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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Domingo de Ramos , 14.04.2019

Predigt zu Lucas 19:28-40, verfasst von Paulo Sérgio Einsfeld

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja conosco nessa hora. Amém.

Que semana! Festa no domingo. Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, sendo aclamado como rei. Na sexta-feira seguinte, crucificação e morte. Na cruz, a sentença: INRI = Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

Afinal, que Rei foi este? Ele mesmo contava parábolas que falavam sobre como era o Reino de Deus. A Pilatos disse que seu reino não era desse mundo (Jo 18.36).

O povo judeu esperava pela vinda do Messias, do rei Ungido que acabaria de vez com os inimigos do povo. Seria descendente do rei Davi, e devolveria a Israel o governo tomado pelos romanos.

A multidão está eufórica. Finalmente o Rei assumiria seu posto. À frente do desfile, descendo as colinas em torno de Jerusalém, Jesus é aclamado como o Rei que vem em nome de Deus!

Mas Jesus frustra as expectativas do povo. Ele não vem montado num vistoso cavalo de guerra, mas num burrico de carga. Em vez de um pomposo tapete vermelho, roupas suadas e empoeiradas formam o tapete sobre o qual pisam. O povo simples e pobre, que viera adorar em Jerusalém, o aclama com Hosana. No original, significa um grito de socorro: Salve-nos! Ajude-nos! (É verdade que Lucas omite essa palavra, porque seus leitores não entenderiam, mas ela é testemunhada pelos demais evangelistas). Podemos imaginar uma multidão cansada de ser explorada pelos romanos, e por tantos povos que os antecederam. Uma multidão como “ovelhas sem pastor”. Que agora, sim, tem um pastor a guiá-los. Mas de um jeito tão estranho, tão sem graça. Não há pretensões de conquista militar. Não há desejo por poder e vingança. Não admira que a multidão, dias depois, pede por sua crucificação. Diz uma antiga canção: “Eles queriam um grande rei, que fosse forte e dominador, e por isso não creram nele, e mataram o Salvador.”

Mesmo assim, o título de Rei permaneceu ligado a Jesus no decorrer da história. Uma série de títulos de honra acompanham seu nome: o Senhor, o Cristo, o Salvador. Todos são confirmados pela sua ressurreição no domingo da Páscoa. Novamente um dia de festa, dia de louvor, dia de alegria. A semana santa termina como começara: festivamente, com alegria, com louvor a Deus e com aclamação de Jesus como rei e senhor. Agora o rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Aquele que venceu inimigos piores que os romanos: a morte, o mal, o Diabo.

A este Senhor e Rei servimos de boa vontade. Ele é o único que não oprime seus servos ou escravos, mas os liberta das correntes de escravidão que estão à nossa volta, e dentro de nós também.

Mas entre os dois domingos, há uma longa e difícil semana. Dias de rejeição e de condenação de um inocente. Há lugar para interrogatórios forjados. Silêncio por parte de Jesus. Dores no corpo e na alma. A multidão clama “crucifica-o!”. Os discípulos o abandonam. Para as autoridades judaicas, um blasfemo. Para os romanos, um usurpador, que se quer fazer rei.

O reinado às avessas de Jesus é intrigante. Questiona nossas concepções de uso de poder e influência sobre os outros. Hoje em dia o domínio do ser humano sobre outro é suavizado com termos como “liderança servidora”. Empregados são chamados de colaboradores. Mas a hierarquia de cima para baixo deixa bem claro quem pode mandar e quem tem que obedecer!

Certo dia, a mãe de dois dos discípulos pede a Jesus lugares e postos de destaque aos filhos quando Ele assumir seu reinado. A sua resposta é clara: “Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles, e os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros,  e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente” ( Mt 20.25-28).

Eis o desafio para nós, pessoalmente, e para nossas comunidades e seus presbitérios, e para nossa Igreja e suas diretorias e conselhos em todos os níveis: inspirar-se no modelo de serviço de Jesus e colocar em prática o que dele aprendemos. Afinal, em cada culto e em cada reunião ouvimos seus ensinamentos. É comum meditarmos nas “senhas diárias”. É diário, sim, o desafio de sermos discípulos e discípulas de Cristo. Para isso, neguemos as vaidades do ego, tomemos sobre nós a cruz da fidelidade ao evangelho que privilegia os pequenos e os sem-poder. Sigamos os passos do mestre. Nessa caminhada haverá momentos de grande alegria e júbilo na vida em comunidade, como a multidão na entrada festiva em Jerusalém. Haverá fases de sábio silêncio, em vez de brigar por pouca coisa. Haverá também situações de rejeição, de incompreensão, de oposição por causa do nosso seguir com fidelidade ao Senhor e Rei. Mas haverá, com certeza, a alegre convicção de fazer a coisa certa e justa. Haverá a alegre certeza de que contribuímos para que o Reino ou reinado de Cristo cresça em nosso meio. Quando os valores do Reinado de Cristo estão impregnados em nossas mentes, agimos e falamos em alta voz louvando a Deus por tudo que Ele realiza em nosso meio. E assim não daremos oportunidade às pedras falarem em nosso lugar. Que assim seja, pela graça de Deus. Amém.



P. Paulo Sérgio Einsfeld
Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, Brasil
E-Mail: peinsfeld76@gmail.com

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