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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Penúltimo Domingo do Ano Eclesiástico, 18.11.2007

Predigt zu Lucas 19:11-27, verfasst von Lindolfo Pieper

  

ADMINISTRADORES DE DEUS

Lucas 19.11-13: "Ouvindo eles estas coisas, Jesus propôs uma parábola, visto estar perto de Jerusalém e lhes parecer que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente. Então, disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez moedas de ouro e disse-lhes: Negociai até que eu volte".

Era uma vez um homem muito rico que pretendia proporcionar uma grande alegria a um construtor pobre e de família numerosa. Pediu-lhe que construísse uma casa boa, devendo empregar o melhor material e escolher os melhores profissionais. O construtor aceitou a obra.  E o senhor rico viajou para o exterior, esperando encontrar a casa pronta após a volta.

O construtor, vendo-se completamente à vontade, julgou ter chegado o momento para fazer algumas economias. Foi desonesto. Caiu em tentação. E assim, acreditando que a pintura cobriria as falhas da construção, empregou um material inferior e contratou mão-de-obra barata. Assim pretendia gastar pouco e ganhar muito, desonestamente.

Passaram-se os meses. O dono voltou. A casa estava pronta. E o construtor, ao entregar a chave, disse: "Cumpri com o meu dever e construí a casa conforme o senhor me havia ordenado!" "Alegro-me muito", respondeu o rico. E devolveu-lhe a chave. "Toma esta chave. A casa é sua. Para você e para a sua família é que eu mandei construir".

A lição foi muito dura. Durante muito tempo o construtor culpou-se a si mesmo por não ter empregado o melhor material na casa. Não havia enganado ao seu senhor, mas a si mesmo.

Devemos ser prudentes, honestos e sinceros em todas as nossas atividades, especialmente no trabalho do reino de Deus. Os tempos são maus. Há muita hipocrisia, desonestidade e mentira.

Devemos ser honestos não só nas coisas grandes, mas também no pouco. E, sendo fiéis no pouco, Deus nos colocará sobre muito, conforme as palavras de Jesus: "Foste fiel sobre pouco, sobre muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor".

Jesus conta que certo homem nobre partiu para uma terra distante, com a finalidade de ser feito rei, de tomar posse de um reino, e depois voltar. Antes de viajar, chamou os seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês podem ganhar com este dinheiro até a minha volta".

Depois de tomar posse do reino, o homem voltou e mandou chamar os empregados a quem dera o dinheiro para saber quanto cada um havia ganhado. Um ganhou dez moedas de ouro com a que recebera, e foi recompensado dez vezes mais. Outro ganhou cinco moedas de ouro e foi recompensado cinco vezes mais. Mas um terceiro empregado, em vez de aplicar o dinheiro, o embrulhou num lenço e o escondeu. Este homem foi repreendido por causa da sua negligência. E, além de ser chamado de inútil, teve que devolver o dinheiro que recebera.

Esta história é uma comparação, e tem algo a nos dizer. O homem nobre da história é o próprio Senhor Jesus. O empregado somos nós. As moedas de ouro são os dons que Deus nos deu.

Cristo nos deu dons, capacidade e talentos. Ele quer que os usemos a serviço do seu reino aqui na terra. Um dia ele vai voltar, e então ele há de querer saber o que fizemos com os dons que ele nos deu. Estamos usando os nossos dons a serviço do próximo, da sociedade e da família? Ou os estamos embrulhando num lenço, sendo negligentes?

Jesus, antes de subir aos céus, deixou aqui na terra uma empresa, que é a sua igreja. Diz ele em Mateus 18.18: "Também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

A igreja teve seu início em Pentecostes, mas o lançamento de suas bases começou com o ministério público de Cristo, quando Jesus começou a pregar sobre o reino de Deus.

Cristo, além de lançar as bases doutrinárias da igreja, preparou doze apóstolos, que mais tarde levaram o ensino de Jesus adiante.

De acordo com a Bíblia, a igreja está fundamentada sobre os ensinamentos dos apóstolos e profetas, sendo Cristo a pedra angular (Efésios 2.20).

Os apóstolos tiveram um curso intensivo de teologia itinerante, que durou três anos.

Os ensinamentos de Jesus eram tão profundos que às vezes os apóstolos não conseguiam entender o seu conteúdo; por isso, disse Jesus, que eles precisavam do Espírito Santo, que os faria lembrar todas as coisas que ele dizia (João 16.13).

O Espírito Santo, além de fazê-los lembrar de todas as coisas que haviam ouvido, ainda lhes daria força para testemunhar.

Por isso Jesus, antes de voltar para os céus, pediu que eles ficassem em Jerusalém e esperassem pela promessa do Pai.

Embora Jesus tenha iniciado o trabalho da igreja com a escolha dos apóstolos, a igreja, propriamente dito, teve o seu início em Pentecostes, quando os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar das grandezas de Deus e perto de três mil pessoas se converteram.

Jesus instituiu a igreja com uma missão: pregar o evangelho e administrar os sacramentos. Essa ordem se encontra em Marcos 16.15, onde o Cristo diz: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer, será condenado".

Os cristãos do primeiro século entenderam a sua missão: eles fizeram o que Jesus lhes ordenou: eles pregaram o evangelho em todo mundo.

A igreja iniciou pequena. No começo eram apenas 120 pessoas. Em Pentecostes esse número saltou para três mil pessoas. Depois nos é dito que o número chegou a cinco mil pessoas, e mais adiante a centenas de milhares.

