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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

18º DOMINGO APÓS PENTECOSTES , 08.10.2017

Predigt zu Mateus 21:33-46, verfasst von Osmar Luiz Witt

Saudação: Graça e paz a vós da parte daquele que era, que é, e que virá, Jesus Cristo, Senhor nosso!

 

Leitura do evangelho.

 

Oração: Gratos te somos querido Deus, pois, nos concedes este tempo para ouvirmos e meditarmos na tua Palavra. Concede-nos o teu Espírito Santo, que abre o nosso entendimento, e nos guia na prática do evangelho. Que a tua Palavra nos alcance na medida da necessidade que temos de aprendê-la e de deixar que ela nos transforme. Oramos em nome de Jesus, amém.

 

Prezada comunidade de Jesus Cristo!

 

Vivemos em tempos de muitas intolerâncias entre as pessoas. Será o texto do evangelista Mateus um reforço a esta postura de intolerância? Certamente, não é!

 

Vejamos, primeiramente, o contexto em que a narrativa dos lavradores maus é apresentada: Jesus estava no Templo, em Jerusalém. Ele expulsou os vendedores e cambistas, virando suas mesas e acentuando que a casa de oração foi transformada em casa de negócios. Ele curou pessoas doentes que chegaram à sua presença. Ele foi exaltado pelo povo como o "Filho de Davi". As autoridades de Jerusalém ficaram importunadas com sua presença e com sua ação. Ele, então, se retirou para o povoado de Betânia, a fim de passar a noite fora da cidade. No dia seguinte, quando retornou, ele foi questionado:

 

"Jesus chegou ao Templo, e, quando estava ensinando, alguns chefes dos sacerdotes e alguns líderes dos judeus chegaram perto dele e perguntaram: - Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu essa autoridade?" (21. 23) As autoridades ainda estavam impactadas pela ação de Jesus no dia anterior e temiam o apoio que ele recebeu do povo. Jesus não respondeu diretamente a quem lhe perguntou, mas, contou parábolas.

 

O evangelista Mateus registrou três parábolas, três estórias contadas por Jesus, que apontam para um agir salvífico de Deus que se universaliza, que não mais se dirige apenas para o povo de Israel: a primeira parábola destaca a prática do filho que atende ao pedido do pai, mesmo que num primeiro momento, tenha se negado a fazê-lo; a segunda parábola fala da rebelião dos lavradores-vinhateiros que expulsam e matam os representantes do dono da vinha. A terceira, por fim, remete a uma festa de casamento, cujas pessoas convidadas não atendem ao convite do noivo. Jesus conclui essas parábolas afirmando: "Muitos são convidados, mas poucos são escolhidos." (22.14) Este é em breves traços o contexto.

 

Atentemos, em segundo lugar, para o método de Jesus. As estórias por ele contadas caracterizam-se por envolver seus ouvintes nas conclusões e a levá-los a uma tomada de posição. Assim, pedagogicamente pensada é a pergunta que ele lhes dirige: "- E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores?" (v. 40) O modo como Jesus ensinava levava as pessoas a uma reflexão pessoal e a uma tomada de posição na vida. Convidando-os a pensar juntos, eles mesmos chegam à conclusão de que sua prática não correspondeu ao que o dono da vinha esperou deles. Eles "ouviram as parábolas que Jesus contou e sabiam que ele estava falando a respeito deles. Por isso, queriam prendê-lo, mas tinham medo da multidão porque o povo achava que Jesus era profeta." (v. 45-6).

 

Um segundo aspecto que nos revela o jeito de Jesus ensinar nos é indicado pela pergunta: "-Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem?" Claro que leram, mas não estão conseguindo fazer uma ponte entre o que as Escrituras dizem e a realidade em que se encontram. "A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a a mais importante de todas." Vocês estão diante da "pedra" que foi rejeitada, mas, "não têm olhos para ver, nem ouvidos para ouvir."

 

Por fim, concentremo-nos naquilo que pode ser a chave para não transformarmos este texto bíblico em um argumento em favor da intolerância contra as pessoas que creem em Deus de um modo diferente. A mesma palavra de juízo dirigida por Jesus contra as lideranças do Templo em Jerusalém alcança também a nós que professamos pertencer ao novo povo de Deus, não mais delimitado por razões étnicas ou nacionais: "O Reino de Deus será tirado de vocês e será dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino." (v. 43)

 

A pergunta pelos frutos do Reino também é endereçada ao novo povo de Deus. Assim, também a igreja cristã pode perder a herança do Reino se não produzir os frutos que são esperados. A crítica de Jesus não está endereçada somente aos de fora da Igreja, mas, também aos de dentro. Também nós, não poucas vezes, sucumbimos à tentação de nos conformarmos com as práticas de injustiça e de violência que prevalecem neste mundo. Consolamo-nos com o pertencimento a Jesus, mas descuidamos dos frutos que esse pertencimento implica. "Também cristãos podem tornar-se usurpadores do reino de Deus. Cristo é também dentro da própria igreja cristã a linha divisionária e o verdadeiro Israel não coincide com fronteiras nacionais nem simplesmente com o número dos batizados." (G. Brakemeier) Contudo, produzir os frutos do Reino não deveria ser confundido com a tentativa de realizarmos as boas obras que nos poderiam qualificar para estar nele. Não! Trata-se de reconhecer que a "vinha" tem um Senhor e que ele age movido por sua graça, renovadamente. Ele nos deu seu Filho, razão porque pode esperar que as pessoas que nele vivem, produzam os frutos do amor que ele ensinou e vivenciou. Comunidade cristã é comunidade de pessoas agraciadas: recebeu parte da herança de uma vinha sem ter direito a ela! O Reino de Deus é convite gracioso que nos compromete. Não desperdicemos o tempo da graça, nem descuidemos da vinha que nos foi confiada. Vivemos tempos de muita intolerância e o Evangelho deste domingo é convite para a transformação: "Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele." (Rm 12.2) E a paz de Deus, que é maior do que o nosso entendimento, guarde nossas mentes e corações em Cristo Jesus. Amém.



Pastor Osmar Luiz Witt
São Leopoldo, RS, Brasil
E-Mail: olwitt@est.edu.br

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