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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

9º DOMINGO APÓS PENTECOSTES, 17.07.2016

Predigt zu Lucas 10:38-42, verfasst von Werner Kiefer

 


Irmãs e irmãos em Cristo.

A título de uma pequena introdução:
Conta-nos o livro: A Cura de Schopenhauer, um relato comovente de um renomado psiquiatra que está com uma grave doença. Diante desta situação limítrofe da vida procura fazer um balanço de seu trabalho. A depressão e a tristeza vividas despertam uma vontade de rever pacientes antigos, tendo a seguinte pergunta: Será que meu trabalho fez alguma diferença na vida dessas pessoas que pude acompanhar? Ele sai à procura destes pacientes. Após o encontro com um deles, começa a criação da terapia de grupo, na qual cada pessoa expõe os seus medos, defesas e fraquezas e aprendem a ser mais humanos e felizes.
 
Vida compartilhada é um tema que nos desafia para dialogar sobre questões existenciais, bem como exercitar o acolhimento do outro com os seus dilemas. Compartilhar, exercer a auto aceitação é uma parte da vida que marca e permanece em nossa lembrança.   Por isso, desafiamos hoje a comunidade com um tema: Qual é a melhor parte da nossa vida?
 
Ouçamos o evangelho deste domingo:  Lucas 10.38-42
 
Vivemos tempo de muita agitação. Creio que fazemos sempre mais coisas e ao mesmo tempo existe um sentimento de que fazemos pouco. Nos tornamos cada vez mais competitivos, com mais cursos de aperfeiçoamento, mais leituras, mais encontros e reuniões para que estejamos mais qualificados no mercado de trabalho. Mesmo assim, cá e lá permanece aquele sentimento de que ainda preciso fazer mais, ainda não sou eficiente. Na situação de desemprego em nosso país, esta sensação ainda se torna mais forte. Porque no mundo, somos justificados pelo quanto fazemos e temos acumulado. Parece que nunca somos aptos o suficiente. Sempre estamos devendo algo.
 
O evangelho deste domingo vem acolher as nossas inquietações diante das cobranças do nosso cotidiano com a colocação de Jesus: Mas uma é necessária; apenas uma coisa te é necessária e Maria fez a sua opção por ela.
 
Qual é afinal a parte mais importante da nossa vida, a qual Jesus se refere quando diz a Marta no texto? V. 42: Qual é afinal a melhor parte da vida e que não nos será tirada?   Certamente é o desejo de cada um perseverar nesta melhor parte da vida. Todos nós queremos ser felizes e viver bem. Esta também é a vontade de Jesus.
 
Perseverar para desfrutar a melhor parte da vida, pressupõe encarar e vencer preconceitos:
*             Mulheres em sua época, não poderiam dialogar com Jesus, estar na companhia do Senhor para o partilhar de uma refeição, mas Jesus rompe com o costume que limita.
*              A nossa vida está marcada pelo quanto produzimos, títulos que carregamos. Isso por si empresta sentido à vida?
*              Advertir a irmã: Marta, Marta, não é uma questão de rejeição, mas de bem querer. Quem ama muitas vezes precisa contradizer.

A coisa mais importante da vida está na disposição em assumir reponsabilidades conjuntas, independente de tradições que delimitam funções para homens e outras para mulheres. A importância da vida está nas possibilidades de crescimento que percebemos nas diferenças entre homens e mulheres. Para tanto é preciso assumir a postura de Jesus em advertir o nosso semelhante: Estás perdendo algo importante em virtude de preconceitos e da dificuldade de estar aí para um diálogo.
 
O Evangelho nos convida a abrir a nossa casa para Jesus, para uma entrega onde assumimos responsabilidades conjuntas.   Há necessidade de um espaço onde os temas existenciais da vida possam ser digeridos.
 
Entre esses espaços onde acontecem as coisas importantes da vida e que permanecem em nossa lembrança, está na comunhão de mesa. O alimento que degustamos no dia de ontem já esquecemos. Mas os diálogos que tecemos permanecem em nossa lembrança. Isso significa que os grandes temas da nossa existência são partilhados nesse espaço da comunhão de mesa. A presença das companhias em torno das mesas de refeições alimenta a nossa existência, auxiliam nas nossas escolhas, corrigem os caminhos da vida.
 
O que o Evangelho vem nos apontar agora é como podemos estar com Jesus diante de nossos preconceitos e ativismo. Como podemos permanecer com Jesus sem estar pensando em nossas atividades cotidianas que nos esperam.     Certamente queremos estar com Jesus, contemplar, meditar. Mas ao mesmo tempo queremos ser tal qual Marta, pensando nas inúmeras atividades. Precisamos voltar a pergunta: Qual é a melhor parte da vida?
 
A graça de Deus está no ato da entrega, da doação, da partilha. Esta graça faz com que saibamos o que somos e do quanto necessitamos das  marias  e  martas  na edificação do Reino de Deus. Certamente a pior parte da vida está no individualismo, na desconfiança em relação ao outro.
 
A Santa Ceia nos relembra de que em torno de uma mesa Jesus visualiza a sua eterna presença no partilhar do pão e do vinho. Ali somos agraciados do perdão de Deus. Cada vez que voltamos à mesa do Senhor, somos relembrados da ação de Jesus por nós, bem como enviados para viver a comunhão com os demais.
Na vida, perseverar na sua melhor parte,  é considerar esse momento de contemplação com os nossos irmãos e irmãs. Nem por isso deixaremos de ser Marta, que se preocupa no bem servir, nas atividades. Mas onde existe este descompasso, perdemos o sentido pela vida.
 
Ser Marta é importante, faz acontecer. Mas a Maria nos ajuda dar alegria e sentido no que fazemos. Importa que ambas possam compartilhar responsabilidades conjuntas.   Que em meio a tantas atividades, possamos cultivar em nossos corações o tempo da graça de se uma Marta-Maria.
 
A parte importante de nossas vidas se define numa refeição. A melhor comunhão foi justamente aquela onde a mesa foi preenchida pela aceitação, e perceber a presença das  martas  e  marias  em nossas vidas. Uma visita, um encontro pode dar e despertar novas prioridades para que a melhor parte da vida seja fortalecida e se multiplique em bênçãos.   Na vida de Sara a Abraão significou o nascimento de uma nova vida. Porque aceitaram uma visita que foi surpresa, mas esta  implicou também na sua ação.
 
Dizia Lutero, quanto mais trabalho tenho, mais tempo preciso para conversar com Deus em oração. Orar, ouvir a Palavra e viver comunidade é alimentar a nossa espiritualidade. Amém
 
       "Aprendamos de Maria a ouvir com devoção
        Ter de Marta a energia, pressa e dedicação.
        Acontece diaconia na ação em oração
        Ser uma Marta Maria: que bonita vocação!
       (Hino Diaconia: Erli Mansk e Rodolfo Gaede Neto)



Pastor Werner Kiefer
Porto Alegre – RS (Brasil)
E-Mail: pwkiefer@hotmail.com

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