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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

4º Domingo de Advento, 23.12.2018

Predigt zu Lucas 1:39-45(46-55), verfasst von Mauri Kappel

Prezada Comunidade:

 

   O Natal já bate à porta. A mais bela data do ano está aí. É uma época muito linda, mas com grande potencial de conflitos, tristezas e saudades. Ao mesmo tempo em que comemoramos o nascimento do Salvador, experimentamos incertezas políticas, econômicas e sociais. E é muito bom que tenhamos hoje um magnífico texto. Vamos deixar que ele nos inspire.

 

   Existe uma pergunta muito incômoda, mas decisiva: Em que, ou em quem, eu coloco a minha confiança?   Nas mãos de quem eu coloco a minha vida, o meu hoje e o meu amanhã?     O que, ou quem, eu julgo capaz de me sustentar?

 

   Eu não coloco a minha confiança nos poderosos deste mundo, pois eles estão preocupados com os seus interesses, e não com os interesses do povo. Nem nos símbolos de poder, pois eles representam causas pessoais, e não sociais. Também não confio minha vida a instituições sociais e políticas, pois elas acumulam muita sujeira debaixo de seus tapetes. Igualmente não posso confiar em objetos, bichinhos e coisinhas porque eles não têm poder algum.

 

   Eu coloco a minha confiança no Deus, Todo-Poderoso, aquele que é maior do que tudo que existe sobre a terra e em todo o universo. No Deus que tem o poder de criar tudo, do nada. Que a cada dia realiza o milagre de fazer germinar a semente que se transforma em pão para o nosso sustento, e em flor para a nossa alegria.

 

   Eu confio a minha vida no Deus, maior do que todos os deuses criados por mãos humanas, Senhor de todos os senhores, santo, perfeito e eterno.

Que, no entanto, me chama pelo meu próprio nome.

Que vê e conhece cada pedacinho de minha vida.

Que a cada dia caminha ao meu lado.  

Que me amparou desde a infância.  

Que me conduziu pelas turbulências da juventude.  

Que me socorre nos meus fracassos.  

Que me dá força na doença; coragem na luta; consolo no pranto. E que um dia me receberá na sua glória.

 

   E por que eu confio somente em Deus?   Porque a história do mundo é a história de Deus com as pessoas, nas suas necessidades, nas suas fraquezas, nas suas paixões. Aos olhos universais de Deus nós não passamos de corpos microscópicos que, no entanto, se transformam em grandezas únicas, consideradas e amadas por ele, de modo muito especial.

 

   O salmista pergunta a Deus: “O que é o homem para que te lembres dele? E quem são as pessoas para que te preocupes com elas?”   E ele mesmo conclui: “tu fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo”.

 

   E na sua grandeza Deus se fez pequeno. Olhou com carinho e amor para uma pequena e pobre mulher e, através dela, fez nascer Jesus Cristo. Ele não escolheu uma dama da sociedade, uma princesa ou uma mulher de projeção para vir ao mundo. Elas confiam apenas em si mesmas, seu poder, seu prestígio. Não podem traduzir os sentimentos dos necessitados. E ao escolher Maria, escolheu alguém como nós. Ela é símbolo de todos nós.

 

   Eu confio em Deus porque seu filho Jesus Cristo não nasceu num palácio luminoso, cercado de oficiais e seguranças, mas numa humilde estrebaria. Isto significa que ele entra na humildade de nossos lares, onde existem dificuldades, limitações e muitas vezes lágrimas.   Ele vem pobre e, assim, valoriza todos aqueles/as que não são valorizados pela sociedade: as crianças, os velhos, os doentes, os que têm necessidades especiais.

 

   Assim sou eu, assim somos nós. Temos problemas para dar e vender; sentimos na carne as dores de um mundo desumano; nos sentimos pequenos e desamparados. E, louvado seja Deus, é justamente aí que Deus se revela com todo o seu amor, bondade e misericórdia.     Ele caminha conosco, nos abençoa, protege e guarda. É ele quem perdoa nossas falhas. É ele quem sempre de novo repete: “Eu quero andar contigo. Vamos começar de novo?”

 

   Por isso eu coloco nele também a minha esperança. Eu sei que ele vai cuidar de mim em toda a minha vida. Vai cuidar da minha família. Vai dar força e coragem para vencer as adversidades, restaurar a saúde e amparar na dor.

 

   Ele é a minha esperança por cuidar também de todos aqueles/as, que, como eu, têm as suas necessidades, dores e dificuldades. Deus sempre olha com carinho e misericórdia para todos os seus filhos e filhas.

 

   Ele é a nossa esperança, porque no nascimento, vida e obra de Jesus Cristo, ele revelou a sua solidariedade e o seu amor. É ele quem diz que fará novas todas as coisas e nos fará participantes de sua glória.

 

   E porque confiamos no Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e nele colocamos a nossa esperança, isso nos move, nos mobiliza, mexe conosco, para que no nosso agir e falar se expresse o nosso louvor e gratidão. A confiança e a esperança nos transformam em instrumentos de Deus para anunciar que Deus quer o bem de todos. Ele nos chama para agirmos e vivermos sem preconceito, sem juízos apressados, sem arrogância. Ao contrário: acolhendo, ajudando, compreendendo uns aos outros. Estes seriam pequenos sinais de nossa resposta ao bondoso agir de Deus.

 

   Eu desejo, do fundo do coração, que o Natal de todos nós seja marcado pela confiança no amor de Deus. E que essa confiança nos ajude a seguir em frente, na certeza de que Deus caminha ao nosso lado. Eu desejo também que esse amor de Deus se reflita no amor de todos nós.

                                                                                  Amém



P.em. Mauri Kappel
Xangri-lá, Rio Grande do Sul, Brasil
E-Mail: maurikappel@gmail.com

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