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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Penúltimo Domingo do Ano Eclesiástico, 18.11.2007

Predigt zu Lucas 19:11-27, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

 

O investimento no reino de Deus

Vivemos num mundo que tem pressa. E quando se tem pressa, é preciso definir bem os objetivos. O que queremos e como vamos alcançá-lo. E eis que o evangelho deste penúltimo domingo do Ano Eclesiástico nos defronta com o tema que nos leva à pergunta: Qual o objetivo de nossa vida? O que queremos e o que buscamos nesta vida?

Há 50 anos atrás, nossos jovens respondiam esta pergunta com clareza, presteza e simplicidade: Quero ter uma profissão honrosa. Trabalhar e constituir família. Servir a minha igreja e pátria. Hoje, respondem esta pergunta de forma diferente, simplesmente: Quero curtir a vida. E mesmo muitos adultos que começaram bem, mudam e dizem: O que importa é curtir a vida e o resto é secundário. Que tristeza. Qual o nosso objetivo de vida?

Quando pensamos em objetivo de vida não podemos dar ouvidos ao que o mundo nos sugere, nem consultar nosso próprio coração pecaminoso. Precisamos dar ouvidos ao que nosso Deus, Criador, Salvador e Santificador, diz em sua Palavra. Ele diz: Santos sereis, porque eu o Senhor teu Deus sou santo (Lv 19.2). E como cristãos, respondemos como o apóstolo Paulo: Para mim o viver é Cristo (Fp 1.21).

O que significa isto? Quero ouvir a Cristo, viver para sua glória e propagar o seu nome como Salvador da humanidade. Esta é a principal razão da vida cristã: Cuido da família, da profissão, visando em tudo a missão de proclamar a Cristo. Nesta vida cristã há também momentos de lazer e de alegria, mas tudo para a glória de Deus.

Este é o ensino de Jesus neste evangelho das dez minas. O investimento no reino de Deus. Vejamos.

A parábola. Jesus estava se dirigindo para Jerusalém. Era sua última jornada. Grande multidão o acompanhava. Alguns imaginavam que Jesus iria ser aclamado rei em Jerusalém para erguer um grande reino de paz, como nos dias do rei Davi, idéias que circulam ainda hoje no meio da cristandade como o Milênio, o Arrebatamento etc. A propósito disso, Jesus lhes falou sobre o Reino de Deus e fez isto através da parábola das dez minas, para mostrar que seu Reino não é deste mundo, como o povo imaginava.

Certo homem de uma família importante foi para um país que ficava muito longe, para ser feito rei e depois voltar. Este quadro era muito familiar ao povo da época. Homens nobres eram chamados para Roma e recebiam do imperador César uma província, um reino para governar.

Jesus continuou: Antes de viajar, chamou dez de seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: Vejam o que vocês podem ganhar com este dinheiro, até a minha volta. Cada um recebeu um valor igual.

Neste sentido a parábola difere da parábola em Mateus, na qual os servos ganharam quantias diferentes. Mas o povo do seu país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer: Não queremos que este homem seja nosso rei e governe sobre nós.

O ensino. Vejamos o que Jesus nos ensina por esta parábola. O homem importante na parábola é o próprio Jesus. Ele estava no fim do seu ministério aqui na terra. Em breve, após sua paixão, morte e ressurreição, iria subir ao céu para tomar posse do seu reino. Ele disse no dia da ascensão: Vou para o meu Pai e vosso Pai. Vou-lhes preparar lugar. Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra (Jo 20.17; Mt 28.18).

Mas o povo de Israel disse claramente a Pilatos: Não queremos que este governo sobre nós. O seu sangue caia sobre nós e nossos filhos (Mt 27.25). Que tristeza.

Enquanto estiver longe, ou melhor, não mais visível entre nós, confiou a cada um de seus servos um tesouro, uma moeda de ouro. Esta moeda simboliza o Evangelho, os meios da graça, a mensagem do Evangelho que deve ser proclamada ao mundo para a salvação de muitos, até a volta de Jesus. Estamos diante de uma ordem e promessa de Jesus: Ide fazei discípulos de todas as nações, batizando e ensinando, até que ele volte. E eis que estou convosco até a consumação dos séculos. Esta é nossa grande tarefa, nossa grande missão, nosso grande investimento (Mt 28.19-20).

Ele nos confiou um tesouro. Este tesouro recebemos gratuitamente, tanto para a nossa salvação como para de muitos outros. Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se gloria (Ef 2.8,9). E o versículo continua: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (v.10).

Como novas criaturas pela fé em Cristo, como filhos de Deus e herdeiros de Deus, com muito entusiasmo e alegria e gratidão ao nosso Salvador queremos propagar esta mensagem. Trabalhar com o Evangelho para a edificação do reino de Deus.

