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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3. Domingo após Epifania / último domingo após Epifania, 25.01.2015

Predigt zu Mateus 17:1-9, verfasst von Manfredo Siegle

 

O evangelista Mateus inicia o seu texto e narra um fato: Jesus tomou consigo alguns dos seus discípulos, Pedro e os irmãos Tiago e João; levou-os a sós para um alto monte.

Querida comunidade: Eu não sou Jesus e nem vocês são Pedro, João e Tiago. Mas histórias semelhantes a que Mateus narra podem acontecer, ainda hoje. De início faço a pergunta: será que nesta manhã não foi Jesus que nos tomou pela mão e nos motivou a vir até aqui, à casa de Deus, para com alegria e fé celebrar o culto, no último domingo do tempo de Epifania?

O evangelista Mateus mostra que Jesus tinha preferência pelos morros. Quem não conhece o discurso de Jesus, feito no alto de uma elevação (Mt 5 a 7) o Sermão da Montanha? Na história da tentação Jesus é levado a um alto morro; de lá ele enxerga todos os reinos da terra que o tentador lhe mostra e promete. E o monte das Oliveiras, o lugar onde Jesus começa o caminho que o leva à morte? Depois de ter andado sobre as águas do mar, Jesus “sobe ao monte para orar, sozinho”. Na história da ressurreição os 11 discípulos seguem para a Galileia, para “o monte que Jesus tinha designado” (28, 16).

E as comunidades ligadas a Jesus Cristo, até antes dele quando viveram situações difíceis, tempos de perseguição e de sofrimento, quando estavam com medo e se sentiam “por baixo”, gostavam de lembrar o Salmo 121; olhavam para cima, para o alto e recitavam: “Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro”? E a comunidade confiante respondia: “O meu socorro vem do Senhor Criador do céu e da terra”. Aos olhos da fé e segundo o testemunho da Bíblia, o monte é o lugar onde se sente a presença, a proximidade e a força que vem de Deus.

No monte da transfiguração, conforme o nosso texto, Pedro, Tiago e João viveram uma experiência muita bonita, até fantástica. O rosto de Jesus passa por transfiguração. Os amigos de Jesus descobrem: “este Jesus tão humano, de carne e osso, é ao mesmo tempo o Salvador, o enviado de Deus”. Ele é diferente do que eles são! Mudou o rosto de Jesus. Era como o brilho do sol, as vestes se tornaram brancas. Essa transformação deixou os discípulos inseguros, até com medo. Jesus diferente assume o rosto de Deus. E os discípulos percebem: embora pessoa humana, Jesus é tão diferente!

Observamos, nos dias de hoje, um Jesus sendo domesticado, segundo desejos humanos; resulta em homem banal, um Jesus-Compadre. Deixou de ser Jesus, Filho de Deus, Senhor do Universo e Salvador da humanidade. Esse Jesus, tão humano e tão diferente, merece a nossa confiança, o nosso profundo respeito. É preciso festejar a sua presença, em comunidade, com cânticos e com música. É possível tributar honra e glória ao Deus que rompeu o céu para viver entre nós humanos, sendo Ele mesmo pessoa humana. Diante de Deus que é tão diferente os três amigos de Jesus só podem sentir-se como se estivessem “na sombra”. O texto diz: “uma nuvem os envolveu”. Quem vive na sombra de outra pessoa, só pode cair em si e descobrirá que não é única, nem o dono do mundo. Toda pessoa que vive na “sombra de Deus” enxerga os seus próprios limites e reconhece as fraquezas e toma consciência dos fracassos pessoais. Na sombra de Deus, somos perguntados: Homem, onde estás? Quem tu és? Como te enxergas no espelho da vida? Na “sombra” de Jesus, a comunidade cristã só pode confessar a sua culpa, reconhecer a sua realidade pecadora, viver o seus limites. Apesar de vivermos na sombra de Jesus, sobrevivemos em confiança; ninguém precisa cair no abismo da desgraça ou ser presa do desespero. Jesus Cristo promete que jamais nos abandonará. Por causa da experiência no “alto monte” Pedro caiu na tentação de eternizar a situação maravilhosa que enxerga e sente. “Farei tendas” para nelas morar e para que a vida em glória jamais passe.

Querida comunidade: Em breve, este culto terminará. Os discípulos de outrora, amigos de Jesus, tiveram de descer do morro; nós hoje também teremos de sair do templo que nos acolhe em segurança e nos confere paz interior. Cada um vai para o seu lado, enfrentar os seus afazeres, vai em direção da sua casa. As portas para a missão estão abertas. O pulsar da vida não aconteceu no morro da transfiguração, tampouco acontece no espaço do templo. A vida das pessoas acontece lá fora, no dia a dia: na rua, na fábrica, no escritório na escola, no hospital. Enquanto Jesus convivia com o s discípulos, ele revela que não veio para ficar acampado num boa com os seus amigos. O compromisso da fé nos mantém em comunhão com as pessoas lá fora. É lá fora onde há muito a fazer; as comunidades que constituímos tem muito serviço a realizar. Lá fora, no mundo do dia a dia, vamos descobrir sinais bonitos, de colaboração, vamos encontrar gente celebrando em festa o amor de Deus, descobriremos boas obras frutos da fé. Mas lá fora também vamos descobrir gente com fome de pão, com sede de água, carentes de saúde, famintos de educação, de paz, de tempo. Lá fora vamos encontrar famílias quebradas, gente miserável, pessoas sofridas, esquecidas e maltratadas. Depois dessa hora de festa no culto, quando fomos hóspedes de Deus, há motivo bastante para sair em busca do irmão e da irmã; saímos daqui de ouvidos abertos. A cada novo dia Jesus sopra em nossos ouvidos: “Estou com vocês todos os dias, quero acompanha-los/las e animá-los/as neste ano que iniciamos; estarei com vocês todos os dias até o fim da história da humanidade”. Amém.

 



P. em. Manfredo Siegle
Joinville – SC; Brasil
E-Mail: manfredo_siegle@hotmail.com

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