Göttinger Predigten
Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach
Noite de Natal, 24.12.2019
Predigt zu Romanos 1:1-7, verfasst von Danilo Kammers
Quando eu era criança e comecei a ir a escola, eu entendia das coisas de criança, mas ainda precisava ser alfabetizado para viver no mundo dos adultos. Naquele tempo, algo que para mim era muito estranho era quando a professora nos chamava pelo nome e precisávamos responder alto: Presente! Para mim aquilo não fazia sentido, e alguns amiguinhos achavam graça, pois assim como eu, eles esperavam que o que gritávamos ao sermos chamados nos trouxesse algum benefício: queríamos ganhar “presente”.
Mais tarde descobri que aquela afirmação dizia respeito a mim mesmo. A minha existência naquele espaço de ensino era denominada “presença”.
Hoje quero convidar vocês para comigo também acharmos a graça de uma presença.
Leitura do texto: Romanos 1. 1-7
Neste início da carta escrita para os habitantes da cidade de Roma, Paulo fala de coisas básicas que não poderiam faltar numa correspondência. Quem manda (remetente)? Quem recebe (destinatário)? E mais ainda: o que estão recebendo (conteúdo)?
Paulo se apresenta como remetente: “sou servo de Jesus, chamado por Ele, e separado para compartilhar uma Boa Notícia (evangelho)” (v.1). E no v.7 (último versículo) encontramos o destinatário desta correspondência: “aos amados de Deus em Roma, que são chamados para serem santos (crerem no Senhor)”.
Mas, o que eles afinal vão receber? Qual o conteúdo? Paulo é chamado. Os romanos são chamados. Mas cadê o presente? O que tem dentro desta correspondência, afinal?
Antes de darmos algo para uma criança, normalmente perguntamos: Você foi um bom menino/menina? Você se comportou? Se sim, então você é merecedor do que lhe será dado. Mas o que os romanos receberam, e o que você recebe de Deus, não é por merecimento, porque nós não somos/fomos bons o suficiente para merecermos tamanho Presente de Natal.
Quando eu era criança, eu esperava receber algo porque no fundo eu me sentia merecedor do presente. Por ter me dedicado e comportado satisfatoriamente. Mas quando cresci, descobri que somos piores ainda nas nossas pressuposições de ganho. Porque além de esperarmos presentes e reconhecimento, também presenteamos com pretensões egoístas: um pai que presenteia seu filho deseja dele gratidão; uma oferta/contribuição na igreja, às
vezes é dada esperando um atendimento exclusivo ou reconhecimento (por parte de Deus ou do pastor/a).
Receber algo imerecido sem pretensões do doador é incompreensível quando crescemos envolvidos por uma lógica de trocas, favorecimentos e merecimentos. Não entenderemos facilmente o conteúdo do evangelho de Cristo, compartilhado por Paulo.
A graça do Natal: o conteúdo da carta de Paulo e o precioso presente (simples e humilde, mas preciso) é receber a Jesus Cristo (“verdadeiro filho de Deus” v.4) que nasceu para ser o nosso Senhor. Ele nos chama para nos dar Graça (Salvação) e para ser presente na nossa vida. Isso não é coisa de “amigo secreto” (de troca de presentes). Deus é amigo totalmente revelado em seu Filho. Ele nasceu e está presente (Emanuel) em nossa realidade, em nossa história, para ser constantemente o teu e o meu presente gracioso de Salvação.
Nem eu nem tu merecemos, mas somos chamados a recebermos em fé (v.5): “Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele” (Lc 18.17).
A graça do natal é receber o maior e melhor presente do mundo sem merecer! Sem precisar ter feito nada para merecê-lo. Parece absurdo, mas é Deus. Amigo amoroso, que não quer ser secreto para ti e para mim, mas é totalmente revelado em Jesus Cristo.
Em Cristo Deus está PRESENTE! Em Jesus Cristo, Deus se faz Presente na vida de cada um de nós e de todo mundo.
Louvado seja Deus, somos seus! (v.6)
Amém