Esse número foi se expandindo, até conquistar, no ano 300, todo o Império Romano, a ponto do próprio imperador se converter ao cristianismo, deixando-se batizar.

Perguntamos: qual foi o segredo desse crescimento? A resposta nós a encontramos em Atos 2.42-47, onde nos é dito que "eles perseveram na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações... e em cada alma havia temor. Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Enquanto isso o Senhor ia acrescentando dia a dia os que iam sendo salvos".

Resumindo, eles fizeram três coisas, as quais nós também podemos fazer, se quisermos evangelizar o mundo.

Em primeiro lugar: eles falaram de Cristo aos outros. Eles perderam todo o medo e acanhamento. Com quem quer que se encontrassem, o assunto de conversa era um só: Jesus.

Eles haviam se embebido com a palavra de Deus, estavam tão encharcados com ela que simplesmente não conseguiam ficar quietos: tinham que falar de Jesus. E, quando eram proibidos de falar de Jesus, eles respondiam: "Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos".

Se nós queremos evangelizar o mundo hoje, só há uma alternativa: temos que falar de Jesus aos outros, sem medo e sem acanhamento.

Ninguém pode crer em alguém que não conhece. Ninguém pode crer em Jesus se nunca ouvir falar dele. Paulo, depois de afirmar que a fé vem pelo ouvir, concluiu, dizendo: "Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como crerão se não há quem pregue" (Romanos 10.14).

E para que alguém possa falar de Jesus é preciso conhecê-lo. É preciso estar encharcado com a palavra de Deus.

Uma pessoa que não lê a Bíblia, que não freqüenta aos cultos, que não vai à Santa Ceia, é alguém vazio, que não tem nada dentro de si para transmitir. Ela vai falar muito bem de futebol, de política, de dinheiro, de novela, do qual está encharcado, mas não de Cristo.

"A boca fala do que está cheio o coração", diz a Bíblia. Como o coração de muitas pessoas está cheio de porcaria, só sai coisa que não presta da sua boca, nada de Cristo.

Em segundo lugar: os discípulos de Cristo testemunharam a sua fé. Eles não apenas falaram de Cristo aos outros, mas também viveram o evangelho. Não eram cristãos apenas de boca, mas de verdade.

Conforme a ordem de Cristo, eles eram realmente o sal da terra e a luz do mundo. Eles faziam a sua luz brilhar onde quer que estivessem.

Não eram plantas amargas e espinheiros no meio do pomar de Deus, mas videiras frutíferas. O seu exemplo de vida cristã era admirado por todo mundo, até mesmo pelos inimigos do evangelho.

Como está o nosso testemunho hoje? Estamos realmente vivendo o evangelho, praticando a nossa fé? Estamos sendo de fato videiras frutíferas, ou ervas daninhas no reino de Deus? Como está a nossa luz: estamos brilhando como uma luz sobre uma candeia, ou estamos escurecendo tudo ao nosso redor com o nosso mau exemplo?

Para sermos sinceros, devemos reconhecer que o nosso testemunho anda um tanto fraco demais. Em vez de sermos a luz do mundo, estamos sendo trevas. Em vez de sermos árvores frutíferas, estamos sendo mato. Em vez de sermos exemplos para o mundo, estamos envergonhando a nossa igreja com o nosso mau comportamento. Ou não é assim na sua vida?

Em terceiro lugar: os cristãos do primeiro século contribuíam para a igreja, a fim de que ela pudesse desenvolver o seu trabalho.

Eles não apenas ofertavam com 10% de sua renda, segundo a lei do Antigo Testamento, mas chegavam a vender os seus bens para trazê-los à igreja. Lemos em Atos 4.34,35: "Os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os seus valores correspondentes, e depositavam aos pés dos apóstolos".

E houve até mesmo aqueles que vendiam tudo para dá-lo à igreja, como Barnabé, do qual lemos: "José, a quem os apóstolos deram o sobrenome Barnabé (que quer dizer: filho de exortação), natural de Chipre, levita, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos".

Hoje, como estão as nossas ofertas? Seríamos capazes, em caso de necessidade, de vender tudo o que temos para ajudar a igreja?

Não é preciso vender os bens. Basta apenas cada um contribuir conforme as suas posses, de acordo com a vontade de Deus, que a igreja terá condições de fazer o seu trabalho, que é evangelizar o mundo.

Bens, dons, falar, escrever, compor músicas, cantar e capacidade de liderar são talentos que Deus nos deu para gerenciarmos a sua igreja. Ele quer que usemos tudo para o bem do próximo e a expansão do seu reino aqui na terra.

"Tira o talento do lenço", era o título da coluna de um periódico que desafiava os seus leitores a escrever. Ele é também uma ótima lembrança para todos os filhos de Deus. Quem não reparte com os outros o que recebeu de Deus e não usa os seus dons para o progresso do reino de Deus aqui na terra e para o bem do próximo, corre o risco de perder o que tem e ser declarado um inútil por Deus.

O maior dom que Deus nos deu é o dom da fé. Compartilhemos esta fé com os outros, falando de Jesus ao próximo. E Deus nos promete recompensar, aqui nesta vida e na eternidade. É isso que Cristo diz no final da história que ele contou: "Aquele que tem muito, receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que tem lhe será tirado".

Usemos, pois, os dons que Deus nos deu corretamente, para o bem do nosso próximo e para o progresso do reino de Deus aqui na terra. E Jesus então, no dia do Juízo Final, com um grande sorriso nos lábios, nos dirá: "Servo bom e fiel: foste fiel no pouco, sobre muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor".

Que Deus nos conceda esta graça. Em nome de Jesus. Amém.

 



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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