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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

QUINTA-FEIRA SANTA , 13.04.2017

Predigt zu Mateus 26:36-56, verfasst von Kurt Rieck

Estimada comunidade!

Depois de instituida a Santa Ceia e da conversa ao pé do ouvido de Pedro, avisando-o da sua traição, Jesus foi orar no jardim chamado Getsêmani. Tomou pequena distância do grupo de discípulos, mas antes pediu que Pedro e os dois filhos de Zebedeu, ......, estivessem mais próximo dele e orassem com ele. Ah, como é precioso ter ao lado amigos íntimos nas horas de angústia.

As nuvens estavam escuras, o momento era de crise. Algo terrível estava por acontecer. A agonia de Jesus foi tamanha, a ponto de afirmar: „ – A tristeza que estou sentindo é tão grande, que é capaz de me matar“. Deus se fez gente através de Jesus, passando pela maior angústia que uma pessoa possa experimentar. Ele não ficou protegido numa redoma. Ele sabe ser consolo na mais profunda crise, pois também por ela passou. Jamais Jesus foi masoquista. Desejava se ver livre do sofrimento. Mas a realidade é que todos, indistintamente, passam na vida por momentos de grande angústia. Nem querendo, conseguiremos fugir delas. Nos cabe enfrentá-las, a exemplo de Jesus, de joelhos, em oração, apegando-se inteiramente em Deus, e de preferência, acompanhado de amigos que estão „acordados“.

Judas, aquele discípulo que também estava com ele horas antes, no momento da Santa Ceia, trouxe consigo muitas pessoas armadas com espadas e porretes. Quanta violência! Acaso Jesus e os seus discípulos tinham alguma arma para se proteger? Judas sabia que Jesus era da „não violência“. Ironicamente saúda Jesus com palavras de paz e o beija. Ouça Jesus, sem resistência, falando para Judas: „ Amigo, o que você vai fazer faça agora“. É do núcleo dos seus amigos mais próximos que parte a traição. A traição nunca faz sentido.

Em meio a tensão aflora o lado humano de cada um. Toda ação tem uma reação. A reação pode ser humana ou pode ser divina. De impulso, um dos que estavam com Jesus, movido por seu ímpeto, resolveu valer-se das mesmas armas dos que lhe desejavam prender. A reação divina de Jesus foi imediata: „ – Guarde a espada, pois quem usa uma espada será morto por uma espada.“

E então Jesus ficou só nas mãos dos seus algozes. Não restou sequer um dos discípulos. Todos, sim todos fugiram. A noite se tornou ainda mais escura.

Essa é certamente a noite mais noite, mais escura na vida de Jesus. Seu pequeno grupo tinha não somente amigos, mas também um traidor. Mas também o restante do grupo, que acabara de celebrar com Jesus, logo o trairia, cada uma à sua maneira, negando-o, esquivando-se das perguntas que pessoas poderiam fazer. Cada vez mais só, ele é preso e levado. Também os soldados não respondem a Jesus quando ele pergunta pela razão de virem armados assim como se ele fora um salteador. Eles, afinal, cumprem ordens, mas os discípulos fogem, aliás, antes eles até tinham adormecido.Parece que eles não tinham percebido a gravidade do momento e nem entendido a maioria das palavras de seu mestre.

A Semana Santa, na história da Igreja, sempre se prestou para momentos de contemplação,o que é legítimo. Nós hoje, na era da informática e da conexão contínua, estamos perdendo uma dimensão importante da vida e da vida de fé. No entanto, justamente a contemplação da Semana Santa levou a um desvio terrível: De repente cristãos e também nem tão cristãos começaram a apontar o dedo para os culpados desse sofrimento horrível de Jesus. Os romanos já não mais existem mais,mas os judeus sim. Portanto, eles foram os culpados! E todos nós sabemos quanto houve de preconceito, perseguição e genocídio para, por assim dizer, dar o troco. Com este tipo de atitude, porém, a gente sai de cena, se desculpa e se inocenta! Por isso, acompanhemos Jesus também em contemplação, mas olhando também para nós mesmos. Há um texto muito bonito de Johnson Gnanabaranam que nos pode ajudar na caminhada:

Traído foi meu Jesus não somente há dois mil anos. Traído foi não apenas no Getsêmani. Traído foi não apenas pelo discípulo Judas.

Meu Senhor,muitas vezes, ante-ontem, ontem, hoje foste traído. Em minha casa foste traído; fui eu que te traí. Eu te traí não por um beijo, mas pela omissão de um ato de fé. Eu te traí não pela saudação: Salve, Mestre!, mas por deixar de dizer uma palavra amiga, uma saudação para o irmão ao meu lado. Senhor, não deixes que eu termine a minha vida como Judas!

Negado foi meu Jesus não apenas na noite de quinta-feira santa. Negado foi não apenas no pátio do palácio do sumo-sacerdote. Negado foi não apenas por Pedro em seu medo.

Meu Senhor, quantas vezes eu te neguei, de ti me envergonhei. Quantas vezes os homens me tiraram acoragem de confessar, quantas vezes preferio calor deste mundo. Senhor, faze que eu me arrependa e volte como Pedro!

Crucificado foste não somente pelos judeus que gritaram: Crucifica-o! Crucificado foste não apenas pela sentença de Pilatos.Crucificado foste não somente pelos soldados que te espancaram e feriram.

Meu Senhor, nada menor é o meu orgulho que o daqueles judeus; meu medo de defender a verdade é maior que o de Pilatos; minha falta de fé causa-te feridas mais profundas do que os pregos dos soldados romanos. Ó Jesus, que oraste: Pai,perdoa-lhes; perdoa os meus pecados. Então será crucifixcada minha velha vida pecaminosa e ela morrerá; e contigo ressurgirá uma vida nova e santa. (Uma nova dança 1970, p.41s).

Caminhemos para a sexta-feira santa olhando a nós mesmosna contemplação do sofrimento de Jesus. Amém.



P. Kurt Rieck
Porto Alegre – RS
E-Mail: kurtrieck@gmail.com

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