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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

7º DOMINGO DA PÁSCOA,, 08.05.2016

Dia das Mães
Predigt zu Lucas 1:46-55, verfasst von Eloir E. Weber

Providências prévias: Sugiro preparar uma bela encenação da anunciação de gravidez da Maria. Para contextualizar, a cena inicia com Lucas 1.26, no encontro do Anjo com Maria, passa pelo encontro com Isabel e culmina com o Magnificat (texto em questão para o Dia das Mães). A pessoa que faz o papel de Maria deve conseguir dar emoção às palavras do cântico (para isso, se necessário, instalar um monitor discreto no qual a pessoa possa ler o texto e interpretá-lo para a comunidade, sem a pressão de ter que decorar o texto)

 

Pregação: Lucas 1.46-56

 

Prezada comunidade. Irmãos e irmãs e Cristo. Que a paz e a graça do nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vocês.

Uma pergunta para você, mulher, que é mãe: Como foi o momento em que você confirmou a sua gravidez? E você, que é pai: Como foi este momento para você? Quais sentimentos surgiram? Que emoções afloraram?

Para você que ainda não é ou não será mãe/pai: Como você imagina a descoberta de uma gravidez?

Ainda lembro com carinho aquela manhã de início de outubro de 2004, quando a minha esposa e eu fizemos o teste de gravidez comprado em farmácia. Aqueles momentos de espera e expectativa para ver as linhas aparecerem, mostrando que o teste indicava “positivo”. A euforia, misturada com tantos outros sentimentos que nem sei descrever. A pressa em marcar uma consulta médica para confirmar a bela notícia de que seríamos mãe e pai.

A confirmação de uma gravidez é um momento marcante. Uma mistura de sentimentos. Por um lado a alegria, a emoção e a realização; por outro a ansiedade, a apreensão e as preocupações que acompanham este tempo de gestação, de transformação e de preparação.

Obviamente que toda a gravidez é diferente. Quem tem mais do que um/a filho/a sabe disso. As emoções dependem do momento de vida das pessoas envolvidas. Por exemplo: uma situação é quando a gravidez é planejada, outra bem diferente é quando a gravidez é inesperada. Uma situação é quando a vida está estruturada e a gravidez desejada, outra bem diferente é quando acontece com uma jovem mãe adolescente.

Há muitas mulheres e homens que sonham e desejam este momento, mas ele não chega. Outras pessoas precisam recorrer à fertilização in vitro para tornar esta emoção possível. Outras preparam com carinho o ninho do/a seu/sua filho/a e o/a adotam.

Enfim, várias são as situações, as emoções, as alegrias e as lágrimas. Para o Dia das Mães nos é reservado um texto bíblico para falar de uma gravidez igual a todas as outras, mas ao mesmo tempo completamente diferente de todas as outras. Convido para acompanharmos a encenação do texto que conta a anunciação da gravidez de Maria, quando ficou grávida de Jesus. O texto específico de hoje nos traz a bonita canção que Maria cantou para a sua prima Isabel – conhecido pelo nome latino Magnificat - mas nós vamos acompanhar uma parte um pouco maior do relato bíblico.

 

(Encenação do texto:Lucas 1.26-46 – ou leitura: Lucas 1.46-56)

 

Parece estranho! O texto bíblico que acabamosde acompanhar geralmente é lido em dezembro – ou no dia 25 de março, ocasião na qual faltam nove meses para o Natal e lembramos a Anunciação do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mas é um texto excepcional para refletir sobre o Dia das Mães.

A nossa tradição religiosa luterana fala muito pouco de Maria, a mulher que ganha o presente de gestar o Salvador, o Messias. Parece que evitamos falar dela para não sermos confundidos com outras tradições cristãs - especialmente a tradição católica. Interessante observar que o Reformador Martim Lutero tinha uma bonita afeição por Maria: pela humildade e submissão à vontade divina, pelo papel dela como mãe do Salvador, por tudo o que ela representou na encarnação divina, pelo maravilhoso cântico do Magnificat que ela nos deixou como legado. Lutero escreveu e, também, pregou muitas vezes a partir deste texto bíblico. Há, inclusive, um livro de Lutero, traduzido para o português, sobre o Manificat. Neste livro ele escreveu, no final:“Queira essa doce mãe de Deus conquistar-me o espírito capaz de interpretar de forma proveitosa e profunda esse cântico, para que dele (...) todos nós possamos tirar uma compreensão proveitosa e uma vida louvável, e para que assim, na vida eterna, possamos louvar e cantar esse Magnificat eterno. Que Deus nos ajude. Amém.”

