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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

2º Domingo após Pentecostes, 25.05.2008

Predigt zu Romanos 3:21-31, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

A justificação do pecador

A justificação do pecador pela graça de Cristo é a doutrina central da Escritura Sagrada. Com esta doutrina a Igreja fica de pé ou cai, isto é: se esta doutrina é ensinada corretamente, a Igreja Cristã permanece firme; se esta doutrina é deturpada, a Igreja Cristã também é deturpada.

Acontece, no entanto, que todas as igrejas cristãs e também não cristãs falam, de certa forma, a respeito dessa doutrina, mas são poucas que a ensinam corretamente. Por isso, vamos examinar, à base de nosso texto, a doutrina da justificação do pecador, pela graça de Cristo. 1) Que é justiça conforme a lei? 2) O que é justiça conforme a graça? 3) Qual o proveito desta doutrina?

1. A justiça conforme a lei. - Em primeiro lugar, precisamos compreender o que é a lei de Deus, sem o que não compreenderemos a doutrina da justificação do pecador. É interessante notar que Lutero não descobriu somente o Evangelho, mas ele descobriu o verdadeiro sentido da lei de Deus, por isso o Evangelho lhe foi a boa nova da salvação. 

Deus estabeleceu a Lei e determinou o que é justo e que não é justo, pois ele tem direito de dar a lei, exigir obediência e castigar o transgressor. Deus inscreveu esta lei no coração das pessoas que criou.

Infelizmente, Adão e Eva desobedeceram a Deus, pecaram. O pecado os corrompeu. A lei inscrita em seus corações foi parcialmente apagada. O homem foi expulso do paraíso. Agora não temos mais o conhecimento perfeito desta lei. Temos um conhecimento rudimentar dela.

Sabemos que não devemos mentir, roubar e matar, mas a compreensão mais profunda e completa dessa lei o homem desconhece. O apóstolo Paulo afirma: "Eu não sabia que cobiça é pecado, se a lei não me dissesse: Não cobiçarás" (Rm 7.7).

Por essa razão, Deus deu sua lei novamente, desta vez escrita em duas tábuas entregues a Moisés. Temos esta lei na Bíblia e explicada em nosso Catecismo Menor. A lei nos revela a absoluta santidade e justiça de Deus. Todos nós seremos julgados por Deus, conforme esta lei. Ninguém poderá se desculpar diante de Deus, dizendo: Eu não sabia.

Deus é absolutamente santo e exige de nós santidade absoluta. Ele disse: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18.20). Esta lei condena todos nós. Somos réus da eterna condenação. Lemos em Romanos: "Ora, sabemos que tudo o que a lei diz aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus. Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (v.19,20).

Ninguém é justificado (declarado justo, inocente ou perdoado) diante de Deus mediante obras da lei, por suas boas obras. Não há distinção. Como? Isto significa que não há diferença, quer seja um cristão ou um grande bandido, seja uma pessoa de bem que auxilia as pessoas ou grande assassino?

Sim, quando nos colocamos diante de Deus, não há diferença. Diante da lei de Deus todos nós somos culpados e réus da eterna condenação, do inferno. Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. Esta é a realidade.

2. Justiça conforme a graça. - Mas, agora! Diz nosso texto. Isto interessa a nós que não temos justiça própria, que somos pecadores, que estamos sob a ira e condenação de Deus e trememos diante dela. Mas, agora, assinala uma esperança.

Mas, agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas (v. 21). Que justiça é essa? Uma justiça, sem lei. Jesus, nosso irmão na carne, cumpriu a lei e pagou pela culpa da humanidade.

Esta verdade já foi amplamente anunciada e espelhada no Antigo Testamento, por Moisés e os profetas. Os sacrifícios de animais no templo em Jerusalém apontavam para o sacrifício de Cristo. Jesus, como substituto de toda a humanidade, cumpriu a lei, pagou a culpa, venceu nossos inimigos e agora, nos oferece livre e gratuitamente o perdão, sem a exigir de nós o cumprimento da lei. Por isso o apóstolo pôde escrever:

Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (v. 24). Justificado, isto é, em Cristo nós pecadores somos declarados justos, isto é, perdoados, sem que nós tenhamos cumprido a lei de Deus. Como? Jesus acertou as contas da humanidade com o Pai. Em Cristo há, agora, completo perdão dos pecados. Em Cristo há a redenção, o resgate.

A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça (v. 25). A justiça que vale diante de Deus é a justiça que Cristo conquistou. Esta justiça, Jesus oferece pelo Evangelho, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Pela fé, isto é, quando uma pessoa reconhece seus pecados, reconhece que transgrediu a lei de Deus e é réu da eterna condenação, quando lamenta ter ofendido a Deus - o que chamamos de contrição, de arrependimento - e aceita e confia plenamente na promessa do Evangelho, na boa nova do perdão em Cristo, ele é aceito por Deus, é declarado perdoado, justificado. Esta justiça age para trás e para frente. Jesus carregou todos os pecados, desde o primeiro homem Adão até o último que há de nascer.

