3º Domingo na Quaresma

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3º Domingo na Quaresma

Romanos 5,1-11 | Günter Karl Fritz Wehrmann |

A paz de Deus, o amor de Jesus Cristo e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos nós, amém.

Estimadas irmãs e estimados irmãos em Cristo!

Será que existem paz, amor e esperança que não enganam, não decepcionam e nem desiludem? Assim perguntamos quando sofremos desilusão e decepção com pessoas no âmbito familiar, escolar, social, eclesiástico e político. Mas o texto-base para a pregação de hoje nos quer abrir os olhos do coração para que enxerguemos a luz da paz, do amor e da esperança que não enganam. Ouçamos, pois, o que o apóstolo Paulo escreve na carta aos Romanos em capítulo 5, versículos 1 a 11.

Oremos: Jesus dá-me olhos claros que prestam. Jesus, toca nos meus olhos. Pois este é o maior fardo quando em pleno dia não se consegue enxergar a luz. Amém!

Como a gente sofre quando uma relação de paz e amor se desfaz! Parece que o mundo desaba. E, via de regra, vê-se a culpa na outra pessoa ou na circunstância adversa. É como na história que há pouco ouvimos sobre a caminhada do povo de Israel no deserto quando não tinha água (Êx 17.1-7). O povo culpou Moisés e o próprio Deus. O seu dedo acusador não lhe permitiu enxergar os outros três dedos apontando para ele mesmo. Por isso não lembraram que Moisés foi chamado por Deus para servir de instrumento de libertação da escravidão do Egito. Deus jamais iria abandoná-lo agora. Esse povo ingrato não merecia a graça de Deus que poderia providenciar água no deserto. E mesmo assim Deus lhe demonstrou seu amor e providenciou água.

E em nossas crises de paz, amor e jus tiça, o nosso dedo acusador também não costuma culpar a outra pessoa, a direção eclesiástica ou política? Ele não permite enxergar os outros três dedos que apontam para nossa própria responsabilidade, omissão e culpa!  A autocrítica faria baixar os três dedos de acusação e renovaria o relacionamento no nível da mútua aceitação! Mas para acontecer isso tem que haver um milagre.

Esse milagre Deus já operou quando percebeu que não haveria outro jeito do que intervir mesmo. Ele mesmo veio em Jesus Cristo que vivia entre nós. Ele promovia sinais concretos de paz, justiça e amor como, por exemplo, naquela mulher samaritana, ou naquele filho que abandonou a casa do pai e voltou arrependido, ou naquele um dos dois criminosos que pendurado na cruz ainda se arrependeu e Jesus crucificado lhe disse: ainda hoje estarás comigo no paraíso. Este Jesus ressuscitou dentre os mortos e agora intercede por nós, junto ao Pai Celestial, para que a nossa fé não fraqueje. Esta fé na misericórdia de Deus é originada, mantida e consumada pelo poder do Espírito Santo, pelo Cristo presente entre nós. Hoje ele se faz presente entre nós de muitas maneiras, mas, sobretudo, pela sua palavra e pelos sacramentos de Batismo e Santa Ceia.

No Batismo ele veio a nós e nos tornou filha ou filho de Deus, sem que o tivéssemos almejado ou merecido; foi por pura graça e amor imensurável. Desde então fazemos parte do Corpo de Cristo, de sua comunidade em que experimentamos sinais concretos de aceitação, perdão, paz e amor. Somos feitos amigos e amigas de Deus e irmãos e irmãs de Jesus Cristo. Nada e ninguém nos podem separar dele, nem a morte. Pois, no final dos tempos, ele nos agraciará com a vida eterna. Mesmo que falhemos no relacionamento, arrependidos podemos humildemente nos voltar a ele e pedir perdão. Isso é o segredo para o novo relacionamento em paz, justiça e amor. Pois os que se amam vivem do perdão. Desta base de relacionamento brota a nova esperança que não desiluda, mas carrega mesmo por adversidades e sofrimentos. Pois ela é oriunda do amor eterno e para ele aponta. Mesmo assim ou talvez justamente por isso, Paulo tinha que sofrer rejeição e perseguição. Mas ele enxergou com o coração e conclui o seu texto afirmando: E agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo. E não somente isso, mas também nós nos alegramos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigo de Deus.

Já que somos amigos e amigas de Deus podemo-nos tornar amigo ou amigo da outra pessoa. Já que Deus nos perdoa por causa de Cristo, podemos perdoar uns aos outros. Já que Cristo se doa de graça a nós, podemos nós nos doar de graça a pessoas necessitadas e carentes. Assim o Espírito Santo nos faz perceber e colocar sinais concretos e palpáveis da nova vida em paz, justiça e amor. Essa é a esperança que não decepciona nem desilude, já que ela é oriunda do Eterno e para ele aponta. Que assim seja! Amém.

E a paz de Deus que ultrapassa todo o nosso entendimento guardará nossas mentes e nossos corações em Cristo Jesus.  Amém.

 

P.em. Günter Karl  Fritz Wehrmann

Porto Alegre – Rio Grande do Sul, Brasilien

GE.wehrmann@hotmail.com

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