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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

4º domingo de Advento, 23.12.2007

Predigt zu Mateus 1:18-25, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

 

Emanuel, Deus conosco!

Mateus 1:19-25 RA: "Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.   Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.   Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.   Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:   Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).   Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.   Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus".

Estamos diante da festa de Natal. Uma festa que mexe muito com nossos sentimentos. São cantos, poesias, programas e encontros familiares. Isto é bom. Mesmo assim, é necessário que tomemos tempo para ler, ouvir e meditar na palavra de Deus. Dela nos advém a verdadeira compreensão e bênção do Natal.

Somos muito gratos a Deus, que nos concede mais uma vez o privilégio de meditar e de proclamar o amor de Deus revelado à humanidade, no grande mistério da humanação de Cristo, o eterno Filho de Deus. Mistério que "muitos profetas e reis desejavam ver" (Lc 10.24), e muitos "anjos gostariam de entender" (1 Pe 1.12).

Hoje queremos fixar nossa atenção no Emanuel, que significa: Deus conosco. 1) Deus entre nós, 2) Deus por nós, 3) Deus junto de nós.           

1. Deus entre nós. Que milagre! Pela queda em pecado, o homem foi expulso da presença de Deus. Tornou-se inimigo de Deus, escravo de Satanás e réu da eterna condenação. O resultado disto é descrito em todas as páginas da Bíblia.

Caim (Gn 4.8-16) matou seu irmão Abel. Há milhares de cains no mundo.

Noé (Gn 9.20), mesmo após o dilúvio, se embriagou. Há milhares de embriagados pelo mundo.

Davi (2 Sm 11.1-12) adulterou com Batseba e mandou matar a Urias. Há milhares de adúlteros e assassinos no mundo.

Absalão (2 Sm 15.1-12) rebelou-se contra o seu pai. Há milhares de filhos que se rebelam contra seus pais e superiores, com as mais diferentes desculpas e com a aparência de direito.

Geazi (2 Rs 5.20), o moço que servia o profeta Eliseu, roubou dinheiro. Há milhares de desonestos também nos círculos da igreja.

Jesabel, a esposa do rei Acabe, abusou de sua posição e com a aparência de direito, mandou matar um homem simples e temente a Deus, Nabote (1 RS 21), para adornar-se indevidamente de sua propriedade. Há milhares de pessoa, que com a aparência de direito, se apropriam de bens dos justos.

No Novo Testamento temos Judas que traiu e Pedro que negou a Jesus. E inúmeras pessoas que abandonam a fé e voltam ao pecado.

Mas, somos melhores? Não! Todos estes pecados estão, de uma ou outra forma, em todos nós. Por isso Jó pergunta: "Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!" (Jó 14:4 RA).

Tudo isso a Bíblia chama de pecado. Sem compreender esta profunda corrupção e a ira de Deus que pesa sobre todos nós, a boa notícia não faz sentido. Pois no Natal se nos anuncia: "Ele salvará o seu povo dos pecados deles".

Salvação é para perdidos, para doentes terminais, para pessoas que são réus de morte. Salvação precisam todos os pecadores, que são vítimas da maior de todas as catástrofes, a queda dos primeiros homens em pecado.Todos nós precisamos de salvação, porque nascemos com o pecado original do qual brotam todos os outros pecados. 

Por isso Natal é uma festa de tão grande alegria, pois veio o Emanuel. Deus está, novamente, entre nós, como um de nós, mas sem pecado. Deus tomou a iniciativa e veio a nós. O Filho de Deus, gerado do Pai desde a eternidade, tornou-se nosso irmão na carne e nasceu no tempo, "ao cumprir-se a plenitude do tempo" (Gl 4.4). Em profunda admiração e adoração o evangelista João escreve: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1:14 RA). E o apóstolo Paulo escreve: Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória" (1 Timóteo 3:16 RA).

Este mistério do amor de Deus revelado na humanação de Cristo nossa razão não pode compreender. O anjo falou deste mistério a Maria e disse: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35 RA). Maria é mãe do ente santo, do Filho de Deus. Dizemos no VIII artigo da Fórmula de Concórdia: "Cremos, ensinamos e confessamos que Maria concebeu e deu à luz não um mero e simples homem, mas o verdadeiro Filho de Deus. Por essa razão ela acertadamente é chamada mãe de Deus, e verdadeiramente o é" (Epitome VIII.12, LC, pág 568.12).

Emanuel: Deus conosco. Que milagre! Os poetas sacros buscaram palavras e formas para expressar este milagre. Basta contemplar os hinos de Natal.

