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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

15. DOMINGO APÓS PENTECOSTES , 17.09.2017

Predigt zu Romanos 14:1-12, verfasst von Nádia Dal Castel de Oliveira

“Lâmpada para meus pés e luz para guiar o meu caminho é a Tua Palavra, ó meu Senhor e meu Deus”. Salmo 119.105

 

Querida comunidade, estimadas irmãs e irmãos em Cristo.

 

Faz um tempo, me recordo de um estudo de OASE cujo tema era VIDA. Recordo que num momento perguntei às mulheres qual a razão de viver de cada uma. E, aos poucos, vieram alguns retornos: Minha família é minha vida; minha vida são meus filhos e o grupo da OASE; eu vivo para ser feliz e fazer feliz; minha vida ultimamente é uma loucura, só trabalho ... e assim seguiram mais depoimentos. Mas não esqueço da fala de uma senhorinha, geralmente quieta nos grupos de estudos; ela disse: “Minha vida eu não sei, ela é de Deus. E eu vou levando como Ele quer, faço meu melhor, mas não sei dela”.

‘Que resposta’ – pensei! Que testemunho mais humilde e verdadeiro! Que é que sabemos de nossa vida? Boa pergunta para reflexão.

Ao me deparar com o texto de Romanos, recordei a fala desta senhora ao ler: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e, se morremos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor.” (Rm14.7-8).

 

Texto nos faz refletir sobre nossa existência – vivemos para nós ou para Deus? Lembro também a letra de uma música que diz em seu refrão:

‘Eis o que venho te dar,

Eis o que ponho no altar.

Toma Senhor ele é teu,

Meu coração não é meu’.

A tua vida não é tua, é de Deus. Ele a confere. Ele cria e vivifica.

Podemos medir a que ponto está nossa compreensão desta verdade revelada no texto, nos permitindo perguntar: em que momento do dia nos dedicamos   a coisas que não do nosso interesse ou para o nosso bem estar? Em que momento da nossa vida nos importamos de fato e de coração a  outras pessoas, ajudando, amparando, carregando?

Percebo e sinto as pessoas cansadas e estressadas. Doam-se para o trabalho ou em atividades. Mas são escravas das horas, do trânsito, da competição, da produção...servem às suas empresas, à agenda... E quando, não são egoístas servindo somente à si mesmas, estão servindo ‘outros senhores’. Daí sim, o resultado é frustração e esgotamento. Se acham livres, mas escravas de sistemas, políticas e de ideias que as aprisionam ainda mais, as cegam e as impedem de parar e pensar a vida como algo que não pode ser abusado. Assim, caminham de forma desenfreada para uma esquizofrenia coletiva.

Querida comunidade, a vida é graça de Deus. Conferida a nós com amor incondicional. A frase popular - “A vida é minha e eu faço o que bem quero dela” - é mentirosa e equivocada. Nossa vida e nosso destino são do Senhor. Nosso viver e nosso morrer, pertencem a Deus. O mundo não existe para nós, mas nós existimos para o mundo. As pessoas não existem para nós, mas nós existimos para as pessoas. Nos equivocamos ao acharmos que podemos fazer o que bem quisermos com a vida. Somos livres sim, mas para amar a vida. Para acolher toda forma de vida. Para respeitar todas as pessoas que tem vida. E a servirmos a vida e ao Senhor da vida.

Servir a Deus nos liberta, porque nos faz pensar na vida e na nossa existência. Em nosso propósito de vida. Nos leva ao encontro das pessoas, ao importar-se e viver com elas e por elas também. Eu penso que muitas, mas muitas pessoas mesmo, acreditam que se pensarem assim, seus egos irão desaparecer, porque já não serão donas de si mesmas!!  E não. Não irão desaparecer! Isso é uma forma de medo. Temos medo de perder o controle de nós mesmos pensando que não somos senhores de nós. Não é isso. Aceitar Deus como Senhor de nossa vida não tira de nós a auto-estima, não é um autodesprezo. Aceitar esta verdade é um encontrar-se. Se olharmos para dentro de nós e só encontrarmos a nós mesmos, continuaremos sozinhos. Mas se olharmos para dentro de nós e encontrarmos Deus, então, saberemos que não estamos sozinhos. E esta verdade irá também nos fortalecer na vida. Vida que não é nossa, mas que está em tudo e todos. Viver para Deus traz alegria e não estresse. Servir vidas com nossa vida nos dá prazer. Pois a vida nos foi dada para ser vivida uns com os outros. Umas com as outras. Ao compartilhar, renovamos a vida. Por isso as pessoas estão cansadas. Estão fechadas em si. Se doando para coisas que não têm vida. E não se renovam. Porque não compartilham, não conseguem mais se reunir em família, não jogam mais conversa fora, não se ajudam mais porque não têm tempo, não pisam na terra, não plantam mais flores, não preparam mais comida, não falam mais com vizinhos... e assim vai. Tudo parece que pode ser encontrado e comprado pronto. E a vida não é isso! Vida não se encontra e nem está pronta em algum lugar! Se faz e se fortalece na vivencia, na comunhão. Por isso também aceitar as outras pessoas como são, sem julgamentos. Cada um de nós é como é. Somos todos diferentes e se Deus assim nos aceita, quem somos nós para não aceitar a outra pessoa? O texto fala que o julgamento é de Deus. As vidas são Dele. Então cabe a Ele, e somente ele, julgar.

O texto de hoje nos dá uma nova chance. De voltar nosso olhar para a centralidade da vida, que é Deus. E nos empodera, pois, se somos do Senhor, então podemos seguir confiantes e em esperança. A vida que Ele nos confere é guiada por Ele, cuidada por Ele, julgada por Ele. Em Deus, tudo podemos suportar. Nosso viver e nosso morrer fazem sentido, pois servimos a vida deixando Ele nos conduzir e refletindo os Seus caminhos e os Seus ensinamentos.

Então, como aquela senhora da OASE, podemos não saber muito da nossa vida, mas estamos fazendo o melhor, deixando Deus ser senhor dela e nos mostrando onde pisar. Levando vida lá onde a vida precisa de uma mão.

Que Deus nos dê discernimento e humildade para vivermos e morrermos na Sua graça e no Seu amor. Amém.

 

Bênção do púlpito

“...A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guarde os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus.” Fp 4.7.



Pastora Nádia Dal Castel de Oliveira
Joinville – Santa Catarina (Brasil)
E-Mail: nadiadalcastel@hotmail.com

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