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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

1ºDOMINGO APÓS PENTECOSTES , 11.06.2017

Predigt zu Mateus 28:16-20, verfasst von Marcos Aurélio de Oliveira

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” 2 Coríntios 13.13. Amém.

 

Prezada comunidade! Irmãos e irmãs!

O texto previsto para prédica deste domingo encontramos no evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 16 ao 20. É um texto que certamente já foi estudado e refletido diversas vezes e, assim como acontece com outros, sempre trouxe algo que nos fez aprender e crescer um pouco mais na compreensão do agir de Deus.

Dentre algumas perspectivas que o texto apresenta vou me deter mais lá na última parte: “... E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.20b). Resumidamente vou tematizar o Deus presente, Deus Emanuel – Deus conosco.

Convido vocês a refletirem sobre algo que tenho percebido ser responsável por angústia, dor, sofrimento e desesperança. Sabe aquela sensação de estar só? Não ter com quem contar? Um abandono que é até difícil de explicar? Um desamparo que consome? Uma solidão tamanha que chega a ser um vazio existencial?

Pois é, alguma vez sentiu isso? Já se sentiu assim? Já se sentiu sem rumo?

Ouso afirmar que é possível experimentar isso em qualquer fase da vida, em qualquer momento de nossa existência. Um dos motivos que leva uma criança a chorar e pedir a presença da mãe e do pai é isso, essa sensação. Por que uma pessoa idosa tanto requer que familiares ou pessoas amigas a visitem, estejam com ela? Não querem sentir-se abandonadas, querem saber que têm com quem contar.

Vivemos em uma época que muito do que aprendemos nos leva a um viver mais individualista, que prima pela eficiência pessoal, que nos exige dedicação de boa parte de nosso tempo e, ainda, em uma velocidade que nem sempre conseguimos acompanhar. Consequências disto são: o isolamento, a falta da experiência do convívio, a divisão, a separação, a virtualidade das relações, a sensação de vazio...

Pontuei até aqui perspectivas mais do âmbito pessoal, que certamente se refletem em outros espaços de nossa vivência. Se refletirmos por que há tanta disputa, tanta concorrência, tanta competição, perceberemos que passam pelo pessoal, pela constituição de cada qual de nós, por nossa visão de mundo, pelos nossos sonhos, desejos, buscas, medos e angústias. Passam por nós e afetam o mundo, as outras pessoas, a vida.

Deus nos conhece desde sempre, tanto que nos diz: “Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e não ajo como vocês” (Is 55.8). Ele sabe que é “melhor dois do que um” (Ec 4.9). E Ele age!

Em Jesus Cristo, Deus vem ao nosso encontro nos reconciliando consigo, se colocando ao nosso lado, por amor.

Sendo assim, compreendo que “Deus conosco” significa: junto, presente, parceria, fim da sensação de abandono. Temos com quem contar. Nele encontramos amparo e esperança.

Durante sua estada entre nós Jesus Cristo atuou ensinando de forma bem concreta como: amar – quando entrega seu corpo e sangue, sua vida por nós (Jo 15.13); cuidar – quando usa o exemplo da pessoa Samaritana que ajuda a que havia sido assaltada e agredida (Lc 10.33ss), perdoar – quando demonstra a grande compaixão do pai que acolhe o filho perdido (Lc 15.20) e quando Ele mesmo intercedeu pelas pessoas que os estavam maltratando no episódio da crucificação (Lc 23.34); solidariedade e partilha – quando, na ocasião da multiplicação dos pães e peixes, tantas pessoas tiveram sua fome saciada (Mc 6.37ss). São estes e tanto outros exemplos relatados na Escritura Sagrada que são base para o nosso discipulado, para nosso agir transformador.

São tantas as situações nas quais sabemos que faz muita diferença termos com quem contar, ter alguém por nós (Rm 8.31), ter alguém conosco.

Fico aqui pensando naquela pessoa que está sem emprego e tem filhos ou filhas que dependem dela para se alimentar, vestir, estudar, sonhar... Como é para essa pessoa ter que enfrentar tudo isso sozinha? Ou aquela pessoa que, seja por qual motivo, está aprisionada na dependência de alguma substância. Será que consegue se libertar sem ajuda? E o que pensar daquela pessoa jovem que tem visto diariamente gente como ela ser assassinada, violentada, abusada, descuidada, abandonada, por causa da sua situação de pobreza, por causa da sua cor, gênero, aparência. Será que vislumbra alguma possibilidade de vida, sem apoio? Poderia listar tantas outras, mas não quero fazer, embora sei que deveria. Peço a você que olhe para a sua situação, que perceba as coisas ao seu redor e reflita: é possível vida plena e abundante, sem juntar forças, sem ter com quem dividir as cargas?

A partir da ação Deus, do jeito Dele agir, afirmo com toda a convicção que não! Não dá para ter vida plena de forma isolada. As diferenças que existem entre nós já nos mostram que precisamos das outras pessoas. Somar nossas vidas, ser comunidade, viver comunitariamente é a resposta! Sabemos que as atividades comunitárias têm sido possibilidades muito significativas para contrapor ao que aprendemos no mundo, para vivermos vida plena e abundante!

No entanto, a perspectiva do coletivo não é simplesmente estar no mesmo espaço e convencer as demais pessoas a pensarem todas de forma igual. Não!!!! Coletivo é soma, é, a partir do diálogo respeitoso, compreender as possibilidades e estabelecer os próximos passos de maneira conjunta.

Jesus chamou pessoas diferentes e dispersas para ser comunidade, para juntas fazerem a diferença. Ele sabia que quando não estivesse mais com aquelas pessoas, elas se sentiriam sós e vazias novamente. Por isso, quando ainda estava junto delas, prometeu a vinda do Auxiliador (Jo 14.25-26). Com sua morte a esperança que brotava da unidade estava ameaçada. Mas a morte não venceu, Deus o ressuscitou! O amor venceu o ódio, a esperança venceu o medo.

No texto de hoje ouvimos do próprio Cristo: “... estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28.20b). Não estamos sós, Deus conosco está. Não tenhamos medo de assumir nosso papel como discípulos e discípulas Dele. Juntemos nossas forças. Vivamos com toda a intensidade esse nosso pertencimento a Ele, essa presença insubstituível em cada qual de nós.

Sabemos e cremos que, pelo amor que Cristo tem por nós, é possível superar os desafios que surgem a cada novo dia. O amor Dele nos une, nos move, nos impulsiona a uma nova vida em unidade, em compromisso, em coerência e com gratidão. E lembremos disso: Ele conosco está até o fim dos tempos! Amém!

 

“...A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”. Filipenses 4.7. Amém.



Pastor Marcos Aurélio de Oliveira
Joinville-Santa Catarina (Brasil)
E-Mail: marcos@luteranos.com.br

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