Mas, o que Satanás conseguiu fazer desta festa? Da festa do presente de Deus, Satanás fez uma festa de presentes; da santa noite de Natal, uma noite de tumultos; da festa na qual Deus nos visita, como Zacarias o afirmou: "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo" (Lucas 1.68 RA), uma festa de visitação a familiares, que muitas vezes impede a visita à casa de Deus. Em lugar de humilde, reverente meditar no mistério do amor de Deus, contemplamos e aplaudimos emocionados nossas próprias crianças.

Mas na noite de Natal Deus revelou seu amor na humanação de Jesus Cristo, o nosso Salvador. Deus veio a nós, em seu Filho, para que Deus pudesse ser por nós.       

2. Deus por nós. Por causa de nossos pecados, Deus estava contra nós. Seu amor não pode anular sua justiça. Por isso é algo muito maravilhoso o que o salmista afirma: "Espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção. É ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades" (Salmos 130:7-8 RA). E Zacarias louva a Deus, dizendo: "Para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados" (Lucas 1:77 RA). Que alegria deve ter invadido o coração de José ao o anjo lhe anunciar: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mateus 1:21 RA). E os pastores se apressaram para ver o que Deus preparou, adoraram o menino Jesus, louvaram a Deus e proclamaram esta boa notícia.

Esta já era a esperança dos fiéis do Antigo Testamento, a esperança de todos os pecadores arrependidos que confiaram nas promessas de Deus. Por isso cantavam no salmo: "Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades" (Salmos 103:2-3 RA).

Mas tudo isto estava ainda oculto aos olhos dos fiéis do Antigo Testamento. Eles sabiam que Deus colocaria o castigo sobre o Messias, mas não sabiam como isto iria acontecer. Mesmo os discípulos, após três anos de instrução, ainda não o entenderam, nem o puderam imaginar. Quando Jesus lhes disse que iriam para Jerusalém e que ali o Filho do homem seria entregue e sofreria a morte de cruz, eles não entenderam. Só o entenderam no dia de Pentecostes.

Este grande mistério do amor de Deus, de ele ter-se revelado ao mundo "ao contrário", em profunda pobreza e humilhação, só pode ser aceito em fé, quando o Espírito Santo nos abre os olhos para este mistério do amor de Deus. Por que Natal é Cristo. Não qualquer Cristo, mas Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade, e verdadeiro homem, nascido da virgem Maria. Isto Jesus anunciou a Nicodemos ao lhe dizer: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16 RA).

Impressionante. Deus por nós pecadores. Quando o Espírito Santo abre nossos olhos para esta verdade, ali a pessoa jubila, tem paz com Deus, se alegre com a esperança e passa a viver uma vida em comunhão com Deus, na qualidade de filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.

3. Deus junto de nós. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)" (Mateus 1:23 RA). Agora Deus está com seus discípulos. Jesus disse: "E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos" (Mt 28.20). Ele está conosco, não de forma visível, mas em sua palavra e nos seus sacramentos ele vem a nós. Por estes meios ele fala e nos instrui (Jo 8.31). Pela fé na graça de Cristo voltamos à comunhão com Deus, para vivermos uma vida com Deus neste mundo e na eternidade. Emanuel, Deus conosco.

Como isto se mostra em nosso dia-a-dia? Em primeiro lugar pelo amor a Deus, pelo apego à sua palavra, a oração, o culto, a luta constante contra o pecado, por vida santificada. Pelo amor ao próximo, pelo empenho nos trabalhos para a difusão do evangelho.

É verdade, tudo isto ainda em muitas fraquezas e em meio a muitas lutas. Pois Satanás está sempre em nosso derredor procurando nos desgraçar. Arma ciladas e tentações astuciosas para nos desviar da fé. O apóstolo Pedro escreveu: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5:8 RA). O apóstolo Paulo afirma: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto" (Romanos 7:15 RA). Que luta. Mas em todos estes momentos Deus nos assiste.

Para nos educar e ajudar nesta luta, ele impõe multiforme cruz sobre os ombros dos seus fiéis. Mas nestes momentos está também ao lado dos seus para consolar, fortalecer, ajudar, conservar na fé e animar, dando força para a vida. Deus conosco. Ele nos diz: "Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: "Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu" (Isaías 43:1 RA). O apóstolo João escreve a respeito: "Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles" (Apocalipse 21:3 RA).

Ele está conosco na necessidade, no sofrimento, na hora da morte, para nos levar para junto de si no céu. Por isso o apóstolo Paulo pode escrever: "Em todas estas coisas (isto é sofrimentos), porém, somos mais que vencedores. por meio daquele que nos amou" (Romanos 8.37). Ele veio  pobre, para nos enriquecer. Emanuel. Deus conosco. Deus entre nós, por nós, junto de nós. Feliz Natal. Amém. 

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: horstkuchenbecker@gmail.com

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