Romanos 10.8b-13

Romanos 10.8b-13

PRÉDICA PARA O 1º DOMINGO NA QUARESMA | 6 DE MARÇO DE 2022 | Texto bíblico: Romanos 10.8b-13 | Dari Jair Appelt |

Graça e Paz a vocês que se confiam aos cuidados do Senhor. Amém.

Estimada Comunidade, irmãos e irmãs na fé!

Saber que a mensagem de Deus está perto da gente, nos lábios e coração,  pode nos ajudar diante de desafios pessoais e sociais que sempre de novo surgem, gerando insegurança e preocupação.

Estamos no início da Quaresma e queremos acompanhar a caminhada de Jesus para Jerusalém, nos preparar para celebrar a Páscoa. O texto do evangelho, Lucas 4.1-13, indicado para este domingo, retrata um diálogo interessante. Ele lembra que foi o Espírito quem conduziu Jesus pelo deserto e que a caminhada foi cheia de armadilhas e dificuldades. Mas Jesus, com a luz e a força das Escrituras, venceu toda a tentação daqueles que queriam afastá-lo de seus compromissos e seus sonhos.

A Quaresma também é uma celebração de memória e nos lembra os acontecimentos que culminaram com a morte e ressurreição de Jesus. E Paulo, na sua Carta aos Romanos, nos ajuda a entender que essa memória de Jesus assumida em palavras e assimilada no coração é capaz de nos dar resistência e salvar a gente das seduções que possam conduzir-nos ao fracasso de nossas vidas. Ao mencionar o que Moisés disse, Paulo resgata algo que deve nos alegrar. A promessa de salvação (v.9), é convite para falar do que sentimos e cremos. E como é bom saber que podemos pedir pela ajuda do Senhor. Em tempos de pandemia isso aquieta corações aflitos e resgata esperança de libertação.

O apóstolo Paulo está empenhado em fazer com que a comunidade reconheça que Deus é generoso e quer ajudar a todos que o buscam com sinceridade e clamam por sua ajuda. Na verdade, hoje nós estamos sendo convidados a testemunhar do amor de Deus e suas promessas; encorajar as pessoas a clamar pela ajuda do Senhor e nos alegrar com o poder da fé.

A Quaresma é um tempo em que somos confrontados com os desafios de nossa caminhada cristã. Quando nos aprofundamos no conhecimento do que é a vida e procuramos compreendê-la melhor, de admirá-la mais e de perceber as perspectivas para torná-la significativa, nos sentimos bem.

O ministério de Jesus foi uma grande Quaresma. Nela foi aparecendo, aos poucos, a dimensão dos desafios enfrentados por causa da missão de realizar o sonho de Deus, conforme. Lucas 4.16-21. Nessa missão (deserto) Jesus entrou com coragem, “pleno do Espírito Santo” e foi conduzido por esse mesmo Espírito. Pregar, ensinar e servir é o ministério que foi confiado aos seus seguidores/as. Mas, é de coração que deve ser exercido. Quando atuamos com e por amor e movidos pela fé, contribuímos na causa do Reino.

A “pedagogia da cruz”, praticada pelos romanos, intimidava muita gente, e Jesus deve ter se questionado sobre os riscos que corria com suas práticas ousadas. Na Quaresma da vida de Jesus, manifestaram-se coisas bonitas e profundas, mas apareceu também o risco de pôr tudo a perder. Experimentamos hoje resistência ao evangelho e práticas adversas a vontade de Deus; indiferença aos ensinamentos de Jesus; intolerância de toda sorte e desrespeito pela vida. Em meio a isso cresce o clamor por ajuda. Cabe a nós, que experimentamos a presença de Deus e suas bênçãos, testemunhar do que o amor é capaz. Amar a Deus e as pessoas e não só da boca para fora, mas de coração, de fato e de verdade (cf.1João 3.18) é o que recomenda o tema da igreja neste ano.

Neste tempo de Quaresma somos convidados a deixar-nos conduzir pelo Espírito Santo, o Espírito da Verdade e o Consolador, através do deserto da nossa vida e da caminhada de nossa comunidade em sua missão. A palavra de Deus nos ajuda a resistir diante da tentação de desanimar, de ser exigente ou intolerante com os outros, de exigir que a comunidade esteja apenas a nosso serviço, de construir nossa própria imagem de Deus ou de nos deixar corromper pelo poder para resolver tudo ou ainda de fugir para uma religiosidade milagreira e sem compromisso. As tentações na travessia do deserto podem ser muitas e diversas. Quem poderá nos socorrer na hora dessas tentações? Jesus nos indica a pista por onde podemos andar para encontrar as luzes e forças de que necessitamos. Nas três tentações do relato de Lucas, Jesus recorre às Escrituras para defender-se do diabo e firmar-se no rumo que se propôs seguir. A Carta aos Romanos lembra que a palavra está perto de nós, nos lábios e coração. Se a fé for concreta e sincera, “serás salvo”.

Queremos nos vestir de humildade e focar naquilo que realmente fortalece a nossa fé, afastar-nos do que gera dependência e cultivar o que promove comunhão. E que a paz de Deus que excede todo o entendimento, guarde nossos corações e mentes em Cristo Jesus. Amém.

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P. Dari Jair Appelt

Timbó – Santa Catarina (Brasilien)

darijair@yahoo.com.br

 

 

 

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