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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

DOMINGO DED PÁSCOA, 27.03.2016

Predigt zu Lucas 24:1-12, verfasst von Martin Dreher

 

Minhas irmãs e meus irmãos!

No primeiro dia da semana, mulheres vão a um túmulo. No primeiro dia da semana também nós viemos a este local de culto. Também viemos a um túmulo? De fato, templos são o túmulo da manhã da Páscoa, mas quando neles entramos vem ao nosso encontro o anúncio: Por que vocês buscam entre os mortos aquele que está vivo? Aqui entendemos de onde vem a nossa esperança, o que nos move em nossa vida cristã. Aqui somos alimentados pela Palavra de Jesus. Aqui ele partilha conosco o pão e o vinho e se oferece a nós. Aqui ele nos abençoa e nos envia para que anunciemos que ele é o caminho, a verdade e a vida. Aqui, túmulo deixa de ser túmulo para ser espaço de vida e de esperança.

Nosso texto, lido nesse túmulo, no domingo de Páscoa, nos formula pergunta incisiva: “Por que é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo?”

Em muitas igrejas cristãs no Oriente, os cultos da manhã da Páscoa são celebrados, quando ainda está escuro. O templo está as escuras. Cada pessoa que ingressa no templo o faz com vela na mão. Aos poucos a luz vai tomando totalmente o interior do templo, a luz vence a escuridão. Os que entram, podem pronunciar, em grego, as palavras: Christósanéste! (Cristo ressuscitou!). É um único grito de júbilo.

Por isso, quero anunciar a vocês: Quem se reúne hoje no culto, neste domingo de Páscoa, tem diante de si o Cristo vivo. Verdade é que como as mulheres, os apóstolos, Pedro e outras pessoas nos mostramos admirados, pois não conseguimos entender, de todo, o que aconteceu na manhã da Páscoa. Por isso, nos reunimos como em todos os domingos após aquele primeiro domingo para tentar compreender o que move a nossa fé. Depois, por Ele alimentados podemos daqui sair para anunciar o que nos move e comove, o que significa ressurreição para nossas vidas e para a esperança que temos em relação a nosso mundo

Lembro a vocês: Estamos reunidos na presença do Senhor vivo, ressurreto! Não o podemos ver. Mas, ele se dá a reconhecer em sua Palavra e no Partir do Pão. Não é um fantasma. De nossa parte, só conseguimos ficar admirados. As mulheres estão estupefatas. Foram perfumar um cadáver, encontraram túmulo aberto, nele não há mais corpo. Elas não sabem mais o que fazer/pensar (v.4). E, será que podia ser diferente? Queriam pelo menos perfumar, mas agora nem isso podem fazer. Estão sem esperança depois de haverem presenciado a execução daquele no qual haviam depositado suas esperanças. Em meio a desesperança, porém, vem uma pergunta: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive?”Nada estava a indicar a elas que fosse possível vida em meio à morte.

Elas não conseguem crer. Não sabiam mais o que fazer. Mas, o que muda tudo é a notícia dada por dois homens a essas mulheres e, depois, transmitida aos onze e a outras pessoas. Também  essa transmissão não elimina a estupefação: “Eles acharam que o que as mulheres estavam dizendo era tolice e não acreditaram.” (v.11). Pedro ainda corre, mas só volta “admirado”. A mensagem da Páscoa nos deixa confusos, é estranha, literalmente “incrível”.

Como podemos compreender o que aconteceu? Como podemos compreender o que Deus fez a esse Jesus? No Catecismo Menor aprendemos: “Creio que, por minha própria inteligência ou capacidade, não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem chegar a ele, mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho.” Não é por nossa própria razão ou força que podemos compreender.

Os “homens “ dizem às mulheres: “Lembrem-se que ele disse a vocês.” – “Então as mulheres lembraram das palavras dele.” Elas são lembradas de um milagre. Quem é que ressuscitou? Aquele que experimentou abandono, escárnio, morte, ausência de Deus. O milagre da Páscoa não está no fato de que Deus pode fazer novas todas as coisas, dar vida onde não há vida. O milagre da Páscoa é que Deus dá vida a quem foi rejeitado, crucificado, entregue. Jesus experimentou o juízo de Deus sobre o mundo. Deus condenou o Filho. Não foi qualquer pessoa que morreu na sexta-feira santa, mas justamente esse Jesus. Esse Jesus, Deus coloca como exemplo, é a ele que Deus diz o seu “sim”. Onde havia ira e condenação, agora há graça e justiça. Isso é o que devemos compreender.

A morte de Jesus foi a rejeição de tudo o que ele ensinou, viveu e praticou. Para os que viram seu abandono na cruz, sua morte era também abandono da parte de Deus. Na manhã da Páscoa, porém, o rejeitado vive. Esse anúncio é juízo sobre todos e tudo que o levou à morte de cruz. Sua ressurreição é o “sim” de Deus a tudo o que ele ensinou e falou a partir de Deus: Deus é amor, quer vida e não morte, acolhe ao invés de rejeitar, transforma inimigo em amigo. Por isso, a cruz de Jesus continua em nossos templos, em nossas casas, em nossos corações. É anúncio de que Deus, em Jesus, diz que a morte não é a última palavra! A última palavra de Deus é vida, vida eterna. Em minha comunidade tenho, no momento, muitos irmãos e irmãs sofrendo pelas mais diversas razões, a eles e elas tenho que levar a mensagem da Páscoa: Jesus vive, por ele viverás.

A primeira comunidade experimentou o Cristo ressurreto na pregação, no anúncio. É verdade que Jesus também seria o ressurreto, caso não fosse anunciado. Mas, Deus o ressuscitou e, por isso, nós o podemos anunciar. – Por outro lado, a ressurreição de Jesus não teria significado, caso nós não o anunciássemos. Os dois homens são mensageiros, os primeiros anunciadores da Páscoa. As mulheres são as primeiras a retransmitir o que ouviram. Para nós como comunidade pascal vale a palavra de Jesus: “Quem ouve vocês está me ouvindo.” Vamos dar voz a Jesus.

Mais uma vez vale para a comunidade de Jesus “Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus.” O Senhor ressurreto está em nosso meio e quer que participemos de sua vida. Amém.




P. Dr. Martin Dreher
São Leopoldo – RS (Brasil)
E-Mail: martindreher@terra.com.br

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