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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

1° Domingo após Natal, 30.12.2007

Predigt zu Mateus 2:13-23, verfasst von Lindolfo Pieper

 

AGIR RESPONSAVELMENTE

Mateus 2.13-15: "Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José em sonho, e diz: Dispõe-te, toma o menino e a sua mãe, foge para o Egito, e permanece lá até que te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Dispondo-se, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho".

Certa cidadezinha do interior começou, repentinamente, a ser inundada pelas águas de um rio por causa das fortes chuvas que caíam na região. Os bombeiros logo se movimentaram, pedindo que todos saíssem imediatamente de suas casas porque a cidade ficaria submersa em instantes.

Todo mundo saiu correndo. Menos um pregador, que repetia enfiado lá na sua igrejinha: "Eu fico, tenho fé em Deus: ele nunca vai me abandonar!" Quando as águas cobriram toda a pracinha, os bombeiros foram buscar o pregador de barco. Mas ele resistiu. A esta altura as águas já haviam invadido a igreja e o pregador estava empoleirado no altar.

Mais tarde, quase toda a igreja estava submersa, e o pregador apareceu lá no alto, segurando firme na torre. Os bombeiros apareceram então com um helicóptero e insistiram para que ele saísse de lá. E o pregador teimava em ficar, dizendo que tinha fé em Deus, e que ele o salvaria. Aí as águas cobriram toda a igreja.

Morto, encharcado, fulo da vida, o pregador apareceu no céu, querendo uma satisfação de Deus, dizendo: "Por que o Senhor me abandonou? Eu dei a maior prova de fé que um homem possa ter em Deus. No entanto, o Senhor me deixou na mão, permitindo que as águas me levassem!" Mas Deus lhe respondeu com todo o amor: "Quem disse que lhe abandonei? Fiz tudo para lhe salvar, e você não quis. Mandei um caminhão, você rejeitou. Mandei um barco, você esnobou. Mandei um helicóptero lhe salvar, você também não quis. O que é que você queria que eu fizesse? Um milagre?"

Essa história, embora pitoresca, nos mostra o que realmente acontece na vida de muitas pessoas. Muitos acham que, pelo fato de serem cristãos, Deus tem de fazer milagres todo momento na sua vida. Quando alguma coisa dá errado na sua vida, logo culpam a Deus, dizendo que ele não está ajudando.

Sabemos que Deus ajuda aos que nele confiam e promete atender as orações dos seus filhos. Mas Deus nos deu inteligência, responsabilidade e meios. Como cristãos e pessoas responsáveis, devemos fazer uso dos meios que Deus colocou à nossa disposição e agir com responsabilidade.

Não fazer uso das faculdades mentais e dos meios que Deus nos deu, é agir com irresponsabilidade, é tentar o Senhor Deus, querendo que ele realize um milagre onde não há necessidade.

No Evangelho de Mateus, capítulo 2, nós encontramos a história da "Fuga para o Egito". O rei Herodes, quando ficou sabendo que fora iludido pelos magos, mandou matar todas as crianças de Belém de dois anos para baixo; o que fez com que José fugisse para o Egito, a fim de salvar a vida do menino Jesus.

José podia ter argumentado, dizendo: "Eu sou uma pessoa especial: eu sou o pai do menino Jesus. Para que fugir? Deus vai me livrar do perigo; se preciso, eliminando o rei Herodes?".

Mas José não pensou assim. Ele tinha juízo, ele tinha responsabilidade. Por isso ele agiu, fugindo para o Egito.

É o que nós também devemos fazer: usar dos recursos que Deus colocou a nossa disposição e procurar sempre agir responsavelmente.

A história da fuga para o Egito também nos ensina que, enquanto estamos no mundo, estamos sujeitos a todo tipo de problemas, dificuldades e contratempos.

Às vezes pensamos que o cristão está livre de problemas, que apenas as pessoas do mundo são afligidas. Mas não é bem assim. O cristão também sofre.

