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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

4º Domingo após Epifania, 03.02.2008

Predigt zu Mateus 17:1-8, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

 

A Transfiguração de Jesus

Estamos no último domingo do período de Epifania, a revelação de Jesus. O que aprendemos durante esse período sobre Jesus? Estamos em condições de responder a quem nos perguntar: Quem é Jesus? Quantas vezes esta pergunta já foi feita. Quantas vezes esta pergunta já trouxe certa ansiedade ao nosso próprio coração.

Hoje são lançados livros, levantadas tantas dúvidas e afirmações que negam as afirmações da Bíblia. A razão humana só vê Cristo como um homem e não pode ver nem compreender o mistério da pessoa e obra de Cristo.

Para firmar a nossa fé na pessoa e obra de Cristo, o período de Epifania encerra com o belíssimo relato da transfiguração de Jesus, para nos firmar na confissão: "Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus gerado do Pai desde a eternidade e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, é meu Senhor, que me remiu a mim homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo... para que eu lhe pertença e viva submisso a ele em seu reino e o sirva".

Interessante é que esta mesma pergunta precede o nosso texto. Após três anos de instrução, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Que dizem as multidões quem sou eu?" (v.18). Os discípulos conheciam as respostas da multidão.

Hoje também conhecemos as muitas respostas das multidões, que podemos conferir na mídia, na televisão e em revistas. Um emaranhado de respostas, que colocam em dúvida as afirmações da Bíblia e confundem as pessoas, e muitos se deixam confundir. Por isso Jesus coloca a pergunta ainda mais incisiva: "Quem dizeis vós que eu sou" (v.20)? Qual é a nossa resposta?

O apóstolo Pedro respondeu em nome dos doze discípulos: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v.20). Ao que Jesus respondeu: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus" (Mateus 16.17).

Após isso, Jesus começou a falar do seu sofrimento e de sua morte. Os discípulos não entenderam. Jesus abriu-lhes ainda mais a visão sobre o seu reino aqui na terra e lhes diz: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (v.23).

Estes foram os três fatos marcantes que antecederam a transfiguração: A confissão dos discípulos de ser ele o Messias; o anúncio de sua paixão e morte; e a afirmação de que seu reino é um reino de cruz.

Mas, apesar da profunda humilhação e do profundo sofrer de Jesus, e de ser o seu reino um reino de cruz, Jesus é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, que virá um dia em glória para julgar vivos e mortos.

E para reafirmar a confissão dos discípulos, Jesus revela a três deles a sua glória celestial. Isto serve para o fortalecimento também de nossa fé. Vamos contemplar a Transfiguração: 1) A glória da pessoa de Jesus. 2) A missão de Jesus reafirmada por Moisés e Elias, que falam com ele. 3) A voz do Pai que confirma ser Jesus o seu Filho, a quem devemos ouvir.

1. A glória de pessoa de Jesus. Nosso texto relata um episódio que aconteceu entre quatro a cinco meses antes de sua morte em Jerusalém, portanto no final do seu ministério de três anos. Era sua despedida da Galiléia.

Após uma semana de árduo trabalho na Galiléia, Jesus se retira para orar. O texto diz: "Ele subiu ao monte". Não diz qual o monte. A antiga tradição indicava o monte Tabor, mas o historiador Josefus afirma que ali havia uma fortaleza romana, que impedia o acesso ao monte. Por isso concluímos que Jesus subiu provavelmente ao monte Hermon, mais ao norte. Ele tinha uma altitude de 2.796 metros acima do nível do mar. Montes na Bíblia são lugares muitas vezes usados para o encontro com Deus.

Jesus deixou os discípulos ao pé do monte e levou consigo somente três deles: Pedro, João e Tiago. Por que só três e por que só estes? Não sabemos. A eles foi dado ver a glória de Jesus para que, através destas três testemunhas, todos a pudessem ver mais tarde.

A subida foi árdua. Após uma caminhada por mais de uma hora, a vegetação terminou. Só havia pedras. Já era noite. Ainda tinham que caminhar aproximadamente mais duas horas entre pedras. E então chegaram lá no alto. Ali provavelmente já havia neve, que brilhava branca na luz das estrelas.

Jesus escolheu um lugar para descansarem. Sentaram nas pedras. Tomaram um pouco de pão e pasta figos e comeram. Então Jesus se retirou para orar.

Enquanto ele orava, diz o texto, "a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura."

Com estas palavras o evangelista relata em que consistiu a transfiguração. Sua aparência se transformou. Não no sentido como se ele fosse despir-se de sua natureza humana, aceitando um corpo celestial. Não! Na transfiguração Jesus permaneceu verdadeira pessoa humana. Como ele o é ainda hoje em sua glória, verdadeira pessoa humana.

A transfiguração consistiu em que seu rosto humano brilhasse e suas roupas resplandecessem como alva lã, ou branca neve. De onde veio este resplendor celestial? Marcos afirma que ele se transfigurou diante deles.

Esta transformação não veio de fora, mas de dentro dele. A saber, ele deixou sua natureza divina resplandecer. Ele deixou, por momentos, sua humilhação, e resplandeceu em sua glória divina. Ali estava Jesus, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria.

Jesus não é simplesmente um espírito superior ou iluminado, como afirmam os espíritas e outras religiões, mas uma verdadeira pessoa, Deus e homem. Nele, afirma o apóstolo, "residia toda a plenitude da divindade" (Cl 1.19).

