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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

26.DOMINGO APÓS PENTECOSTES , 13.11.2016

Predigt zu Lucas 21:5-19, verfasst von Osmar Witt

Oração: Querido Deus, fonte de entendimento! Tua Palavra é lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos. Pedimos-te que abençoes a pregação da tua Palavra entre nós. Amém.

Prezada Comunidade de Jesus Cristo!

“Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.” (v.19) Como vamos manter essa firmeza? Quando olhamos à realidade em que nos encontramos muito mais nos ocorrem incertezas e perguntas: o que está acontecendo com as pessoas em nosso mundo? Quantas notícias tristes, assustadoras e chocantes!! Nenhuma esfera de nossas vidas parece livrar-se de ser atingida por alguma catástrofe, alguma violência, algum sentimento de ódio. Ainda que não sejamos pessoalmente atingidos ou atingidas, mas a leitura dos jornais, das revistas, ou os noticiários do rádio, da TV, da internet fazem com que a gente se sinta como quem está num barco que está afundando... O que será deste nosso mundo? Um sentimento de desânimo, falta de forças e vontade de abandonar tudo parece querer se instalar em nossas mentes e corações. Aliás, não é de hoje. Já faz muito tempo que o cantor Raul Seixas bradava: Parem o mundo que eu quero descer. E, no entanto, o mundo não para e nós não podemos simplesmente descer. O evangelho deste domingo nos convida a lançarmos uma luz nova sobre nossas vidas, capaz de recriar em nós um sentimento de confiança e esperança.

Podemos enxergar ao menos três cenas bem importantes nessa passagem do evangelho de Lucas, que ouvimos. Não são três cenas isoladas, antes estão intimamente relacionadas. As três apontam na direção da grande esperança cristã: que o Reino de Deus aconteça entre nós. O evangelista quer lembrar que os discípulos e as discípulas devem estar preparados para o tempo vindouro. Vejamos cada cena em separado.

Primeiramente, Jesus se encontra no pátio do Templo, em Jerusalém. Algumas pessoas fazem comentários sobre a beleza do templo. Elas poderiam estar orgulhosas da capacidade do povo para realizar uma obra tão magnífica. “O Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas.” (v.5) Uma construção imponente que dá testemunho da grandeza de Deus. Jesus, no entanto, coloca-se na fileira daquelas pessoas que também tem críticas ao Templo. Desde a época de sua construção, foi uma obra contestada por profetas e profetizas que pregavam em favor de uma fé que se traduz não em prédios, mas, em sensibilidade para as pessoas em suas necessidades materiais e espirituais: Misericórdia quero e não holocaustos! Não me alegro com vossas assembleias solenes. Antes a justiça e o direito corram como as águas do rio! Jesus radicalizou na crítica ao coração da religião de seu tempo: Não ficará pedra sobre pedra, (v.6) ele disse. Uma palavra dura para ser assimilada por quem confundia fé e prosperidade! Esta é a primeira cena: Jesus critica o Templo em Jerusalém.

 

Na sequência, seus ouvintes querem saber quando isso haverá de acontecer. “Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?” (v.7) A resposta de Jesus, tal como em outras oportunidades descritas nos evangelhos, recomenda sobriedade e cautela: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês.” (v.8) E não alimentem ilusões quando ouvirem as notícias de que o caos está tomando conta: “Isso não quer dizer que o fim esteja perto.” (v.9) A gente também não precisa se encher de medo porque parece que o mundo ficou louco e totalmente fora de controle. “Não sigam essa gente” (v.8) que nos quer fazer acreditar que a história acabou e que “já chegou o tempo” (v.8) do fim. O Evangelho de Jesus não é uma palavra que alimenta o medo, pelo contrário, ele aponta uma nova esperança em meio às situações de falência e de caos. Nem mesmo quando guerras e conflitos sacudirem a ordem do mundo, os discípulos e as discípulas de Jesus se afastarão da segurança de confiar em Deus. Não deixemos que nos enganem: quando nos oferecem somente notícias ruins pretendem calar-nos e intimidar-nos. Semear o medo, a violência e atropelar o diálogo são obras de quem quer calar a voz do povo. “Não sigam essa gente.” Preservem vossa lucidez e criticidade!

 

A perseguição vindoura é o tema da terceira cena. “Por serem meus seguidores e seguidoras, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados.” (v.12) Sabemos que esta profecia de Jesus se cumpriu na vida de muitas pessoas cristãs. Já nos primeiros séculos, os imperadores romanos levaram homens e mulheres cristãos ao martírio. Lideranças da igreja que denunciavam a riqueza conquistada de forma injusta foram perseguidas. Quando o anúncio e a vivência do Evangelho começam a incomodar os poderes que governam este mundo, começa a ocorrer perseguição. Quando pessoas alimentadas pelo evangelho questionam os estados e os governos que expropriam direitos dos empobrecidos, começa a ocorrer perseguição. Como disse D. Hélder Câmara certa vez: “Quando ajudo as pessoas empobrecidas dizem que sou cristão, mas quando eu pergunto por que existem pessoas empobrecidas dizem que sou subversivo.” Fazer as perguntas certas em cada situação é uma importante tarefa cristã. E para isso Jesus nos anima: “eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar.” (v.15) É tempo de manter a firmeza na promessa do Reino vindouro, quando Deus enxugará dos olhos as lágrimas. Neste tempo do calendário litúrgico em que nos encontramos, o evangelho recorda que o juízo de Deus se aproxima, do que nos falam os sinais de rompimento de relações entre pessoas e povos. Mas, isso ainda não é o Reino de Deus esperado pelas pessoas que oram: Venha teu Reino, Senhor! Antes, o povo de Deus deposita a confiança de seu coração na palavra daquele que disse que somente Deus conhece o tempo certo quando virá o fim: “Não cabe a vocês saber a ocasião ou o dia que o Pai marcou com a sua própria autoridade” (Atos 1.7), disse Jesus.

 

Assim, em lugar de nos deixarmos abater pelas notícias alarmantes, em lugar de desanimarmos pela falta de novos rumos, em lugar de nos calarmos diante das injustiças e da falta de amor, ouçamos o que o evangelho nos diz: “Não tenham medo” (v.9), “mantenham-se firmes” (v.19), pois, “nem um fio de cabelo de vocês será perdido” (v.18).  E a paz de Deus que supera o nosso entendimento guarde vossas mentes e corações em Cristo Jesus. Amém.

 



P. Osmar Witt
São Leopoldo
E-Mail: olwitt@est.edu.br

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