E justificador daquele que tem fé em Jesus (v. 26). A salvação foi conquistada para todos. É oferecida a todos. E o que confia no Evangelho, tem o que o Evangelho oferece, dá e sela, perdão, vida e eterna salvação.

Mas aquele que não se arrepende e não confia na graça de Cristo, e continua nos seus pecados ou aquele que procura justificar-se diante de Deus por suas obras, permanece sob a condenação da lei. 

Onde a jactância? (v. 27). Jactância é orgulho. Uma pergunta interessante do apóstolo, após falar do amor de Deus. Por que essa pergunta? Por que esta pergunta aqui?

É que o orgulho é um dos grandes pecados que impede a fé, que corrói a fé. Todos nós somos, por natureza, orgulhosos. A pessoa mais pervertido, o maior bandido procura alguma coisa de que se orgulhar.

Mas, o orgulho é um problema especialmente de nós cristãos. Quem não conhece a história do fariseu que, colocando-se de pé no templo de Deus, orou assim: "Graças te dou, ó Pai, por que não sou como os demais!" (Lc 18.9-14). Quem não conhece esse pensamento? É a razão do sinergismo, a teoria de que a salvação é feita a dois, uma parte por Deus e outra por nós.

Gostamos de nos orgulhar de nossos feitos, de nossas obras, e como cristãos olhar para os outros e dizer: Como podem? Eu jamais faria isto, etc.

Mas diante da lei de Deus, não temos nada de que nos orgulhar, absolutamente nada. Nem em relação à fé, dizendo: Mas eu aceitei, eu cri, eu deixei o pecado, eu faço o bem. A teologia do "eu" de nossos dias, tão comum e enaltecida em muitos cânticos.

Não. Pois mesmo nossas melhores obras, são todas imperfeitas e manchadas de pecado, e precisam ser purificadas pelo sangue de Cristo. Não temos nada a nos orgulhar diante de Deus.

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei (v. 28). Sem as obras da lei, por graça. Se nossa salvação dependesse de uma só obra, jamais teríamos certeza da salvação.

Graças a Deus, somos salvos sem as obras da lei. Quando olhamos para Deus, quando vamos a Deus, vamos de mãos vazias, pois todos nossos feitos, por mais bonitos, estão manchados de pecados. Diante de Deus só subsistiremos mediante a graça de Cristo, sem as obras da lei.

Na hora da morte, quando teremos que comparecer diante do tribunal de Deus para sermos julgados, não teremos nada a apresentar: nem nosso culto, nosso esforço, nossa piedade, tudo isso, de nossa parte é imperfeito e manchado de pecado.

Só a graça de Cristo. Só poderemos subsistir diante do trono de Deus vestido com o manto branco da justiça de Cristo. Por isso Paulo sublinha: "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei", quer seja judeu ou gentio. Mas aqui surge uma pergunta: 

Anulamos, pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei (v. 31). Anulamos a lei? Não! Pelo contrário, mostramos a inteira validade da lei. Confessamos que a lei nos condena e que por ela não podemos subsistir diante de Deus. Diante do santo Deus só podemos subsistir pela graça de Cristo.

Isto não significa que não damos atenção à lei, que podemos pecar à vontade, porque a graça de Deus cobre tudo. Não. Pelo contrário. Renascemos, somos aceitos como filhos de Deus, somos herdeiros da vida eterna, detestamos o pecado, amamos a lei de Deus e nos esforçamos diariamente no cumprimento da lei, no amar a Deus e ao próximo. Vejam, por isso, qual o proveito da graça.

3. Qual o proveito dessa graça, dessa justificação sem lei? - E então, qual o resultado do perdão em nossa vida, no dia a dia? A respeito disse o apóstolo Paulo fala em outro capítulo. Os próximos textos abordarão este assunto. Aqui um pequeno resumo.

Lemos em Romanos 5.1: Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é a primeira grande bênção prática na vida. Paz. Paz de consciência, que reorienta todo nosso pensar e viver.

E mais, o apóstolo pergunta: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum (6.1). Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal (6. 12)... mas, oferecei-vos a Deus como ressurrectos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça (6.13).

A segunda bênção é que, reconciliados com Deus, na qualidade de filhos de Deus pela fé, temos prazer em viver como filhos de Deus, guiados pelo Espírito Santo. Não coagidos, não contra gosto. Conforme a fé, conforme nosso novo homem, nós temos prazer na lei de Deus. O Espírito nos guia a amarmos a Deus e ao próximo. Esta vida santificada, por estarmos ainda na carne pecaminosa, tem fraquezas e quedas.

A justificação do pecador é perfeita e a santificação é imperfeita. Diariamente lutamos contra o pecado em nós e as tentações de fora. Temos altos e baixos. Até que desçamos à sepultura e nossa carne pecaminosa é definitivamente sepultada, para ressuscitar, no grande dia, livre do pecado.

Que sublime consolo, que maravilhosa esperança! Amém.



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: horstkuchenbecker@gmail.com

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