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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Noite de Natal, 24.12.2019

Predigt zu Romanos 1:1-7, verfasst von Gottfried Brakemeier

Prezada comunidade!

 

Natal é festa de um aniversário. Faz dois mil anos, que em Belém da Judeia nasceu um menino, a quem a cristandade atribui especial importância. Ela confessa que esta criança chamada Jesus, seja o próprio “Cristo”, o Messias, o enviado por Deus para salvar a humanidade. Portanto, não se trata de um aniversário qualquer, razão pela qual não basta cantar um simples “Parabéns a você”. Os hinos de Natal que a comunidade canta, são outros. Quem é Jesus Cristo?  

 

Natal periga sucumbir numa porção de coisas que lhe são estranhas. Para muitos tornou-se a festa do Papai Noel. Para outros o que importa são os presentes que traz. Enfim, o Natal encanta pelo mar de luzes em que banha nossas cidades. Também pessoas de outras culturas e religiões são cativadas por seu brilho e se fascinam, mesmo quando a razão dessa festa não seja conhecida. A simbologia e os ritos natalinos são fortes e continuam a deslumbrar as pessoas em todo mundo. “Feliz Natal”! Um gesto de cordialidade passa a unir as pessoas e a espalhar um ar de paz e amor. Quando é que teremos um “feliz Natal”?  Natal – uma fugaz emoção, e nada mais? Voltamos a perguntar: Quem é aquele, cujo aniversário estamos celebrando? 

 

É do que o texto previsto para a pregação nesta noite dá algumas pistas altamente instrutivas. O apóstolo Paulo escreve uma carta à comunidade de Roma, mais tarde incorporada no Novo Testamento como um dos mais importantes documentos da fé cristã. Para tanto introduz a si mesmo. Quem escreve é um “servo de Jesus Cristo”, chamado para ser apóstolo, ou seja, um enviado para divulgar o evangelho de Deus. E este tem por conteúdo seu

Filho, Jesus Cristo, descendente do grande rei Davi. É esta a primeira ajuda para entender o Natal. Jesus vem de uma família real, era membro da nobreza em Israel. Mesmo assim não deixa de ser alguém muito humano. Nasceu na pobreza, num estábulo, perseguido pela raiva do rei Herodes, solidário com quem sofre neste mundo. Foi educado em Nazaré como filho de Maria e José. Assim é conhecido por seus conterrâneos. Tinha irmãs e irmãos. Como adulto andou pela Galileia, pregando e curando. Reuniu discípulos para que o acompanhassem. Por ferir interesses de gente influente em seu tempo Jesus foi condenado à morte. Acabou crucificado. Tudo isto é muito humano. Mas é apenas parte da verdade. 

 

Pois Jesus é mais do que uma pessoa ilustre do passado. O apóstolo Paulo, nesta passagem, fala dele como Filho de Deus. É esta a confissão da cristandade toda. Jesus ressuscitou dos mortos. Venceu sobre seus inimigos, venceu a própria morte. E não só isto. Já antes da Páscoa Jesus deu amostras de sua natureza divina. Sua ação, sua palavra, seu jeito de ser – em Jesus tudo é transparente para o espírito divino. Em sua pessoa e por ela Deus chega perto da criatura para resgatá-la de dor e miséria. É o que os primeiros cristãos e as primeiras cristãs perceberam. Ninguém conheceu Jesus de fato, enquanto o viu e escutou somente pelo lado humano. A comunidade cristã convida a descobrir em suas palavras e em seus gestos a ação de Deus. Deus é amor. Isto tem em Jesus sua cabal e mais convincente demonstração. O Deus do Natal, o Deus de Jesus, é misericordioso. Ele não se vinga, não condena, não aniquila. Ele salva. Ele traz luz a este mundo que às vezes nos parece tão escuro, tão perigoso, tão sem esperança. 

 

A comunidade cristã faria mal se desprezasse as emoções provocadas pelo Natal. Emoções fazem parte do ser humano e são condição de sua felicidade. Natal tem sua “mística”. De certa forma podemos acompanhar até mesmo a brincadeira do Papai Noel, cujo meio de transporte é o trenó e que também em países tropicais se veste de botas e grossos casacos de lã. E, no entanto, necessário se faz não permanecer preso à emocionalidade. O Papai Noel serve ao negócio e é figura estranha à Bíblia. Quem

vem trazer luz a este mundo, é Jesus. “Deus estava em Jesus Cristo”, vai dizer o apóstolo Paulo em outra carta sua (2 Co 5.19). Por isto toda celebração natalina é por natureza “Natal Luz” ainda que também neste caso importa resistir à descaracterização da festa. É muito oportuno lembrar que “Acima de tudo Natal é Cristo”. Pois sem ele o Natal perde sua identidade. 

 

Aniversários costumam ser motivo de alegria. A gente faz festa. Isto vale de modo especial para o aniversário de Jesus. Vejamos o que o anjo anuncia aos pastores nas proximidades de Belém. Ele diz: “Não tenham medo. Estou aqui para lhes trazer boa nova de grande alegria que será para todo o povo: É que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo o Senhor...” (Lc 2.10). Então, vamos também nós festejar e nos contagiar com a alegria que Deus nos preparou. E, não só isto. Vamos levar um pouco do espirito desta festa ao nosso dia-a-dia. “Feliz Natal” é aquele que se traduz em mais amor, mais alegria, em menos violência e ódio na sociedade. O aniversariante de hoje, chamado Jesus Cristo, não se cansou em batalhar por tal mundo novo. Ele queria que reinasse “paz na terra”, chamando gente para igualmente abraçar a causa. O Natal nos convida a tanto. 

 

A cristandade festeja hoje um aniversário especial. Nasceu aquele a quem o profeta Isaías chamou de príncipe da paz (Is 9,6s). Trouxe luz a este mundo, demonstrando o amor de Deus ao ser humano e comprometendo a todos com o espírito típico dessa festa. É por isto que cantamos “Noite Feliz” e entoamos o hino que diz “Jubiloso, venturoso, tempo santo de Natal.” Um feliz Natal a todos. 

Amém!



P. Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, Brasilien
E-Mail: brakemeier@terra.com.br

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