Mateus 10.40-42

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Mateus 10.40-42

PRÉDICA PARA O 5 º DOMINGO APÓS PENTECOSTES | 2 DE JULHO DE 2023 | Texto bíblico: Mateus 10.40-42 | Paulo Einsfeld |

Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nós. Amém.

Estamos na época litúrgica após Pentecostes.  Jesus prometera o Auxiliador que daria coragem e poder aos discípulos para serem testemunhas mundo afora.  Os textos após Pentecostes falam de missão, de testemunho e de serviço da Igreja no mundo. Igreja que nasce no Dia de Pentecostes.

O capitulo 10 de Mateus traz instruções e conselhos que Jesus dá quando envia os seus discípulos. Ele lhes adverte que vão encontrar diante de si um mundo hostil, contrário aos valores ao Reino que eles anunciam. Os discípulos enviados vão enfrentar perseguição, julgamentos diante de tribunais, prisões e todo tipo de rejeição e desprezo. Não seria, assim, o discipulado de Cristo algo por demais difícil, perigoso e não recomendável por questões de segurança pessoal? (v. 16-20) Que Igreja ou agência missionária enviaria atualmente seus mensageiros para uma  situação tão desfavorável?

E não foi o Mestre exigente demais ao pedir maior amor à sua Causa que à própria família? Pais, mães e filhos ficariam em segundo plano (v. 37).

Mas Jesus não fala somente de perigos e de renúncias pessoais aos que o seguem. Fala também de recompensas e de alegrias que aguardam quem o segue e testemunha sua vontade.  Isso verificamos em Mateus 10.40-42.

“ Quem recebe vocês é a mim que recebe; e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá a recompensa de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá a recompensa de justo. E quem der de beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade lhes digo que de modo nenhum perderá a sua recompensa.”

Estimados irmãos e irmãs. Como é bom ouvir palavras de ânimo e de afirmação! Ainda mais em situações em que parece que o mundo vai cair em cima de nós! Quando há falta de compreensão ou outra oposição, precisamos de alguém que nos ouça, que nos incentive e que acredite em nós. E que nos corrija em amor, quando os rumos de nossas vidas necessitam de correção.

O Senhor Jesus incentivou e consolou grandemente seus discípulos ao lhes afirmar, que, sim, haverá muita gente que vai receber a eles e a mensagem que transmitem. Serão bem acolhidos nas casas e povoados. Em outra ocasião Jesus lhes dissera: “O servo não é maior que seu senhor. Se perseguiram a mim, também perseguirão vocês; se guardaram a minha palavra, também guardarão a de vocês. ” (João 15.20)

Em nosso texto, Jesus enfatiza: “Quem recebe a vocês é a mim que recebe! ”  Quem acolher um mensageiro de Deus, estará acolhendo o próprio Jesus presente nele. Porque o mensageiro é representante de Cristo, é embaixador de Cristo, diria o apóstolo Paulo. É o servo, o empregado que compartilha a mesma sorte do seu Senhor: perseguições e adversidades por ser discípulo fiel, mas também aceitação e acolhida, não somente da pessoa do mensageiro, mas da mensagem que anuncia.

Assim a própria pessoa que anuncia o Evangelho não está no centro das atenções. Não é o ministro ou a ministra da Igreja, ou o membro batizado que está no centro das atenções.  Central é o que se anuncia: a vinda do Reino do Deus, a realidade salvadora do Deus da paz e da graça, a liberdade e alegria por participarmos da família de Deus, a Igreja.

Essas são as recompensas para quem acolhe um mensageiro de Deus. Seja um “profeta”, ou ministro religioso diríamos hoje, seja um “justo”, uma pessoa cristã, membro de Comunidade. Quem os acolher, recebe as dádivas que eles trazem junto que é a possibilidade de estar em comunhão com o próprio Deus e de participar do povo que Deus resgatou por meio do sangue Cristo.

E essa acolhida aos pastores, presbíteros e membros líderes não conta com pompa e formalidades. Jesus diz que os mensageiros não “pequeninos” que se alegram ao receber um copo de água fria. Era um gesto de hospitalidade daqueles tempos: oferecer ao visitante um copo de água, não morna ou quente como era de se esperar no deserto, mas um copo de água que foi cuidadosamente guardada e mantida numa temperatura agradável para se beber.

Reis e príncipes, pelo contrário, esperam e exigem uma recepção mais luxuosa. Os poderosos do mundo são recebidos com banquetes. Mas os discípulos fiéis não estão entre esses.

Prezados irmãos e irmãs. Essa passagem nos convida a praticar mais a hospitalidade, abrir nossas casas e corações para as pessoas. Para ouvir suas dores e sofrimentos. Para deixar que partilhem também suas alegrias e conquistas. E juntos celebremos com simplicidade, com um pedaço de cuca e um chimarrão, diríamos no sul do país.

Nesses gestos de hospitalidade estaremos acolhendo o próprio Cristo. A Carta aos Hebreus diz que acolhendo visitantes, acolhemos anjos de Deus. “Não se esqueçam da hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos! ” (Hebreus 13.2) Que em nossas casas e em nossa comunidade possamos acolher muitos anjos de Deus! Amém.


P. Paulo Sérgio Einsfeld

Nova Petrópolis – Rio Grande do Sul (Brasilien)

peinsfeld75@gmail.com

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