O cristão faz parte do mundo. Enquanto ele estiver aqui neste mundo ele está sujeito às mesmas dificuldades que as pessoas do mundo enfrentam.

Em primeiro lugar: o cristão sofre por causa dos seus próprios pecados. Quando alguém fuma e adquire câncer, quando alguém vive na prostituição e é acometido pelo vírus da AIDS, quando alguém comete um crime e é preso, quando alguém estraga a sua saúde e fica doente, quando alguém anda em alta velocidade com o seu carro e sofre um acidente... ele está sofrendo em conseqüência dos seus próprios erros, por causa do seu descuido ou irresponsabilidade.

Em segundo lugar: o cristão sofre por causa dos pecados dos outros. Quando alguém é irresponsável e nos prejudica com os seus erros, quando alguém é desonesto e se aproveita da nossa inocência, quando alguém não presta e nos causa mal, então nós estamos sofrendo por causa dos pecados dos outros.

Esse foi o caso dos pais de Jesus, que sofreram por causa da maldade do rei Herodes, tendo que fugir para o Egito. Esse também foi o caso das crianças inocentes que morreram em Belém. Elas foram mortas por causa da maldade de Herodes, que era tão ruim que chegou a matar os seus próprios filhos, além de matar a sua própria esposa.

Em terceiro lugar: o cristão sofre por causa do pecado que há no mundo. Desde que o homem caiu em pecado, o ser humano passou a sofrer as conseqüências desse seu ato. Assim o homem adoece, sofre, chora, sua e morre. As abelhas picam, os animais mordem, os espinhos espetam e as pedras machucam.

Neste sentido não há diferença entre o cristão e o incrédulo. O mesmo raio que atinge a cabeça de um, atinge também a cabeça do outro. A mesma doença que mata a um, mata também ao outro. Se os dois estiverem num avião, se o avião vier a cair, morrerão tanto o cristão como o incrédulo.

A sentença: "Maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que voltes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás", vale para todos, para os justos e injustos.

Embora todos sofram em conseqüência do pecado, há, no entanto uma diferença no propósito desse sofrimento. A diferença é que para o ímpio o sofrimento sempre é um castigo. Para o cristão, no entanto, o sofrimento é uma bênção.

É porque tudo o que acontece na vida de um cristão tem um propósito: Deus quer aproximá-lo de si e levá-lo para o céu. Diz o Salvador Jesus: "Através de muitas tribulações no importa entrar no reino do céu". E o apóstolo Paulo acrescenta: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que foram chamados segundo o seu propósito".

Assim, quando os pais de Jesus tiveram que fugir com ele para o Egito, isso tinha um propósito: cumprir a profecia, que dizia: "Do Egito chamei o meu filho".

Quando o rei Herodes mandou matar os inocentes em Belém, também tinha um propósito: mostrar até onde pode chegar a maldade do coração do homem, que é capaz de matar crianças inocentes para se manter no cargo. Quanto às crianças, suas almas foram levadas pelos anjos para junto de Deus, no céu.

É claro: nem sempre vamos entender porque temos que passar por esse ou aquele sofrimento. Mas Deus sabe, e ele tem um propósito. E isso para nós basta: saber que Deus sabe por que estamos sofrendo e em tudo visa o nosso bem. Diz ele em sua Palavra: "Eu sei que pensamentos tenho a vosso respeito: pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os vossos pensamentos, diz o Senhor" (Isaías 55.8,9). 

Assim, durante o novo ano que está para iniciar, vão acontecer coisas na nossa vida que não vamos conseguir entender. Mas Deus sabe o porquê de tudo, e vai usar todos os acontecimentos para o nosso bem.

Por isso, coloquemos-nos nas mãos de Deus, confiemos em Jesus como o nosso Salvador e usemos da nossa responsabilidade. O resto fica por conta de Deus - pois Deus sabe o que faz.



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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