"Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria..."
(Lucas 2.10)
Com essas palavras do anjo da história de Natal venho trazer cordiais saudações aos leitores e às leitoras das "Göttinger Predigten Online". Que religião tem algo a ver com alegria não é nada evidente. Por demais vezes ela é sentida como "estraga prazeres" e seus representantes espalham temor e ameaçam com castigos. A criança na manjedoura, porém, quer que nos alegremos. Não é por acaso que o Natal desperta fortes sensações, anseios e emoções. E é este um dos grandes serviços que nos presta. Fascina as pessoas e as sensibiliza, transferindo-as por um momento a um mundo de felicidade, envolto de luzes e de enfeites.
E, no entanto, a criança, cujo aniversário celebramos, não se dá por satisfeita com a felicidade momentânea. Quer a alegria duradoura. E esta é muito rara. É verdade que a indústria da diversão procura preencher a lacuna. Mas alegria não se fabrica como produto qualquer. Os perigos que pesam sobre o planeta, os golpes que nos ferem, os contratempos do cotidiano ameaçam atrofiar a alegria e fazer a vida triste e penosa. Alegria é o tempero da vida. É o que lhe dá sabor.
Em que consiste a alegria anunciada no Natal, e qual o seu motivo? Ora, desde que Cristo nasceu, o mundo já não é "ateu", ou seja, não é sem Deus. Também antes não o era. Mas a presença de Deus agora se torna palpável. Toda descrença não pode anular este fato. Em Cristo, Deus visitou o mundo, chegou perto das pessoas, estendeu-lhes a mão. A mensagem de Natal convida a descobrir exatamente isto na biografia de Jesus de Nazaré. Ele veio para libertar as pessoas das angústias, das cargas, do desespero. Por isto: "Com júbilo cantai, alegres anunciai: A nossa alegria na manjedoura jaz..."
A todas e todos um feliz Natal e um abençoado Ano Novo.