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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

1º Domingo após Epifania, 13.01.2008

Predigt zu Mateus 3:13-17, verfasst von Lindolfo Pieper

   

O BATISMO DE JESUS E O NOSSO

Mateus 3.16,17: "Batizado Jesus, saiu da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz do céu, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo".

"Não sou o dono do mundo, mas sou filho dele". Esta frase, que pode ser lida em camisetas e pára-choques de caminhão, reflete bem uma promessa divina de cunho cristão registrada na 1ª Carta de João, capítulo 3, versículo 1, que diz: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus. E, de fato somos filhos de Deus".

Em Brasília existem muitos filhos de papais: são os filhos dos deputados, senadores, juízes, desembargadores e do presidente da República. Quando eles são incomodados por alguém, estufam o seu peito e perguntam em tom ameaçador: "Você sabe com quem está falando, de quem eu sou filho?"

Pois nós somos mais do que filhos de papais terrenos. Somos filhos do Pai celeste, o criador dos céus da terra. Nós nos tornamos filhos de Deus no momento em que fomos batizados, em que o Espírito Santo implantou em nossos corações a fé salvadora. Nesta hora o céu se abriu para nós, como aconteceu no batismo de Cristo, e Deus disse lá do alto do seu trono: "Este agora é o meu filho amado, em quem me comprazo".

Por isso, devido a importância do batismo, começo a mensagem de hoje com uma pergunta: Quem ainda se lembra do dia em que foi batizado? Alguém se lembra? Todos sabem o dia em que nasceram. Mas poucos são capazes de se lembrar do dia do seu batismo, quando nasceram para Deus.

Pois hoje queremos falar um pouco do nosso batismo, do seu significado e da sua importância. Não faz mal se alguém não se lembra do dia em que foi batizado. O importante é que saiba que foi batizado e se console com isso. Para falar do nosso batismo, queremos nos inspirar no batismo de Jesus.

Havia um grande alvoroço na região do rio Jordão. Um homem, com vestes de pelos de camelo, pregava ali com grande veemência. Habitantes de toda a Palestina saiam ao encontro dele, e ele lhes dizia: "Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus".

O povo ficou curioso. "Será este o Messias prometido, o qual restaurará o reino de Israel?" perguntavam.  E João os respondia, dizendo: "Não, eu não sou o Cristo. Eu sou apenas o precursor dele, aquele que veio preparar o caminho para ele".

Dia após dia o povo vinha de toda parte para ouvir a pregação de João Batista. E ele batizava a todos.

Certo dia veio o próprio Jesus, pedindo-lhe que o batizasse. Quando João Batista viu Jesus vindo em sua direção, exclamou, dizendo: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" Jesus, porém, respondeu: "Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça". Então João Batista o batizou.

Assim que Jesus saiu da água, os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de uma pomba. Ao mesmo tempo ouviu-se uma voz vinda do céu, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo".

Mas, o que tem a ver o batismo de Jesus com o nosso batismo? Tem ele alguma relação com o nosso batismo? Sim, tem.

Em primeiro lugar: assim como o céu se abriu no batismo de Jesus, ele também se abre no nosso batismo.

Os céus não foram criados para serem fechados. A entrada do pecado no mundo mudou tudo: fez com que Deus fechasse as portas do paraíso.

Os nossos pecados nos separam de Deus, impedindo a nossa entrada no céu. Por esforço próprio ninguém consegue subir aos céus. Quando se construiu a torre de Babel, o objetivo dos homens era subir aos céus. Mas Deus frustrou a sua tentativa, confundindo as suas línguas.

Jesus, no entanto, nos abriu novamente os céus. Com o batismo, Jesus iniciou o seu ministério público, começou a se manifestar ao mundo. Por isso os céus se abriram: reconhecendo a obra redentora de Cristo, que viria culminar na cruz.

Graça a obra redentora de Cristo, os céus continuam abertos ainda hoje. Pela fé em Jesus, o maior pecador pode entrar nele, como o malfeitor na cruz. Este, na hora da sua morte, pôde entrar no paraíso.

No batismo os céus se abrem também para nós. No momento em que fomos batizados, os nossos pecados foram lavados, tornando assim possível a nossa entrada nos céus. E, enquanto permanecermos na fé e na aliança do batismo, os céus estarão abertos para nós.

Consolemos-nos, pois, com o nosso batismo, que nos mantém aberto os céus!

Em segundo lugar: o batismo nos torna filhos de Deus.