Essa transfiguração aconteceu especialmente para firmar os discípulos e a todos nós na fé. Em primeiro lugar era um testemunho, para confirmar a confissão de seus discípulos de que Jesus era o verdadeiro e unigênito Filho de Deus, e assim um testemunho para todos nós. Era um prenúncio também de sua glória futura.

Todos os homens verão esta sua glória quando o Filho do homem vier sobre as nuvens para o juízo final; pois os discípulos ainda não tinham uma clara visão do reino de Deus. Este conhecimento eles receberam apenas após sua ressurreição, após o que eles testemunharam: "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nos mesmo fomos testemunhas oculares de sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (2 Pe 1.16,17).

Esta transfiguração tinha mais um elemento: a presença de Moisés e Elias.

2. Moisés e Elias, falam com ele sobre sua paixão e morte. "Eis que dois varões falavam com ele, Moisés e Elias. Os quais apareceram em glória e falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém".

Eles vieram do céu. Como? Do céu com seus corpos? Sabemos que Moisés faleceu na presença de Deus, que o sepultou e o levou para o céu (Dt.34); e Elias foi levado vivo ao céu, num carro de fogo. Isto é, os dois já estão de corpo e alma glorificados no céu, de onde vieram para falar com Jesus.

Mas por que esses dois? Não temos outros homens importantes como Noé, Abraão, Isaque, Jacó ou algum outro profeta?

Moisés é o representante da lei, que lhe foi entregue no monte Sinai. Elias é o representante dos profetas. E Jesus veio para cumprir a lei e os profetas, como o afirma o próprio Jesus: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mateus 5.17). E o apóstolo Paulo afirma: "Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" (Romanos 10.4), no sentido de que Cristo cumpriu toda a exigência da lei em nosso lugar. E o profeta Isaías afirma: "Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53.5).

Interessante que os discípulos reconheceram Moisés e Elias, mesmo que Moisés tivesse vivido 1600 antes de Cristo e Elias 900 anos antes.

Lucas também relata o conteúdo de sua conversa: "E falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém" (Lc 0.31). A saber, sobre sua paixão e morte: o que Moisés ordenou e os profetas anunciaram, que ele sofreria em Jerusalém. Sobre isso eles conversavam na glória celestial, animando a Jesus, para assim triunfar sobre todos os poderes das trevas.

Pedro estava tão impressionado e disse: "Mestre, bom é estarmos aqui; então façamos três tendas... não sabendo, porém, o que dizia" (v.33). Mas uma coisa é certa, Jesus disse, "quero que onde eu estou, estejam também os que me deste". E o apóstolo João afirma: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é" (1 João 3.2).

Diante disso não queremos vacilar na fé, nem nos deixar confundir com as muitas e falsas afirmações da mídia sobre Cristo. Ele é o verdadeiro e unigênito Filho de Deus. Ele nos redimiu. A ele pertence a glória. E vejam que o próprio Deus Pai o confirmou por sua voz que veio do céu.

3. O Pai confirma seu Filho.  "Enquanto assim falava, veio uma nuvem e os envolveu; e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem. E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi" (Lucas 9.34-35). "Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo" (Mateus 17.5-6).

Temos aqui três afirmações importantes. As palavras que eles ouviram revelaram glória ainda maior daquilo que viram. 

Este é meu Filho amado. Uma voz do céu que lhes revelava ser este Jesus o Filho amado de Deus.

Em quem Deus se apraz. Em quem Deus tem prazer, por ele cumprir a vontade do Pai.

•a)       A ele ouvi. Uma ordem expressa para que demos ouvidos ao que ele tem a nos dizer. Ele nos fala hoje pela Bíblia, a palavra de Deus. Esta palavra devemos ler, nela devemos meditar, esta devemos proclamar. Vamos aproveitar especialmente este ano da Bíblia, para num esforço concentrado, lê-la e difundi-la.

Esta voz, tão clara e precisa, foi mais gloriosa do que a visão. Os discípulos "caíram de bruços, tomados de grande medo".

Este temor faz parte do verdadeiro culto a Deus. Eles não ousaram levantar os olhos. Jesus foi lá e os tocou, dizendo: "Levantem. Vamos-nos daqui".

E quando abriram os olhos, eles não viram mais ninguém, a não ser Jesus, na sua forma e aparência humilde, de simples pessoa humana. Assim tinha que ser para que ele pudesse voltar e cumprir a sua missão. E eles não deveriam contar isto a ninguém até o dia em que ele ressuscitaria dos mortos, pois não compreenderiam.

Esta é a história da transfiguração, que visa nos firmar na fé. Quantas vezes nós somos assolados por dúvidas: Será mesmo assim? Há vida após a morte? Como será na eternidade?

Eis aqui uma palavra clara e firme, em que podemos ancorar nossa alma, na qual podemos firmar a fé. Ela nos dá plena certeza.

Aqui na terra não nos será dado ver Jesus em glória. Mas em fé o sabemos glorificado. Na eternidade veremos sua glória, tal como ela é revelada aqui. Bem-aventurados os que dêem ouvidos à voz do Pai e ouvem a Jesus.  Quem crer na graça de Cristo verá a Cristo na glória. Amém.

 

      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: horstkuchenbecker@gmail.com

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