Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3º DOMINGO APÓS EPIFANIA, 26.01.2020

Predigt zu Mateus 4:12-23, verfasst von Paulo Sérgio Einsfeld

Que a graça de nosso Senhor, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos nós. Amém.

Ainda estamos nas primeiras semanas do novo ano de 2020. Muitos de nós estamos vivendo tempos de novos começos: tempos de férias ou recomeço do trabalho. Alunos estão em férias com a perspectiva de retornar numa nova turma.  Fazemos planos e colocamos objetivos para o novo ano. As atividades e grupos das comunidades, em geral, estão em tempos de recesso. Mas logo mais nos reuniremos a todo vapor.  Nesse tempo de recomeços, a Palavra de Deus para hoje fala do começo da atividade pública de Jesus Cristo.  Como foi esse começo para Cristo e para seus discípulos? Que expectativas eles tinham? Que ênfases colocaram para o novo trabalho com o Mestre? 

Vamos conferir isso ouvindo o texto de Mateus 4.12-23.

Cara Comunidade!  Nosso texto bíblico traz três momentos distintos do começo do ministério de Jesus. Inicialmente a pergunta é pelo onde isso ocorreu. Nas antigas terras das tribos de Zebulom e de Naftali, na Galileia dos gentios, como Isaías o profetizara. Fica no norte da Terra de Israel, ao redor do Mar da Galileia, cenário do chamado dos primeiros discípulos. E assim vamos ao segundo momento do texto: Com quem Jesus andou?  Ele convida quatro pescadores para largar redes e barcos, e os chama a seguir seus passos. No terceiro e último momento é respondida a pergunta: Afinal, o que Jesus fazia? O destaque é triplo:  ensino nas sinagogas, pregação do evangelho do Reino de Deus e cura de doentes.  Aliás, reino de Deus ou, para Mateus, reino dos céus não é  apenas um conceito teológico, mas algo prático que mexe com a vida das pessoas, que muda radicalmente as pessoas envolvidas e as coloca sob o reinado ou domínio de Deus. Vejamos como isso aconteceu para quatro homens simples que viviam da pesca nas margens do lago  num mundo tão diferente do nosso.

Sim, num mundo de pessoas pobres beirando a escravos, de agricultores e de pescadores, alguns artesãos lutando bravamente pela sobrevivência, com poucas esperanças de verem algo novo. Se o pai fosse agricultor ou pescador, o filho igualmente o seria. As engrenagens do que chamamos de progresso giravam muito lentas naqueles dias. 

De repente um homem desconhecido aparece naquelas praias. O estranho tem ares de professor, de rabino, de mestre. Atentamente observa os cenários dos pescadores. Ele vê dois pescadores. Simão, que o mestre chamaria de Pedro, a Rocha. E seu irmão André, que estavam em plena atividade. Estão ocupados, ativos em seu serviço.  Como quem sabe o que quer, Jesus lhes diz: - “Venham comigo”, e ainda mais, “eu vou ensinar vocês a pescar pessoas. ” E a reação deles? “Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus! ”  

Nós não conseguimos imaginar essa rapidez e prontidão em seguir um desconhecido. Diríamos hoje aos precipitados pescadores: “Calma! Analisem a proposta. Pensem bem onde vão se meter! O cenário econômico não é favorável para aventuras inconsequentes! ”

 

Nos impressiona o quão rápidos e decididos os irmãos deixam seu antigo ofício. O mesmo acontece alguns passos adiante onde Jesus repete o chamado a dois outros irmãos, dessa vez o Tiago e o João. E além de abandonar o barco, eles deixam o pai para trás. Parece que esse Jesus gosta de arruinar famílias! Afinal, em duas casas, dois fortes homens são requisitados para uma nova função. Zebedeu e a família de Simão e André não passariam fome de agora em diante? Não deveriam esses jovens filhos pensar melhor na sorte do velho pai? Como fica a família, Jesus?

Eu estou provocando vocês com razões que nós colocaríamos em nossos dias para questionar um chamado tão direto e radical. Teríamos boas razões para nos negar a seguir o novo mestre, ou ao menos adiar alguns anos a decisão de seguir esse aventureiro do Reino de Deus. E aí somos colocados frente a frente com o desafio que já vem desde a Galileia de mais de dois mil anos:  Que resposta nós damos ao chamado de Cristo? 

