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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3º Domingo após Epifania, 27.01.2019

Predigt zu Lucas 4:14-21, verfasst von Ester Delene Wilke

Saudação: Que a graça e a paz de Cristo estejam em nossas mentes e corações. Amém!

 

Estimada comunidade!

Em nossas celebrações as narrativas bíblicas nos convidam para observarmos a manifestação de Deus por meio de Jesus. Estamos num tempo especial denominado Epifania. Depois do nascimento de Jesus ouvimos sobre a visita e a adoração dos reis magos do Oriente e o batismo de Jesus, ocasião em que Jesus foi declarado “meu Filho amado” e o Espírito Santo visivelmente veio sobre Ele.

Lendo um pouco adiante, o Evangelho de Lucas, numa sequência interessante, inicia o capítulo 4 relatando sobre as tentações que sobrevieram a Jesus. Ali é ressaltado um aspecto muito importante, ou seja: Jesus estava cheio do Espírito Santo e por ele foi sustentado. Depois de enfrentar as tentações no deserto, Jesus voltou para a região da Galileia e o poder do Espírito Santo estava com ele, diz o Evangelho (Lc 4.14).

Nas suas andanças Jesus chamou a atenção das pessoas. Impactou com seu falar e agir. Os seus ensinamentos nas sinagogas atraíram pessoas e elogios. Muita gente ficou entusiasmada. Em Nazaré, sua cidade, Ele também foi ensinar. No sábado era costume que na sinagoga alguém instruído se colocasse de pé, lesse as Sagradas Escrituras e ensinasse o povo.

Jesus recebeu em suas mãos o livro de Isaías e ao abri-lo leu: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”.

É o começo do ministério de Jesus e com as palavras do profeta Isaías Jesus continua o movimento da Epifania. Só que agora Jesus se autodeclara “o Cristo”. Ele diz: “Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabaram de ouvir” (Mt 4.21). Esta é a sua breve pregação! Não há longo discurso!

Jesus diz claramente que é o escolhido para a tarefa de trazer libertação. Deus concretiza em Jesus o plano de salvar da opressão e do pecado. O “seu Espírito” abre o caminho da salvação para pessoas pobres, cegas, presas e oprimidas. As boas notícias que Jesus traz são para superar o sofrimento causado por escravidão e injustiça.

Ao valer-se das palavras do profeta Isaías, Jesus apresenta qual é a sua missão no mundo que está relacionada com perdão e graça. Jesus, através do agir do Espírito Santo, manifesta o agir de Deus que favorece, especialmente, as pessoas sofridas, marginalizadas e esquecidas da sociedade.

Como ouvimos no texto bíblico, foi uma breve pregação que Jesus fez, mas com desdobramentos que não podemos medir. O que não merecemos, o que não conquistamos isso é o que Jesus oferece. Isso é amor e graça. A miséria humana é transformada em vida plena e abundante baseada nas boas notícias de Jesus.

O agir de Deus continuou através dos discípulos e de tantas pessoas que ouviram o Evangelho. Pessoas batizadas e que deram testemunho de fé, ensinaram e viveram com fidelidade e coerência o que receberam.

No batismo recebemos o Seu Santo Espírito. Recebemos também o mandamento de dar sequência ao que nos foi dado: Batizar e ensinar! Somos, portanto, comunidade de Jesus Cristo ao Seu serviço! Uma missão muito importante nos foi dada. Somos parte daquilo que Cristo assumiu na sinagoga de Nazaré. As Sagradas Escrituras se cumprem em Jesus. Se cumprem através de nosso agir comprometido.

A palavra do Evangelho lida hoje se coloca como um espelho diante de nós. Então pergunto: O nosso ser e agir reflete o que a palavra de Jesus traz? Ou somos como o povo da sinagoga de Nazaré que ouviu com entusiasmo e depois desistiu? Achamos que essa palavra é muito dura, difícil diante da realidade que vivemos, ou sem sentido para nosso tempo? Nos miramos no espelho da palavra e não nos vemos frágeis e sós pois recebemos a promessa de Jesus que nos encoraja e nos dá confiança: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20b).

A fé em Cristo nos dá esperança! Nos faz agir com esperança! A salvação que Cristo oferece começa aqui e agora. Esperamos o porvir mas precisamos viver os desdobramentos concretos que a palavra de Jesus traz para nossa vida no tempo presente.

Jesus mesmo não quis ser servido. Nós bem o sabemos, mas fica muito claro novamente! Portanto, somos chamados e chamadas para olharmos além de nossa vida, de nossos interesses e necessidades. Viver em comunidade nos leva a compromissos de vida com justiça. Vivemos em estruturas e relações que precisam ser restauradas, precisam superar sofrimentos para alcançarmos a paz. Violência, corrupção, pobreza, exclusão, ódio e tantas situações de pecado nos atingem. Atingem mulheres, homens, crianças de diferentes povos, culturas e idades. São as pessoas fragilizadas da sociedade. É disso que Jesus está falando.

Nós somos hoje o povo das bem-aventuranças. “Quando Jesus viu aquelas multidões, subiu um monte e sentou-se. Os seus discípulos chegaram perto dele, e ele começou a ensiná-los” (Mt 5.1s). Jesus tudo vê: ansiedades, lutas, sofrimentos, dificuldades, feridas, que marcam profundamente o seu povo.

O Evangelho, em primeiro lugar, fala para cada um e cada uma de nós. O Evangelho que anunciamos deve perpassar os espaços onde vivemos: comunidade, família, trabalho, sociedade. O evangelho é esperança de vida digna.

Um significativo relato de Knut Robert Wellmann fala de luta e esperança: “Na nossa comunidade interconfessional no Centro Comunitário de Alvorada, numa comunidade de gente que, apesar de carregar o peso do nosso sistema sócio-político, não vale nada ou pouco, escutamos as bem-aventuranças a partir da nossa situação:

 

Felizes os pobres que obedecem a Deus e esperam por ele. Felizes os que, simplesmente, choram.

Felizes os que aguentam em humildade. Felizes os que quase não aguentam mais a injustiça. Felizes os que, na sua misericórdia, aliviam os sofrimentos. Felizes os que, de coração puro, não exploram a ninguém. Felizes os que lutam pela verdadeira paz que surge da justiça. Felizes os perseguidos por causa da justiça! Alegrai-vos e jubilai: ninguém segurará o reino de Deus. São estas as nossas bem-aventuranças que nos trazem a alegria da qual Jesus fala” (http://www.luteranos.com.br/textos/mateus-5-1-10).

Deixemos nos animar pela palavra da carta de Tiago 1:22-25 que diz: “Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência. O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer”.

Sigamos com coragem neste tempo de Epifania. Amém!



Pa. Ester Delene Wilke
Marechal Cândido Rondon, Paraná, Brasil
E-Mail: esterdelene@opcaonet.com.br

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