Por isso, cabe a cada jovem e adulto batizado, como cristão, a nós como comunidade perguntar: O que e como estou trabalhando com este tesouro que Cristo nos confiou? Como estamos investindo no Evangelho?

Como pais, precisamos nos perguntar: Estou incutindo a palavra de Deus nos meus filhos pela devoção familiar, no repreender e consolar, no guiar, orientar e aconselhar?

Como filhos, será que meus amigos e amigas, meus colegas conhecem o Salvador Jesus? Se morrêssemos hoje, estariam eles comigo no céu? Tenho estudado a palavra de Deus para poder falar corretamente sobre o meu Salvador, a salvação e a vida eterna com eles?

Como pastores, precisamos nos perguntar: O que estou fazendo aqui? Minha tarefa não é comentar os últimos acontecimentos, mas guiar os membros que me foram confiados para dentro da palavra de Deus e instruí-los para que possam enfrentar as tentações e não se conformarem com este mundo (Rm 12.1-3).

Como comunidade, precisamos nos perguntar: Estamos buscando o conhecimento da palavra de Deus? Como vão os estudos bíblicos? Estamos ofertando para os trabalhos missionários, manutenção de nosso Seminário, publicações, e missões?

Analisando estas perguntas, me entristece ver como a Igreja Luterana, que no passado primou pelos conhecimentos da Bíblia, pelo conhecimento da doutrina, por seus hinos, está abandonando tudo isso. Espíritas e seitas tem duas reuniões de estudo por semana com templos lotada, mas em nosso meio os estudos bíblicos estão minguando, as doutrina já não são mais conhecidas por nossos próprios membros e não sabem expô-las a outros. Nosso Hinário está sendo abandonado. Isto entristece. Isto precisa ser revertido. A presente parábola nos exorta a tanto.

O julgamento. Jesus diz na parábola que após um tempo, isto é, após o tempo da graça, o rei voltou, isto será no dia do juízo final. Então chamou seus servos para prestação de contas.

O primeiro chegou e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. Interessante. Ele não disse: Eu trabalhei e consegui dez. Não! A tua mina rendeu dez. O poder não está em nós, está no Evangelho, na Palavra pela qual o Espírito Santo atua. A palavra de Deus é o poder de Deus.

O segundo disse: A tua mina rendeu cinco. Por que ela só rendeu cinco e não dez? Culpa do administrador? Provavelmente não. Há épocas em que o Evangelho floresce e em outras épocas, por mais fiéis que sejam os trabalhadores, a resistência ao Evangelho é grande e os resultados são poucos. Não por culpa do Evangelho nem dos trabalhadores, mas por causa da impenitência, da incredulidade.

Veio o outro e disse: Eis aqui, Senhor, a tua mina, que eu guardei embrulhada num lenço. Pois tive medo de ti, que és homem rigoroso; tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. Respondeu-lhe Jesus: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei; porque não puseste o meu dinheiro no banco? E então, na minha vinda, o receberia com juros... Pois eu vos declaro: A todo o que tem dar-se-lhe-á; mas ao que não tem, o que tem lhe será tirado.

E a história confirme a afirmação de Jesus. Lutero disse com razão que o Evangelho é como uma chuva de verão. Passa rapidamente. Quem não o aproveita o perde.

Olhemos as regiões que foram ricamente abençoadas com a ação misericordiosa de Deus: Iraque e Irã, a antiga Babilônia, Turquia e Egito, onde os apóstolos trabalharam. Alemanha onde houve a Reforma Luterana.

Estas regiões hoje quase não tem mais o Evangelho. Impressionante, em Wittenberg só 18% se dizem cristãos, e não há nenhuma Comunidade genuinamente luterana. Este ano, um pastor da Evg. Selbständige Kirche (SELK), com o apoio da Igreja e dos irmãos da LCMS, está começando um trabalho missionário ali. O Evangelho lhes foi ou está sendo retirado.

Conclusão. A parábola, neste último domingo do Ano Eclesiástico nos convida a um sincero exame de consciência quanto ao nosso objetivo de vida. Aplicamos bem nosso tempo, dons e bens no ano que passou, investindo no reino de Deus? Aqui cabe, sem dúvida, sincero arrependimento e súplica por perdão.

Eis que Deus abre diante de nós mais um novo Ano do Senhor ou Ano da Igreja, um ano da graça. Aproveitemos o mesmo para nosso enriquecimento espiritual e trabalho para a salvação de muitos, com a súplica: Senhor, não retires de nós o teu Evangelho, dá-nos ânimo, coragem e sabedoria para o cumprimento da missão que nos confiaste e abençoa tua palavra em nosso meio. Amém.

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: horstkuchenbecker@gmail.com

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