Preciso ir com calma e falar o óbvio: Quem chama não é qualquer um. A Escritura nos demonstrou que quem chama a segui-lo, quem chama ao discipulado é Aquele que se colocou ao lado do ser humano até o fim. Ele recebeu pessoas enfermas, transtornadas, possuídas por males espirituais e condenadas por males sociais. Com elas foi solidário. Curou, perdoou e as conduziu sob o Reinado do Deus da graça, da justiça e da bondade.  Sim, o Jesus que inicia seu trabalho público na praia da Galileia do Norte o conclui na montanha do Gólgota de Jerusalém, no Sul. Na cruz e na ressurreição, Deus Pai confirma que os planos mirabolantes do Filho tinham sua razão de ser. Quem o seguisse não embarcaria numa canoa furada! Haveria ter um futuro promissor para quem seguisse seus passos.

O chamado é do próprio Jesus, eu repito. Ninguém chama a si mesmo, ninguém se oferece naturalmente para o Reino de Deus. Há uma convocação de fora, um convite que atrai e seduz, mas que também assusta e afasta. O chamado divide famílias, Jesus o diria mais tarde. Há um preço a pagar para ser discípulo e discípula de Cristo. Esse preço continua a valer, mesmo que os tempos e contextos sejam outros. Quem o segue tem de deixar algo para trás! 

Quem chama é Aquele que vê o candidato, que com seu olhar percebe o que se passa por dentro. O olhar convidativo de Jesus ao Pedro no início na praia é o mesmo olhar de misericórdia lançado a ele  depois de este negá-lo três vezes. Sim, o olhar de Cristo deve ter sido muito especial ao Pedro de ontem, e é decisivo aos Pedros e Marias de nossos tempos. Porque é o olhar do próprio Deus que nos constitui como gente amada. Da psicologia sabemos da importância do olhar da mãe e do pai para seu bebê. No olhar de amor e de cuidado, o bebê se sabe querido e bem-vindo, mesmo que nada responder a esse amor. A não ser o sorriso e o brilho em seus olhos.  Faço uma analogia à bênção de Arão que recebemos no final dos cultos: “O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz! ”  (Números 6.25-26).  Por meio de Cristo, os olhos de Deus brilham sobre nós e nos transmitem misericórdia e

paz. E quando nossos olhos tocam com os dele somos convencidos e até fascinados a segui-lo nas estradas da vida. Somos chamados a simplesmente obedecer, não questionar, não adiar a resposta. Permitam-me perguntar agora: Como você se sente ao ouvir essas palavras? Que resposta você tem dado ao chamado de Deus?

Você percebe que esse chamado é pessoal, é íntimo, é intransferível? Mas também que é um chamado para viver em comunhão com outras discípulas e discípulos?  No caso dos dois pares de irmãos, Jesus os tira da comunhão da família de sangue e os coloca na nova comunhão da família da fé. Os quatro pescadores são colocados ao lado de outros com passado diferente deles. Um era ex-cobrador de impostos, outro um revolucionário nacionalista (zelote). Enfim, na nova família do discipulado teria muito a aprender. Aprender, como lhes fora prometido no início, a ser “pescador de pessoas”. Um oficio que eles nem faziam ideia de como seria. Mas bastava a disposição de aprender, de ser moldado pelo Mestre, de ser conduzido pelo Bom Pastor.  

Da família inicial dos Doze, mais gente é acrescentada entre os que ouvem sua pregação, são ensinados e curados por Jesus.  E os anos passam e surgem comunidades que se reúnem em nome de Cristo e formam seu Corpo na Terra. Tudo mudou desde então. Mas permanece o chamado a ti e a mim de seguirmos a Cristo e seu Evangelho do Reino. Permanece também o chamado a sermos pescadores de mais pessoas para seguirem conosco em novas praias, debaixo do Reinado daquele que Era, que é e que há de vir, Jesus, Amado Senhor e Salvador. Amém.



Pastor Paulo Sérgio Einsfeld
Nova Petrópolis – Rio Grande do Sul, Brasilien
E-Mail: Peinsfeld76@gmail.com

(zurück zum Seitenanfang)