Observo como ele se refere à Maria: “doce mãe de Deus”. É bonito olhar para este ser humano, a Maria, com ternura e respeito. Ela teve um papel único e honrado da parte de Deus na história da salvação. Isto não muda em nada a nossa confissão de fé de que o único salvador é o filho de Maria, que é o Filho Unigênito de Deus: Jesus Cristo.

Vamos tentar imaginar e nos colocar no lugar de Maria. Uma jovem mulher. Solteira. Com casamento marcado com José. Virgem. Aparece grávida. Que escândalo! Quanto assunto para os fofoqueiros! Como esta notícia cairia para a sua família, seus vizinhos, seu futuro esposo? É importante lembrar que ela não vivia em nosso tempo. Gravidez antes do casamento era resolvida, na tradição da época, com pena de morte – por apedrejamento.

Que emoções e sentimentos afloraram em Maria, diante da gravidez? Além de tudo o que representa uma gravidez (ainda hoje), ela teve que lidar com o risco de ser mal falada, ou pior, condenada à morte.

Como ela lida com isso? Ela canta! Conforme Lutero escreveu, inspirada pelo Espírito Santo: “Para entendermos este santo cântico de louvor de Maria em sua ordem, deve-se considerar que a altamente louvada virgem Maria fala de experiência própria na qual ela foi iluminada por Deus e instruída pelo Espírito Santo. Pois ninguém é capaz de ter o entendimento correto de Deus ou de sua palavra a não ser que o tenha do espírito Santo.”

Em termos de conteúdo, o cântico  Magnificat pode ser dividido em três partes. Em cada parte se revela uma Maria com um papel diferente na sociedade da época: a) Maria, a mulher de fé, mostra-se como uma humilde servidora. Louva a Deus pela salvação recebida mostrando assim sua profunda espiritualidade (v. 46-50); b) Maria, a profetiza, se revela como membro da nova humanidade. Proclama a vinda do Reino de Deus, pois percebe o agir de Dele que transforma as relações sociais (v. 51-53) e c) Maria, mulher de seu povo, uma israelita que recorda a ação de Deus a partir de Abraão. Recorda que, através da história, Deus é fiel e seu amor é para todas as pessoas e para sempre(v. 54-55).

O Magnificat é o cântico de libertação de uma humanidade decaída e massacrada. Para aquelas pessoas que gostam de futebol, comparo este cântico com o grito de golda torcida no meio de um jogo decisivo. Mesmo sabendo que, até o juiz apitar o final da partida, muitas dificuldades ainda virão. Com aquele gol já se pode experimentar o doce gosto da vitória. Assim, Maria sabia que a vida humana não seria fácil, mas Deus, que interveio de forma definitiva em Jesus Cristo, iria levar o plano de salvação até a concretização plena do Reino.O Magnificat é o teu, o meu grito diante das incertezas e agruras da vida. É a certeza de que a gestação de novos sonhos é uma caminhada, por vezes árdua, mas no final da gestação a nova vida surge e faz tudo valer a pena.

Querida comunidade. Uma gravidez muda o contexto em uma casa, alcança e transforma a vida de muitas pessoas. Interfere de forma definitiva na vida cotidiana e muda a forma como vivemos e percebemos a nossa vida. Uma gestação tem muito poder sobre nós, uma nova vida mexe com as relações familiares e sociais.

Imagina o que significou a gestação da nova vida no ventre de Maria. A gestação foi igual a todas as outras, mas diferente. A criança que ela esperou foi igual a todas as outras, mas diferente. Ela gestou o Salvador. Aquela criança que nós continuamos festejando o nascimento no Natal. Aquele que foi até a cruz, por amor à humanidade. Para que todas as gestações carregassem consigo a marca do amor de Deus, da aceitação e da vida digna e eterna.

A gestação de Maria, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus dão uma dimensão diferente à maternidade, à vida. A partir de Cristo, olhar para uma criança significa saber que Deus ama e foi até as últimas consequências para que esta nova vida seja vivida em liberdade, em esperança e que a fé pode, sim, conduzir para novidade de vida todos os dias. O fruto da gestação de Maria trouxe dignidade e mudou o sentido da vida humana.

Queridas mães. Que bom que podemos hoje refletir, neste culto, sobre o Dia das Mães. É dia de agradecer a Deus por esta dádiva. É dia de lembrar a amplitude de significados que representa a maternidade nos dias atuais. Que Deus conceda sabedoria, tranquilidade e paciência diante de todos os desafios da maternidade. Que a bênção de Deus as fortaleça. Amém.



Pastor Eloir E. Weber
São Leopoldo
E-Mail: eloir@sinodal.com.br

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