Por natureza somos filhos da ira. Nascemos no reino das trevas, tendo por pai o diabo. Lemos em Efésios 2: "Éramos por natureza filhos da ira, como também os demais; andando segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos".

No batismo, entretanto, fomos feitos filhos de Deus, fomos transportados do reino das trevas para o reino da luz. Agora pertencemos a um outro dono, temos uma nova família: a família de Deus, cujo pai é o Senhor. Diz o apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é".

O fato de sermos filhos de Deus devia encher os nossos corações de alegria, pois isso é um privilégio que apenas o cristão tem.

Como dissemos no início, em Brasília existem muitos filhos de papai. Lá está o filho do presidente da República, lá estão os filhos de deputados e senadores, dos ministros e dos juízos do STJ e do STF. E eles se orgulham disso. Quando são incomodados, eles logo se defendem dizendo: "Você sabe com quem está falando, de quem eu sou filho?" E logo ele ganha o respeito de todos.

Se é um grande privilégio ser filho do presidente, deputado, senador ou ministro da justiça, imaginem quanto maior é o privilégio ser filho de Deus, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores. Por isso o apóstolo João exclama: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus. E de fato somos filhos de Deus".

Ser filho de Deus é um privilégio maior do que ser filho de uma pessoa importante, porque ele nos torna herdeiros de Deus e cidadãos dos céus, enquanto que ser filho de papai pode tornar-nos escravos do pecado e de toda sorte de vícios. É, pois, com razão que um hino diz: "Pode ser um rei com o poder nas mãos, mas do mal escravo sim. Mil vezes prefiro o meu Jesus, e servi-lo até o fim".

Alegremos-nos, pois, com o nosso batismo, que nos torna filhos de Deus e herdeiros da vida eterna. Nesse dia Deus disse para nós, como falou para Jesus: "Este é o meu filho amado, em quem me comprazo".

Em terceiro lugar: no batismo iniciamos uma nova vida, a vida de um salvo, de um regenerado.

Jesus, logo ao ser batizado, enfrentou a tentação. Mas ele não sucumbiu. Seguiu firme em frente, servindo sempre ao Senhor.

No batismo nós morremos para o mundo e ressuscitamos para Deus. Deixamos para trás as paixões carnais e procuramos servir a Deus. Diz Paulo em Romanos 6: "Fomos, pois, sepultados com Cristo na morte pelo batismo; para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida".

No batismo nos tornamos novas criaturas, nos tornamos povo de Deus e co-participantes da sua glória.

No batismo se dá uma mudança radical na nossa vida, uma mudança tão grande que a Bíblia a chega denominar de o novo nascimento.

Jesus, falando a Nicodemos, disse: "Quem não nascer de novo não pode entrar no reino de Deus". E, quando Nicodemos quis saber como ele podia nascer de novo, Jesus lhe explicou dizendo que era através da água e do Espírito. Isto é: através do batismo e da pregação da Palavra de Deus, que é a espada do Espírito.

A Bíblia freqüentemente faz diferença entre um filho de Deus e um filho do mundo, de alguém que nasceu de novo com quem ainda é velha criatura. Basta folhear a Bíblia para ver como se repetem as palavras: antigamente, outrora, naquele tempo - referindo-se ao nosso estado antes do batismo.

Lemos, por exemplo, em Efésios 2: "Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos as alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo".

E em Colossences 5 lemos: "Pois outrora éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz e não sejais cúmplices das obras infrutíferas das trevas".

Você que foi batizado e se diz filho de Deus: como está a sua vida espiritual? Demonstra você que é de fato uma nova criatura, ou você vive nas trevas, praticando as obras da carne?

O batismo embora nos torne filhos de Deus, não nos garante uma santificação completa e permanente. É preciso diariamente afogar o velho homem com todos os seus maus desejos e pecados e fazer ressurgir o novo homem, que vive em justiça e pureza diante de Deus eternamente.

Quem não afoga o velho homem, isto é: quem não crucifica a sua carne e não combate o pecado, corre o risco de ser sufocado pelo mundo e perder a fé. E, perdendo a fé, perde-se o sentido do batismo.

Por isso valorizemos o nosso batismo, lembrando-nos que por ele nos tornamos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna.

E, como filhos de Deus, regenerados pela água e pelo Espírito, vivamos de fato como novas criaturas, afogando diariamente a nossa natureza carnal.

Assim Deus, olhando lá do céu, poderá sempre de novo dizer de nós, com um grande sorriso nos lábios: "Este é o meu filho amado, em quem tenho muito prazer".

  



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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