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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

1.DOMINGO DE ADVENTO , 27.11.2016

Predigt zu Mateus 24:36-44, verfasst von Harald Malschitzky

Irmãs e irmãos em Cristo, estimada comunidade.

A esperança por um novo céu e uma nova terra, pelo reino definitivo de Deus, perpassa os textos da Sagrada Escritura do início ao fim, por vezes com mais, por outras com menos ênfase. Por sua própria natureza, muitos textos que tratam do assunto especificamente, são até enigmáticos. Isso nos obriga a lê-los cuidadosamente em sua íntegra, respeitando momentos e contextos.

A história da cristandade está cheia de exemplos de leitura parcial ou unilateral, o que tem causado mais problemas e descrença do que ajuda. Grupos, comunidades inteiras, guiadas por algum líder tiveram (e têm) por certo os acontecimentos finais em uma data determinada no nosso calendário - tão útil, mas tão humano! De repente se dizia (e se diz) ter descoberto o calendário de Deus e a sua programação! Os resultados por vezes foram terríveis, pois as pessoas tinham se desfeito de todos os bens para se prepararem para receber o reino de Deus e para nele serem aceitos – além do que, bens matérias já não seriam necessários.

Conhecemos também outras leituras, tais como estabelecer o reino de Deus por próprias mãos e à força. Durante séculos na igreja se pensava assim e a inquisição e as cruzadas foram alguns dos instrumentos para eliminar os adversários de Deus: Hereges eram queimados, povos inteiros, principalmente os de outras religiões, eram aniquilados a ferro e fogo. Houve até quem quisesse estabelecer o “reino dos mil anos” baseado na raça e no sangue puros. Verdade que neste caso a religião era secundária! As igrejas só eram válidas se servissem aos seus interesses. A dimensão do estrago é conhecido, e jamais deve ser esquecido.

Advento tem como tema o irromper de um acontecimento novo e a nossa espera por ele. O acontecimento novo é o nascimento do filho de Deus...

Ouçamos uma passagem do evangelho com palavras desse filho de Deus, que nascera em Belém, viveu com e em meio ao seu povo ensinando, curando e colocando sinais de um novo jeito de viver e conviver diante da esperança pelo reino de Deus definitivo: Mateus 24. 36-44.

Sem muito esforço podemos constatar que no texto há uma forte tensão entre afirmações quase excludentes. Por um lado, Jesus diz que o reino de Deus está aí, às portas e só não o percebe quem não quer. Mas em seguida ele diz que o dia e a hora exatos são desconhecidos e que, quando menos se espera, o reino de Deus irromperá. A leitura completa do que Jesus diz e o que se lê em outras passagens abrange os dois aspectos. O próprio apóstolo Paulo achava que ele mesmo fazia parte da geração que seria recolhida ao reino em vida. M as – e aqui está um detalhe importante! - nem Jesus, nem Paulo e nem os profetas tentam prescrever datas e momentos específicos ao calendário de Deus! Pode acontecer hoje ainda, mas também pode demorar. Por isso a advertência de Jesus: Fiquem atentos, fiquem vigilantes. Mas justamente porque esperamos pelo reino de Deus, onde não haverá dor nem lágrimas e nem morte, a espera não precisa e nem deve ser passiva, com medo, mas sim pró-ativa em vigilância ativa, não para apressar a vinda do reino e nem para conquistá-lo. Lutero o colocou em uma frase lapidar (que segundo alguns ele tomou emprestado): Se eu tivesse certeza de que morreria hoje, ainda plantaria uma macieira! É uma vigilância ativa, amorosa até – colocar um sinal em favor do mundo e dos seres humanos. Na vigilância ativa não caímos na tentação de “zerar” a vida na espera pelo Reino e nem na ilusão de que podemos estabelecer o reino de Deus à força. No tempo que nos resta – não sabemos quanto – vigiaremos colocando sinais do reino Deus, tendo como exemplo o próprio Cristo, que foi ao encontro dos diferentes e dos mais fracos, que incluiu as pessoas na vida e na sociedade ao invés de marginalizá-las, que criticou duramente a ganância e a injustiça em suas formas tão diversas e tão disfarçadas. Estar vigilante é prestar atenção àquilo que contraria a vontade de Deus e, portanto, causa sofrimento a seres humanos e a toda a natureza, para encontrar formas de fazê-lo diferente. Há tantos pequenos gestos que, somados, mudarão muitas realidades de dor e sofrimento, começando até nas próprias famílias.

Estamos entrando no Advento do calendário litúrgico. No correr dos séculos esse período foi sendo enfeitado com muitas luzes e muito brilho, o que não deixa de ser bonito. Também nossa casa está enfeitada. Mas nisso há um grande risco, a saber, que esse tempo seja de estresse, demais comida e demais bebida, demais presentes, abrindo mais ainda o fosso entre riqueza e pobreza no mundo. Estar vigilante é não entrar nesse jogo e nem no apelo da gastança, o que, aliás, caracterizou a geração de Noé. É se perguntar onde e como colocar sinais do reino pelo qual esperamos, não apenas no tempo de Advento, mas na vida dia, do ano todo. Que Deus nos conceda um tempo de alegre espera e de olhos e corações vigilantes para e por aqueles que, de alguma maneira sofrem, e perdem sua dignidade de vida. Amém.

Oração: Obrigado, Senhor, por nos dares em Cristo a esperança pela concretização plena do teu reino. Ajuda-nos a uma vigilância ativa e responsável, guiada por tua palavra e mandamentos. Por Cristo. Amém.

 



Pastor em. Harald Malschitzky
São Leopoldo – RS/Brasil
E-Mail: harald.malschitzky@gmail.com

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