7º Domingo após  Pentecostes 

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7º Domingo após  Pentecostes 

Prédica para o 7º Domingo após  Pentecostes | 19 de julho de 2020 | Texto da prédica: Mateus 13.24-30, 36-43 | Elke Doehl |

 

De outra parte, há ditados populares que afirmam: “é necessário arrancar o mal pela raiz” ou “diga com quem tu andas e eu direi quem tu és”. Já em Romanos 7.19, o Apóstolo Paulo diz: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”.

Irmãos e Irmãs, pergunto: O que cultivamos em nossa vida e em nossas relações interpessoais?

O trigo semeado é a boa semente. O que é a boa semente? A boa semente, sem dúvida, é o amor de Deus, que Ele coloca em nossa vida. É o amor com o qual cada uma de nós foi feita.

Vocês se lembram da criação? Depois que o ser humano recebeu o sopro do amor de Deus, Deus disse que tudo o que criara era muito bom. Em seu conjunto, a criação é boa, pois ela é a criação de Deus. Nós podemos verificar isso. Quanta riqueza e beleza na natureza! Quanta harmonia nas leis da natureza e quanta diversidade de animais e plantas! Tudo integra o conjunto do amor que Deus tem por suas criaturas. A partir desse amor, somos capazes de cuidar e amar.

O que é o joio que nasce em meio às sementes boas? Uma erva ruim! Algo que não presta. O contrário da boa semente. É a planta que prejudica a boa colheita e compromete a qualidade daquilo que Deus criou puro e belo. Mas será que, de fato, não presta para nada? Não será o joio o que ajuda a impulsionar ao zelo pelo bom fruto? Não será a contradição ao bem a fortalecer o cuidado?

Quem semeou o joio? Um inimigo o semeou. Podemos lembrar da serpente no jardim do Éden. De onde ela surgiu? Por si só suas palavras não fariam efeito. Apenas a acolhida das palavras na forma de atitudes é que produzem efeito. A simples semeadura da semente do joio não seria problema. A problemática está na terra que possibilita a germinação e o crescimento dessa semente. Quem mesmo é o inimigo do bom fruto?

Mas o que é a terra onde foram semeadas a boa semente e também o joio? É isso mesmo: é o próprio ser de cada ser humano: seu pensamento, seu coração, sua alma, seu entendimento, sua inteligência, toda sua força. O ser humano é uma terra onde se pode colher o trigo, a boa semente, mas também de onde se pode colher o joio, a má semente. Há quem diga que o maior inimigo de cada qual é seu próprio eu. O que lhe parece?

Quem são os empregados dos quais o texto fala? Num primeiro momento, são aquelas pessoas dispostas a servir ao patrão, que é Deus, ou Jesus. São também aquelas pessoas que estão dispostas a cuidar para que a criação permaneça limpa e boa. Parecem bem-intencionadas: querem prontamente tirar o joio do meio do trigo. Assim boa parcela das pessoas aprende a pensar: deve-se arrancar pela raiz aquilo que não presta, extirpar toda maldade, toda mentira, todo egoísmo, tudo de ruim que existe em nós. Mas a boa intenção nem sempre se revela boa em seus resultados.

Então, por que mesmo o patrão, Jesus/Deus, não permite que o joio seja arrancado? Por que ordena que ambos cresçam juntos? Pode-se perceber que essa parábola é muito mais profunda do que parece. Jesus não está tentando explicar o porquê do sofrimento em meio a nosso mundo. Nem tampouco está procurando o culpado disso. Procurar culpados pelas coisas que dão errado no mundo, no país, na cidade, na comunidade e até mesmo na casa parece ser uma necessidade humana.

Jesus também não parece estar preocupado com a pureza, com a limpeza da plantação. Isso parece ser coisa nossa, ou pelo menos dos seus “empregados”. Parece que ao longo da história todas as vezes que o ser humano achou que deveria fazer alguma limpeza, acabou arrancando junto o trigo. Parece que se tenta cuidar da vida, combatendo o joio com um poderoso herbicida. Só que ao combater o joio, ainda assim, o trigo não está perfeito. Quantas vezes um herbicida deixa resíduos ruins nas plantas boas! Quantas vezes um herbicida deixa o próprio solo improdutivo!

O que é que Deus espera do ser humano? Ele espera que o ser humano seja paciente. Que, em confiança, saiba esperar a hora da colheita. Que na hora da colheita se colha o trigo, mas que até lá saiba admirar e valorizar aquilo que de bom foi plantado. Algumas ervas impróprias para o consumo humano, depois da colheita, podem ser transformadas em adubo orgânico. Talvez se possa dizer que mesmo aquilo de ruim que é semeado pode ser reaproveitado de uma outra forma. A dinâmica da história da humanidade e da vida são mostras nessa direção.

Interessante é deixar o amor de Deus crescer. O amor de Deus é diferente do ódio, do desprezo e tudo o que impede a vida em comunhão. Esse é um desafio para tudo o que cultivamos conosco mesmas e na relação interpessoal. Conhecer o amor de Deus nos motiva a amar ao próximo, como amamos a nós mesmas.

No relacionamento conosco mesmas, reconhecemos esse amor? O que ele tem despertado em nós? O autoconhecimento que temos de nossas ações, palavras e sentimentos nos ajudam na convivência interpessoal, nos ajudam nas atitudes de: humildade, persistência, resiliência, disciplina, flexibilidade, iniciativa e motivação – na semeadura de boas atitudes?

Na lavoura/campo da vida comunitária, temos um espaço fértil para vivenciarmos a dinâmica dessa parábola. Valorizamos o que é bom na medida em que percebemos a ameaça do que não é tão bom. Pense nisso! Amém.

 

Pa. Ellke Doehl

Joinville – Santa Catarina, Brasilien

elke.68@hotmail.com

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