Aí o médico, especialmente quando jovem, precisa de ajuda e apoio espiritual, para compreender que ele não é Deus e que só Deus é Senhor sobre vida e morte.

Impossível não confrontar-se com a realidade da morte na época de finados em nosso País. Grande é a movimentação nos cemitérios. Os túmulos limpos e enfeitados mostram: Lembraram-se com saudade de seus finados. A dura realidade da morte que levou os seus entes queridos, está presente. Não dá para escapar: somos desafiados a pensar também na própria morte. Será que nós sabemos lidar com a morte?

No trecho que acabamos de ler, o apóstolo Paulo trata daquilo que está diante de nós como ameaça: "Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada". São coisas que também nós conhecemos, pelo menos em parte. Poderíamos acrescentar outras: doenças, desemprego, brigas em família, pobreza, exploração de uns pelos outros, corrupção de políticos e governantes, violência no trânsito (justamente nos feriados, como agora), falta de segurança devido à criminalidade, principalmente nas grandes cidades. Como enfrentar a nossa realidade? Continuar nosso trabalho diário, a luta pela sobrevivência, nossa e de nossa família, de nossa comunidade? Isso sem desanimar ou até desesperar? Voltemos a nosso texto.

No início estão duas perguntas: "Que diremos, pois à vista destas coisas?" Paulo se refere ao que escreveu imediatamente antes; convém ler isso. Mas continua com a outra pergunta: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?"

Então, quer dizer que Deus é por nós? Mesmo que estejamos atribulados, que sentamos ameaças à nossa sobrevivência e à vida? Que nos debatemos com a morte? Será verdade que o Deus todo poderoso que confessamos no Credo, o Senhor sobre vida e morte, é por nós? Ora sabemos de experiência, como é importante em nossos relacionamentos, quando alguém é por nós, está do nosso lado! O apóstolo assegura e defende, sim, que Deus é por nós. E ele argumenta, dizendo:  "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?"  Podemos aceitar isto de fato como valendo para nós pessoalmente e  até para nossos falecidos?

É isso mesmo: neste capítulo da carta aos romanos e ao longo de toda a Escritura Sagrada se anuncia esta boa nova a nós mortais: Deus, o criador é Pai. Ele é por nós! Sacrificou a vida de seu Filho: "É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós." Para que? Para nos proporcionar a vida! Sim, VIDA com letra maiúscula. Ele está à direita de Deus e também intercede por nós! Ouvimos bem?  Ele certamente faz isso, sem que a gente peça. Mas a afirmação do apóstolo pode e deve nos encorajar, a fazer uso disso. Rogar em todas as necessidades, em nome de Jesus.

Essa certeza pode nos dar condições de conviver com as realidades duras da existência terrestre que já mencionamos antes.  Deus é por nós e Jesus está à direita de Deus e intercede por nós. Não estamos abandonados ao nosso destino, ao nosso sofrimento. Alguém, o Pai no céu, além de nossos familiares e amigos nos acompanha. E tem mais! Pois logo adiante Paulo afirma com muita ênfase: "Porque estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir.... podem separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus  nosso Senhor"! Nem a morte , nem a vida! - nada e nunca - podem separar-nos do amor de Deus. Vale a pena, irmãos e irmãs em Cristo, destacar e repetir: nada poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Isso nos leva necessariamente a uma outra pergunta e reflexão. Ela se faz presente quando pessoas com doença grave pensam ou sentem que a morte se aproxima ou quando nós presenciamos familiares, amigos, membros da comunidade estar em fase terminal da vida. A pergunta: O que vem depois da morte? A pergunta tem perturbado o ser humano, desde que a morte sobreveio. A morte já está em vista - mesmo que não lembrada - quando uma criança nasce. Ela lança sua sombra sobre toda a existência. E depois que morremos? Será que então tudo acabou? Verdade é que surgiram muitas teorias a esse respeito. Também hoje são difundidas. Pessoas convictas desse tipo de idéias procuram enlutados com a intenção de consolar. Podem até mesmo afirmar que dá para se comunicar com os falecidos ou então dizem que a gente se deve conformar, e falam uma porção de outras coisas. Isto vai confundir e perturbar ainda mais, porque não combina com o que os cristãos aprenderam desde a infância.

A Palavra de Deus, o evangelho de Cristo, diz: Não, com o fim desta nossa vida terrena, não está acabada a nossa história.  Muitas são as mensagens de vida que com boa razão proferimos e podemos repetir num sepultamento e num culto como o de hoje, lembrando os finados. Por exemplo aquela palavra de Jesus que diz: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna." Ou aquela outra: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim , não morrerá eternamente." São inúmeras as palavras bíblicas que podemos citar. Este é o nosso consolo e esta é a esperança dos crentes.

Mas alguém poderia objetar: Essas palavras pouco dizem sobre o pós-morte. O que, por exemplo, acontece entre morte e "ressurreição do corpo", que confessamos no Credo Apostólico? Como vai ser a nossa existência na ressurreição? Se examinarmos cuidadosamente as mensagens do Novo Testamento a esse respeito, podemos obter algumas indicações. Talvez nem todas as nossas perguntas sejam respondidas satisfatoriamente, segundo a nossa opinião. Mas, por favor, tenhamos o cuidado de não ir atrás de qualquer teoria. Não nos deixemos iludir. Procuremos antes aceitar e levar a sério o que a Bíblia diz, estritamente isso. Os irmãos na fé, pastores e professores, podem ajudar-nos nisso. Não precisamos ter medo de apresentar nossas dúvidas. Podemos crescer juntos no conhecimento e na fé e fortalecer nossa esperança, esperança de vida eterna. Certamente vamos ter muitas surpresas no dia da ressurreição. Enquanto isso, podemos apegar-nos à mensagem: Estamos na mão do Pai que nos ama.

Ainda uma última reflexão: A realidade da morte atinge a todos por igual. Todos precisam aprender a lidar com a morte. Os cristãos, ou seja a comunidade cristã, possuem a melhor mensagem de esperança, assegurada por Deus Pai Criador, e por Deus Filho Salvador, e o melhor consolo por Deus Espírito Santo, que é o "Consolador". Por isso ela tem uma missão. A missão de divulgar em todas as oportunidades esta mensagem consoladora. Procurar as pessoas que estão de luto. Colocar-nos ao lado delas e conversar com elas a respeito das últimas coisas e da esperança que há em nós, sejam as pessoas de nossa Igreja ou não. Vale a pena compartilhar e esclarecer o que nós cremos, pela graça de Deus. Sempre inspirados nas palavras e promessas de Cristo. O Espírito Santo há de nos guiar a encontrar as palavras certas no tempo oportuno.

Amém.

 

                                                          

 



Pastor emer. Heinz Ehlert
Curitiba, Brasilien
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